Oi, gente! Tenho falado com alguns amigos e
percebo que nem todos eles estão
decididos a votar pela continuação de Dilma Roussef na Presidência da República,
neste 2º turno que se avizinha. Este blogue não está voltado para a política,
mas esta é onipresente na sociedade, na nossa vida. Ex-brizolista, hoje
petista, ela certamente não fez tudo que deveria ser feito por um governo popular
para o nosso sofrido povo. Como Lula também não fez; teve, aliás, de abrir mão
de muitos de seus postulados para se tornar palatável a parte da burguesia e
ganhar a eleição em 2002. Fez aliança com banqueiros internacionais sustentando
o tal de Meirelles (Banco de Boston) no Banco Central por oito anos, para
desespero de seu vice José Alencar. Não fez funcionar as agências reguladoras
como elas devem funcionar, continuando elas, como no governo de Fernando 2º
(FHC), servindo apenas para homologar constantes aumentos de tarifas de
eletricidade, telefonia e outras, e ser coniventes com péssimos serviços.
Dilma viu-se forçada a nomear ministros que
sabia não serem isentos de corrupção (vários casos); não enfrentou os militares
para fazê-los engolir que houve tortura e morte de dissidentes em instalações
comandadas por suas corporações; não enfrentou com firmeza o problema da
desindustrialização; não tomou providências para acabar (ou ao menos diminuir
um pouco) a corrupção solta em empresas públicas e o impérios das empreiteiras
de obras públicas etc.
Mas há pelo menos dois diferenciais na
comparação dos governos Lula e Dilma (12 anos) com o governo de oito anos de
Fernando 2º, com seu segundo mandato obtido, comprovadamente, através de compra
de votos no Congresso. O primeiro é a implantação de uma política externa com
autonomia em relação às grandes potências, finalmente após duas tentativas, uma
do palhaço Jânio Quadros e a outra do general-ditador Ernesto Geisel. Lembremos
que o Pavão Misterioso (Fernando 2º) obedeceu estritamente às diretrizes
neoliberais estadunidenses, quebrando o nosso país duas vezes (só que um país
não quebra mesmo, como uma empresa, a quebradeira é dos negócios e de toda a
população que não vive de renda) e levando às nuvens o nosso endividamento
externo. E entregou ao seu amigo Bill Clinton tudo o que ele exigiu, inclusive
a vigilância da Amazônia, através do Sivam (raposa vigiando o galinheiro).
Lembremos também que Dilma cancelou uma visita aos Estados Unidos quando estourou
o escândalo da desbragada espionagem tiossâmica contra o Brasil e outros
países, contra a própria presidente e outras autoridades mundo afora, inclusive
a chanceler alemã Angela Merkel. Tem vários outros casos de resistência. No
lugar de Dilma, Fernando 2º correria a puxar o saco do amigo Bill, que lhe
obtém conferências bem remuneradas, e criar uma nova doutrina: espiona quem
pode e deixa-se espionar quem tem juízo.
O segundo diferencial é, desde os tempos de
Lula, uma política social capaz de, no médio prazo, acabar com a senzala e
deixar a casa-grande falando sozinha. Segundo a FAO, uma organização ligada à
ONU e que cuida de agricultura e alimentação, o Brasil já é considerado
oficialmente um país sem fome. Em meio à grave e persistente crise mundial que
afeta o mundo, inclusive o do G-7, desde 2008, o Brasil continua avançando,
devagar como não poderia deixar de ser, mas garantindo investimento e emprego.
Um repórter que não é ligado à grande
imprensa (capitaneada por O Globo, O
Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo), Carlos Drummond, distingue com
pertinência os fatos das interpretações eleitorais produzidas por esses e
outros jornais. Fala que há um abismo, pois o ingresso líquido de investimentos
estrangeiros diretos no Brasil foi de US$6,8 bilhões só no mês de agosto,
elevando o acumulado de 12 meses para US$67 bilhões. Longe do descalabro que
certa imprensa e a oposição atribuem ao governo de Dilma. Outro dado positivo
sonegado ou “interpretado”, por exemplo, pela Rede Globo, com seus ferozes âncoras
e comentaristas, e pelos adeptos de Aécio Neves, por muitos apontado como playboy
e amigo do pó: nossas reservas em moeda conversível, indicadoras de poder de
fogo para repelir ataques especulativos e debelar crises cambiais, aumentaram até
atingir US$379,4 bilhões. Aquela comentarista gordinha da Globo (esqueço o nome
e é desimportante) que morre de rir falando em “pibinho”, omite que o PIB da
Zona do Euro cresceu apenas 0,2% no primeiro trimestre e zero no segundo. Haja
objetividade, isenção e “liberdade de opinião”.
Claro que Lula, Dilma estão longe do
socialismo. Mas, enquanto este não chega, mais lá na frente, quando a
humanidade criar juízo, vamos votar por um ambiente mais propício à sua
chegada.