segunda-feira, 31 de julho de 2017

NA INDUSTRIALIZAÇÃO, PERDEMOS O TREM DA HISTÓRIA COM FERNANDO 1º e FERNANDO 2º (COLLOR/FHC). NOSSOS ESTALEIROS, POR EXEMPLO, CAMINHAM PARA A RUÍNA

A industrialização de Pindorama ia caminhando bem quando apareceu o tal de Consenso de Washington que nos amarrou ao liberalismo mais démodé, com Fernando 1º e Fernando 2º (Collor e FHC). Perdemos o impulso e, mais uma vez, o trem da história. Os governos do PT melhoraram um pouco a situação, mas o liberalismo espreitava e tramava o golpe que levou ao poder uma quadrilha (como diz o carnívoro Wesley Batista), a qual se empenha em desmontar o país. Se demorar mais, não sobra pedra sobre pedra.
Um observador estrangeiro, Dom Phillips, do The New York Times, escrevendo a respeito da indústria naval tupiniquim, diz que nenhuma das 28 plataformas de perfuração de petróleo dos estaleiros brasileiros encomendadas foi entregue, e que o desgoverno golpista mudou a política de produção doméstica, reduzindo à metade as cotas de conteúdo local. Dos 82 mil trabalhadores dos nossos estaleiros, 52 mil perderam seus empregos. O que inclui o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) de Suape (PE). Interessante notar que o ponto de partida de Suape, nos anos 1970, incluía um estaleiro para reparos de navios ali.
No tempo da ditadura (alguns militares golpistas eram nacionalistas), houve um surto de construção naval que empregava umas 40 mil pessoas. Subsídios e acordos protecionistas, coisa que todo país faz, garantiam que 40% da nossa carga internacional fossem transportadas por navios construídos aqui. O jornalista estadunidense observa que Lula determinou, quando tomou posse em seu primeiro mandato, que a Petrobras construísse mais e comprasse mais materiais em casa.
Alguns anos depois, veio a descoberta de petróleo no chamado pré-sal. Foi quando o país começou a construir novos estaleiros. Não passou muito tempo, e o novo tipo de golpe tramado pelo bondoso Tio Sam para manter a América Latina em rédea curta (impeachment sem base jurídica) levou ao poder Michel Miguel Elias Temer Lulia et caterva. O que eles chamam de nova Petrobras, surgida do golpe, cancelou 20 contratos e foi por aí “renovando”. Três anos atrás, antes do golpe, o plano de investimentos da Petrobras era de US$221 bilhões.

O jornalista americano acrescenta ainda que os estaleiros asiáticos têm sobre os nossos uma vantagem de décadas, tecnologia avançada e financiamento mais barato. Acrescentamos que não foram os escândalos descobertos na nossa empresa pública petrolífera que a levaram à situação em que se encontra. Pode-se e deve-se investigar, prender, punir os corruptos. O que não se deve fazer é desmontar as empresas prejudicadas pelos corruptos. Públicas ou privadas. Petrobras, Odebrecht e tantas outras fazem parte do patrimônio tecnológico nacional.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

GOVERNANTES DO RECIFE PRECISAM TORNAR REALIDADE BONS PROJETOS, QUE SÃO ANUNCIADOS E CAEM NO ESQUECIMENTO

Amigas e amigos, vamos dar uma volta hoje pelo Recife, que já foi uma cidade “pequena, porém decente” aí pelos anos 1940/50, quando se podia andar a pé pelas ruas de madrugada e não se matava por distração que nem hoje. Ela é irmã de Olinda e noiva da revolução, no dizer do poeta Carlos Pena Filho (não casa nunca). Teve grandes e competentes governantes, como Maurício de Nassau, no século 17, Pelópidas Silveira, Miguel Arraes, João Paulo, no século passado e no atual.
Hoje está entregue às baratas, conforme a expressão popular. Não merece, mas está. O que eu pretendo observar é a quantidade de bons projetos de urbanização e revitalização da cidade que são anunciados como breve realidade e logo caem no esquecimento. Um dos últimos é a transformação da Rua do Imperador Pedro II em uma via exclusiva para pedestres, que iria da Praça da República à Av. Nossa senhora do Carmo. A ideia levada à Prefeitura da Cidade é do auditor fiscal aposentado Cláudio Couceiro d’Amorim. Um ilustre morador da rua foi Maurício de Nassau, que ali instalou o primeiro observatório astronômico das Américas.
Lembro que a via já hospedou, por muitos anos, os prédios do Jornal do Commercio e da Rádio Jornal. O empresário F. Pessoa de Queiroz era muito caprichoso e construía sedes bem apropriadas para seus meios de comunicação. A TV Jornal, na Rua de Lima, até hoje chama atenção, tendo atraído para terrenos contíguos as outras mídias do grupo, hoje dirigido pelo empresário João Carlos Paes Mendonça. Hospeda ainda o Gabinete Português de Leitura, a OAB, o Arquivo Público, o Convento de Santo Antônio, a Capela Dourada e tem algumas construções abandonadas. Não esqueçamos o famoso Restaurante Dom Pedro, frequentado ainda hoje por jornalistas, mesmo depois que os dois principais jornais de Pernambuco se mudaram para Santo Amaro.

O poder público, segundo Couceiro, poderia criar incentivos para que as construções abandonadas fossem ocupadas com atividades culturais e mesmo residenciais. Tem muita gente que acha charmoso morar no centro revitalizado. O Gabinete Português de Leitura, que existe desde 1850, abriga rica biblioteca que pode ser consultada gratuitamente. A Prefeitura da Cidade olha com simpatia o projeto de Couceiro. Mas ela já acumula outros, anunciados e aguardando realização, como recuperação de calçadas, navegação pelo Capibaribe, além de outros.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

OBSERVATÓRIO DO TRABALHO ESCRAVO. PRESTEM ATENÇÃO A ESSE PORTAL. O DESGOVERNO QUE ASSOLA O PAÍS ESTÁ PROCLAMANDO A ESCRAVIDÃO

O nosso país é realmente estranho. Uma dessas estranhezas é que ele perde todas as oportunidades de redimir-se de aspectos feios do seu passado histórico-cultural. Quando eu estudava na França e descobri, na biblioteca do Curso de História, a tradução do livro de Gilberto Freyre Casa-Grande e Senzala (Maîtres et esclaves), aprendi muita coisa sobre o nosso passado com aquela agradável literatura freyreana, que não chega a ser sociologia nem antropologia.
A gente estudava história lendo os “feitos heroicos” de Pedro 1º, da Princesa Isabel, de Deodoro. Nenhuma crítica, nenhuma releitura. Não se podia ler GF no seminário, pois era visto como nefasta influência, e fui descobri-lo em francês. Foi útil para mim, filho de senhor e engenho (“coronel” Paulino Veloso de Andrade) e desde os 12 anos entregue à doutrinação de padres nem sempre à altura de sua missão didático-pedagógica. Depois tive acesso a autores mais críticos que GF. Em tempo: o “coronel” Paulino era magnânimo, seus trabalhadores (hoje se chama boia-fria) dispunham de terreno para plantar lavoura de subsistência e uma casinha pra morar.
Já adulto, decepcionei-me politicamente com o assim dito “mestre de Apipucos”, quando ele aderiu ao golpe de 1964 e insistiu por meses com os coronéis para fazerem uma devassa na Universidade do Recife (hoje UFPE), onde eu trabalhava na equipe de Paulo Freire (peba, sem “y”). Terminei preso e demitido por aquele marechal que não tinha pescoço e foi o primeiro da longa série de ditadores de 1964 a 1985. Nem por isso perdi a admiração pela literatura de GF.
Mais de 40 anos após a Lei Áurea, que, ao contrário do que propunha Joaquim Nabuco, não incluiu reforma agrária para dar subsistência aos africanos libertos, Getúlio Vargas a complementou de certo modo dando direitos aos trabalhadores, depois consolidados na CLT. Pois não é que o golpista adventício Michel Miguel Elias Temer Lulia resolveu, com seus capangas, proclamar de novo a escravidão, como no genial Samba do Crioulo Doido, de Staniislaw Ponte Preta (Sérgio Porto)?
O desgovernante dá sua contribuição para que Pindorama continue sem redimir-se de um lamentável passado. Paralelamente, sabemos que independente do usurpador, a escravidão prossegue firme país afora. Yes, temos banana e também escravidão. Agora, digamos, mais “democrática”, pois afeta não só afrodescendentes, mas também brancos pobres e sem instrução. Esse cenário é mapeado e revelado pelo portal Observatório do Trabalho Escravo (observatorioescravo.mpt.mp.br), que cruza dados de diversas fontes e regiões de Pau Brasil. Mostra de onde partem os novos escravos e onde estão os redutos de escravidão no campo e nas grandes cidades.

Viva o Brasil daqueles generais golpistas de 1964 e de Temer! Pra uns. Para a maioria, Fora Temer!

segunda-feira, 24 de julho de 2017

GOLPISTAS A SERVIÇO DA CASA-GRANDE QUEREM PROCLAMAR A ESCRAVIDÃO

Esse desgoverno espúrio que aí está, que só se ocupa em defender seus membros, à frente Michel Miguel Elias Temer Lulia, de diversos tipos de crimes, está desmantelando o país. Um de seus maiores assaltos ao povo é a tal reforma das leis trabalhistas. Getúlio Vargas, com todos os defeitos que podemos atribuir-lhe, completou, com mais de 40 anos de atraso, a abolição da escravatura. As leis em benefício do trabalhador que ele promoveu, como salário mínimo, férias, formam a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), objeto da sanha dos golpistas, a serviço da Casa-Grande. Como no Samba do Crioulo Doido, eles querem proclamar a escravidão.
Como no caso da reforma previdenciária, ela não faz sentido, conforme observa o economista Marcio Pochmann, professor da Unicamp. Bastaria que os patrões não sonegassem os valores que devem à Previdência Social para que o tão falado rombo fosse terraplenado. Pochmann comprova que o trabalhador brasileiro não é caro. Ao contrário. O trabalhador na China, por muito tempo considerada um país de mão-de-obra barata, é hoje 16% mais caro que o nosso. E um trabalhador tupiniquim custa só 17% do similar estadunidense.
Pochmann observa ainda que, como temos eleições marcadas para o próximo ano, as reformas “temerárias” podem ser anuladas pelo novo governo, o que cria um clima de instabilidade jurídica para o empresário. Pergunta-se o professor por que a CLT seria ultrapassada, quando o direito à propriedade privada é de 1850 e não é considerado antiquado. Para ele, Pau Brasil precisa é retomar aquele seu vigoroso processo de industrialização, travado desde o Collorido, Fernando 2º (FHC) e agora radicalizado pelo Temer Lulia.
Precisa também de mais interiorização. Lembro eu que a aventura de JK ao construir Brasília tinha como motivo a interiorização do desenvolvimento. Gastou-se mais do que se podia, a inflação exacerbou-se e o resultado desenvolvimentista foi escasso.

Acorda, Pindorama! Constituinte já! Volta ao velho projeto nacional de Getúlio, Jango, Lula.

sábado, 22 de julho de 2017

REQUIÃO ATRIBUI AOS INQUISIDORES DE CURITIBA FIDELIDADE A UM TEXTO DA VELHA INQUISIÇÃO QUE TORTURAVA E MATAVA HEREGES

O senador paranaense Roberto Requião é um raro parlamentar que leva seu papel representativo a sério e toma posições em prol de um projeto nacional consistente. Pois não é que ele descobriu incrível semelhança entre o aparato de “julgamento” da assim dita República de Curitiba e o manual inquisitorial Malleus Maleficarum, de 1487. Em português, a tradução é Martelo das Feiticeiras.
Falando em República de Curitiba, os mais velhos, que viveram os anos 1950, se lembrarão da fatídica República do Galeão, que levou Getúlio Vargas, democraticamente eleito em 1950, ao suicídio. Assanhados oficiais da Aeronáutica decidiram tomar a si a apuração da morte do major Vaz, guarda-costas de Carlos Lacerda. Este era o golpista maior que pregava a derrubada de Getúlio. Os outros militares não apoiaram o presidente da República, quando era o mínimo que deveriam fazer, e Getúlio, para não ser desmoralizado, decidiu sair da vida e entrar para a história, como deixou escrito em sua carta-testamento. Seu funeral foi uma apoteose, quando uma multidão acompanhou o ataúde, que seguiria para São Borja, da Praia do Flamengo, por trás do Palácio do Catete, até o Aeroporto Santos Dumont.
Lê-se no manual, escrito pelos inquisidores Heinrich Kramer e James Sprenger, sugere “o confinamento do acusado na prisão por algum tempo, ou por alguns anos, caso em que, talvez, depois de padecer por um ano das misérias do cárcere, venha a confessar os crimes cometidos”. Ensinam os inquisidores que o juiz não deve levar em consideração eventuais divergências nos relatos das testemunhas. Basta uma única convergência para considerá-los verdadeiros e idôneos. Ensina ainda o manual que caberia aos defensores dos acusados atuar nos julgamentos com moderação, para não serem também  considerados suspeitos e processados.Lamentavelmente, o texto medieval é atualíssimo, quando vemos as estripulias de Sérgio Moro e asseclas.
No Malleus, observa Requião, é a convicção que antecede a sentença, logo se apressando em dizer, na tribuna do Senado, que não está desqualificando o trabalho de combate à corrupção no Brasil. “A convicção ideológica e a seletividade dos procuradores e juízes os levaram, porém, a atribuir a responsabilidade exclusivamente ao PT num primeiro momento”, afirma Requião ao falar sobre o famoso “domínio do fato”, que prevaleceu no “mensalão” petista. A recente sentença contra Lula, sem fundamento em fatos, é um exemplo perfeito do funcionamento da República de Curitiba.

Já escrevi aqui sobre o preparo de juízes brasileiros, por “pregadores” dos Estados Unidos, para tornar possível o novo golpe que substitui o desusado golpe militar, o golpe, digamos, pseudo constitucional do impedimento. Quando digo “pregadores”, lembro que os autores do Malleus são dois inquisidores dominicanos, isto é, da Ordem dos Pregadores. Mais recentemente, ao menos no Brasil, os dominicanos abandonaram seu reacionarismo original e até combateram a ditadura de 1964-1985.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

VOLUNTÁRIOS PELO BEM E ALMINHAS SEBOSAS DIVIDEM O CENÁRIO

Tem tanto espírito de porco por aí, gente, também chamado de alminha sebosa, que solta balão sabendo que pode provocar um incêndio, prejudicar voos, que solta pipa (ou papagaio, como se diz na Confederação do Equador (Nordeste), mesmo sabendo que pode ferir ou mesmo matar alguém. Pura verdade. Mas também existe, em compensação, uma boa quantidade de pessoas, geralmente anônimas, que dedica parte de suas vidas como voluntários a ajudar, fazer o bem ao assim dito próximo, a pessoas em situação de risco. Por exemplo, migrantes, moradores de rua, drogados.
Li há pouco a história de um desses abnegados, Stevam Cerqueira, que mora em Curitiba. Ele enfrenta o prefeito da cidade, Rafael Greca, que confessou ter vomitado quando se viu compelido a socorrer um morador de rua. Ele anunciou que vai romper o convênio com uma ONG que ajuda pessoas pobres que chegam ao território do famoso juiz Sérgio Moro. Ali Cerqueira encaminha essas pessoas a abrigos ou a repartições onde possam tirar documentos ou procurar emprego.
Em escala maior, há organizações como “Médicos sem Fronteiras”. Estes dão assistência médica em países em guerra e já viram bombardeados hospitais pelo governo sírio ou por potências (EUA, Rússia) que se metem por ali.
Enquanto isso há figuras estranhas, como Doria, prefeito de São Paulo, que desmancha tudo o que seu antecessor Haddad fez pelos drogados da Cracolândia e permite que lavadores de ruas joguem jatos de água gelada em pessoas que dormem nas calçadas. Doria é candidato a presidente da República para completar a obra de Michel Miguel Elias Temer Lulia. Compete com gente do porte de Alckmin, Serra et caterva. A gente não pode deixar esse pessoal solto.
Perdoem se insisto nos malefícios de gente sem voto que pretende chegar ao governo mediante golpes. Sofremos 21 anos de ditadura militar, a partir de 1964. O propósito do ditador Castelo Branco e seu grupo, insuflado e financiado pelo governo do bondoso Tio Sam, era apenas derrubar o presidente João Goulart, em quem burramente viam um perigoso esquerdista. Dariam uma arrumação no que achavam que estava errado e, no ano seguinte (1965), estavam marcadas eleições, quando muito provavelmente JK seria novamente eleito. Mas havia os golpistas para além do golpe. Costa e Silva, por exemplo, jogador inveterado e patrono da carreira de Paulo Maluf... Castelo não conseguiu segurar a sanha ultragolpista, cancelou as eleições de 1965, extinguiu os partidos. Deu no que deu.

Agora, outro golpe em benefício do impostor e golpista Temer. Acusam-no de associação criminosa, o que fica comprovado na famosa gravação de Joesley Batista. O cabra está desmantelando a estrutura e o que resta do patrimônio público do país.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

WIKILEAKS VAZA DOCUMENTO DO GOVERNO DOS ESTADOS UNIDOS EM QUE SE FUNDAMENTAM AS INVESTIGAÇÕES E JULGAMENTOS DO JUIZ SÉRGIO MORO

Vão se confirmando, gente, a formação e os pendores pró-estadunidenses do juiz curitibano Sérgio Moro. O Wikileaks é um perigo; seus vazamentos são atrozes. Pois foi ali que vazou documento do governo dos EUA onde se mostra como o Tio Sam treina agentes judiciais brasileiros e de outros países, entre os quais o justiceiro seletivo Moro. De 2009, o documento pede para instalar treinamento aprofundado em Curitiba. Qualquer semelhança com a atualidade seria mera coincidência?
O Departamento de Estado e o Pentágono não desistem de controlar o resto da América. Por enquanto, arquivaram os golpes militares que implantavam ditaduras amigas dos EUA. Se a ditadura é amiga, controlada por títeres, deixa de ser tratada como ditadura inimiga. No momento, eles se utilizam de golpes pseudoconstitucionais, via impeachment, que vêm dando certo (pra eles) em vários países. Nada mais natural que busquem influenciar o Judiciário, sem a anuência do qual os impedimentos poderiam ser cancelados. Daí que muitos juízes, em Pau Brasil, perderam a isenção e abraçaram julgamentos politizados.
Pelo vazamento do Wikileaks a que me refiro, em 2009 o Departamento de Estado dos EUA realizou, no Rio de Janeiro, um seminário de cooperação com a presença de membros selecionados do Judiciário, Polícia Militar, Ministério Público, mais autoridades estadunidenses. O seminário se intitulou “Projeto Pontes: construindo pontes para a aplicação da lei no Brasil” e consolidava treinamento bilateral de aplicação das leis e habilidades práticas de contraterrorismo. A delegação de Pindorama era a maior, mas havia também participantes do México, Costa Rica, Panamá, Argentina, Uruguai e Paraguai.
O combate ao contraterrorismo era o novo discurso com que George W. Bush fundamentava o “direito inalienável” do imperialismo americano como polícia do mundo após o fim da Guerra Fria. No seminário, Sérgio Moro (doutrinado em Harvard) discorre sobre os cinco pontos mais comuns acerca da lavagem de dinheiro no Brasil A equipe de treinamento ianque ensina aos pupilos brasileiros e estrangeiros os segredos da “investigação e punição nos casos de lavagem de dinheiro, incluindo a cooperação formal e informal entre os países, confisco de bens, métodos para extrair provas, negociação de delações, uso de exame como ferramenta e sugestões sobre como lidar com ONGs suspeitas de serem usadas para financiamento ilícito”.

Eis um retrato fiel antecipado do que veio a ser a assim dita República de Curitiba. O jornal belga Le Soir e o francês Le Monde também trataram recentemente do assunto.

quinta-feira, 13 de julho de 2017

EM PAU BRASIL, AS COISAS VÃO DE MAL A PIOR. DE MAO A PIAO, COMO DIRIA UM JORNALISTA GAIATO QUANDO MAO TSE-TUNG FOI SUBSTITUÍDO POR LIN PIAO, LÁ NO IMPÉRIO DO MEIO

Esta semana, a “privataria tucana” me pegou de mau jeito. Já são quase dois dias sem sinal de internet. Acredito que isso não acontece nem na Faixa de Gaza. Viva o xogum Fernando 2º (FHC), o rei da “privataria”! Ressalvando que alguma coisa deveria ter sido privatizada, mas nunca em áreas estratégicas. Mesmo com essa farra toda (ver livro Privataria Tucana), quem é condenado é Lula, que pode nem ser um santo, mas melhorou a sorte da Senzala. Querem impedi-lo de qualquer jeito de voltar à Presidência, o que seria uma calamidade para a Casa-Grande.
Enquanto aguardo a volta da web, como se na Faixa de Gaza ou em Bangladesh estivesse, vou adiantando alguma coisa e fazendo uma postagem só (que Nossa Senhora do Bom Parto dê à luz um tiquinho de internet) correspondente a quarta-quinta e sexta-sábado. Poderia procurar uma Lan, mas a minha idade provecta não ajuda. Aqui no meu esconderijo de Aldeia, nunca vi um inverno tão brabo.
Em Pau Brasil, também conhecido como Pindorama e outros nomes, as coisas vão de Mao a Piao, ou mais aportuguesadamente de mal a pior. Foi um gaiato aí nesses jornais por onde passei que, quando o grande revolucionário Mao Tse-tung morreu e foi substituído por Lin Piao, sapecou essa manchete: A China vai de Mao a Piao. Aqui em Pindorama, é de mal a pior mesmo.
As leis trabalhistas que, mais de 40 anos após a abolição da escravatura, vieram completar uma liberdade muito duvidosa, pois os escravos não ganharam terras e até hoje seus descendentes são discriminados, essas leis de quase um século atrás já foram derrubadas. Por um Congresso que não merece a designação de Casa do Povo. Lembremos que Joaquim Nabuco pregava não só a libertação dos escravos, mas uma reforma agrária que lhes desse uma forma de subsistência.
As leis previdenciárias vão pelo mesmo caminho tortuoso. O brasileiro submetido pelo golpe pagará por uma aposentadoria que só terá na eternidade. E quem não crê? Em vez dessa grande sacanagem de Michel Miguel Elias Temer Lulia e seus devotos, bastaria cobrar os débitos sonegados à Previdência Social por grandes magnatas, como os irmãos Batista, que (essa parte é boa) estão infernizando a vida do golpista e impostor.
Outro tema que merece ser comentado com vocês, caras leitoras e caros leitores, é outro aspecto do desmonte do Brasil da era Lulia (nada a ver com Lula). Não vai sobrar nada. Fernando 2º ainda deixou um restinho. Para completar sua obra teria de obter uma terceira eleição. Não dava. A segunda já foi conseguida, comprovadamente, com propina.
A Petrobras já está sendo fatiada, pra ficar mais barata. O especialista em direito de mineração Gilberto Bercovici, professor da USP, cita em artigo um exemplo. A empresa petrolífera norueguesa Statoil comprou há pouco um importante campo do pré-sal, Carcará. Se a Petrobras quisesse comprar um campo na Noruega, eles venderiam? Trata-se de ativos estratégicos, e nenhum país os trata como a hodierna Pindorama. Nos próprios Estados Unidos, exemplos máximos de livre comércio e capitalismo (nem tanto...), o governo federal proibiu a venda da petrolífera Unocal à China National Offshore Oil Corporation; bem como a de seis portos, incluído o de Nova York, à Dubai Ports World. E o Tio Sam legislou em 1933 (!) com o Buy American Act, que ordena dar preferência a produtos e materiais de construção nacionais nas compras governamentais.
O Canadá exerce o controle de investimentos externos em geração e distribuição de energia elétrica, em imóveis, serviços financeiros, mineração e construção civil. Aqui em Pau Brasil, fora o que já foi açambarcado por grupos externos, preparam a nossa velha Chesf para seguir o mesmo descaminho.

São inúmeros os outros exemplos de defesa dos negócios nacionais por todo o mundo. Se o Brasil não conseguir estancar o brutal entreguismo e o insano desmonte do desgoverno Temer, não se sabe o que vai ficar para as futuras gerações. Vai todo mundo pra Miami, único destino que nossos ricaços conhecem e admiram?

segunda-feira, 10 de julho de 2017

O ATOR HOLLYWOODIANO RICHARD GERE FICOU HORRORIZADO COM O QUE VIU EM HEBRON, CIDADE PALESTINA OCUPADA HÁ 50 ANOS, QUANDO ISRAEL ANEXOU A CISJORDÂNIA

Gente, volto a postar algo sobre as ações do governo israelense contra os palestinos. Já lhes expliquei mais de uma vez por que não posso ser antijudeu: não posso ser contra nenhum povo e, no caso dos judeus, Jesus Cristo, Nossa senhora, os primeiros cristãos eram todos judeus. Compartilhamos o Antigo Testamento da Bíblia e a fé em um único Deus. Mas uma coisa é o povo judeu, outra o Estado de Israel. E, mesmo que assim o pretenda, o governo do Estado de Israel não representa todo o povo israelita. E faz uma limpeza étnica na Palestina, contra a qual muitos judeus se posicionam. Mais uma vez recomendo: procurem o livro do historiador judeu e israelense Ilan Pappé sob o título The ethnic cleansing of Palestine.
Volto ao tema por ter recebido, via site Diálogos do Sul, observações feitas pelo ator hollywoodiano Richard Gere, que recentemente esteve na Terra Santa promovendo um filme de que participa e visitou a cidade de Hebron, na Cisjordânia ocupada. Foi acompanhado por membros do movimento judeu de protesto Rompendo o Silêncio. Olhando ao seu redor na cidade ocupada e maltratada, Gere compara a situação ali à segregação por muito temo reinante no sul dos Estados Unidos: “Os negros sabiam aonde podiam ir: podiam beber dessa fonte, não podiam ir ali, não podiam comer nesse lugar. Entenda bem, não atravesse se não quiser levar uma bala na cabeça ou ser linchado”.
Em Hebron moram 160 mil palestinos escapados à limpeza étnica e ali o governo israelense enfiou uma colônia de 500 colonos judeus dos mais radicais. Hoje a Rua Shuhada, de grande comércio anteriormente, vive quase deserta. Os palestinos foram proibidos de comerciar ali e suas casas e lojas, por onde passam os colonos judeus para a sinagoga, foram lacradas. Vídeos atrozes mostram os invasores, protegidos pela polícia, jogando pedras contra os palestinos e maldizendo-os. A população israelense não ignora o que se passa ali. Aquele tipo de colono radical não goza de simpatia e os noticiários israelenses transmitem a seus ouvintes e telespectadores cenas de radicais atacando palestinos sem provocação.
Por outro lado, a Unesco declarou há pouco a área antiga de Hebron uma “zona protegida” do patrimônio mundial, por ser um local de valor universal excepcional em perigo. Então, patrimônio mundial e patrimônio em perigo, graças à Unesco. Para o Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Palestina, simulacro de soberania que sobrou dos Acordos de Oslo, a votação desse órgão das Nações Unidas é um êxito para a batalha diplomática travada pelos palestinos em várias frentes. Sabemos que o governo de Israel ignora olimpicamente resoluções do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral das Nações Unidas referentes ao apartheid que impôs aos antigos habitantes da Terra Santa.

Para o primeiro-ministro da Israel, Benyamin Netaniahu, que se porta em relação aos palestinos como se estes fossem culpados pelo Holocausto comandado pelos nazistas, é “delirante” a decisão da Unesco. E sempre que Netaniahu se zanga com a ONU, vai cortando a contribuição de seu Estado à organização que, em um ano, minguou de US$11 milhões para US$2,7 milhões. Leve-se ainda em consideração que o genocídio sistemático de judeus durante a 2ª Guerra Mundial é abominável sob qualquer perspectiva. Mas também foram massacrados pelos discípulos de Hitler milhares de cristãos e cerca de 60 milhões de russos.

sábado, 8 de julho de 2017

O BRAVIO CURDISTÃO, UM POVO EM BUSCA DE UM ESTADO

Gente, tem povos no mundo que não são considerados um país, não constituem um Estado. Os europeus, que se consideram donos do mundo (ao menos, se consideravam), na colonização e nas partilhas territoriais, são responsáveis por muitas separações e junções de povos, no Oriente Médio, na África. Isso vem provocando brigas e genocídios, mas também os faz (ou fazia) mais poderosos.
Os curdos são uma etnia, um povo bem caracterizado, com sua língua própria, território, mas nunca foi contemplado com o direito de constituir um Estado próprio. O Curdistão abrange partes de seis países: Turquia, Síria Irã, Iraque, Armênia e Azerbaijão. E ainda sobra um pouquinho para a Federação Russa. Na guerra desencadeada contra o chamado Estado Islâmico (EI), além dos interesses do Irã, Estados Unidos, Rússia, os guerrilheiros curdos estão em grande atividade para não perder essa oportunidade de criar um Estado embrionário, em pedaços do Iraque e da Síria, que poderia se ampliar futuramente.
O líder da região curda praticamente autônoma no norte do Iraque, Massoud Barzani, já convocou um plebiscito sobre a independência para 25 de setembro. A autonomia está à vista e é negociável. A Turquia vê com maus (péssimos) olhos a pretensão curda, pois a grande população curda no leste do país constitui um espinho atravessado na garganta de Ancara. É considerada e tratada como separatista, subversiva e até comunista. Se fosse por estas bandas sul-americanas, bolivariana seria...
Quando eu era adolescente, li muitos livros do alemão Karl May, que, sem sair da sua terra, escreveu, como se os conhecesse, sobre índios americanos (como Winnetou) e até sobre a terra dos curdos, Pelo Curdistão bravio. Fiquei gostando desses povos, assim como gosto dos índios brasileiros, sul-americanos, de todo mundo. Aliás, segundo Jorge Ben Jor, “todo dia é dia de índio”. Tenho um amigo, Gildácio Paes Mendonça, que me chama de “Cacique Juruna”, devido à minha aproximação com os xucurus de Pesqueira e o seu cacique Marquinhos, filho de Xicão, que foi assassinado por grileiros das terras indígenas.

Aqueles países que se repartem o bravio Curdistão não querem nenhuma mudança no statu quo estabelecido pelas potências europeias. Gente arengueira. Né? Mas é isso mesmo. Aquela gente, sempre controlada pela Europa, aprendeu com os europeus (pré-União Europeia) as guerras sem fim que consumiram as energias do Velho Mundo por séculos. Quer briga e procura aliados onde? Na Europa.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

POBRE É NA CHIBATA, PARA A ELITE BRASILEIRA. ÓDIO AO POBRE LHE DÁ COESÃO. VALE A PENA CONFERIR LIVROS DE JESSÉ SOUZA

O sociólogo Jessé Souza estará lançando em agosto um novo livro, cujo título é A miséria da elite – Da escravidão à Lava Jato. Ele deu recentemente entrevista a Sergio Lirio, da revista CartaCapital. Sua última obra formaria uma trilogia com duas outras, A tolice da inteligência brasileira e A ralé brasileira.
A triste conjuntura brasileira atual comprova muito bem as observações do cientista sobre o significado da escravidão na formação da cultura e da história do nosso país. Para ele, o que dá coesão á elite brasileira é o ódio ao pobre. Bastou alguns governos mais populares tentarem melhorar a sorte do povão e rapidamente, com a preciosa ajuda do Judiciário, do Congresso, da maioria da imprensa, tramou-se um golpe pseudoconstitucional que pôs o Executivo de novo nas mãos dessa elite. Sob a chefia de uma figura execrável, que só agora estamos conhecendo melhor. Pela primeira vez em nossa história, um presidente da República (mesmo ilegítimo) no exercício do mandato pode ser processado e cassado como criminoso pelo Congresso. Tomara que sim, pois será a maneira mais rápida de nos livrarmos de um desgoverno tão deletério.
Um pacto antipopular, diz Jessé Souza, é revigorado logo após a libertação dos escravos, incluindo uma classe média detentora do conhecimento tido como legítimo e prestigioso, que inclui gente diplomada e com melhores empregos, como juízes, jornalistas, professores universitários. O sociólogo observa que a escravidão é olhada como um “nome”, no Brasil, e não como um “conceito científico”. Isso me faz lembrar a conclusão de O nome da rosa, de Umberto Eco: “Stat rosa pristina nomine. Nomina nuda tenemus”, cujo significado é que a rosa existe devido ao seu nome; possuímos os nomes nus. É a escola do nominalismo.
Jessé Souza: “Somos, nós brasileiros, filhos de um ambiente escravocrata que cria um tipo de família específico, uma Justiça específica, uma economia específica. Aqui valia tomar a terra dos outros a força, para acumular capital, como acontece até hoje, e humilhar ou condenar os mais frágeis ao abandono e à humilhação cotidiana. [...] Como essa herança nunca foi refletida e criticada, continua sob outras máscaras. O ódio aos pobres é tão intenso que qualquer melhora na miséria gera reação violenta, apoiada pela mídia”. Por todo o país, grileiros e latifundiários expulsam posseiros de suas terras e os assassinam.
Lembramos aquele “Eu odeio pobre” de Justo Veríssimo, personagem do grande Chico Anysio.

Vale a pena conferir o livro.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

CINQUENTA ANOS SE COMPLETAM DA OCUPAÇÃO DA PALESTINA (CISJORDÂNIA) PELO ESTADO DE ISRAEL

O tempo passa, gente. Lá se vão 50 anos da Guerra dos Seis Dias, de 1967, que confrontou Israel e Palestina (Cisjordânia, administrada pela Jordânia), com uma grande vitória das forças judias, que ocuparam a parte leste de Jerusalém e aumentaram muito o território que lhes coubera quando da partilha de 1948 feita sob a égide da ONU. Em 1967, ano também da prisão e assassinato (sob ordens da CIA, que não queria mártires vivos) do Che, que tentava implantar um foco guerrilheiro na Bolívia, eu morava em São Paulo. Preso e demitido da UFPE (então Universidade do Recife) aos primeiros arreganhos gorilescos de 1964, meu trabalho na Folha de S. Paulo, em cuja sucursal recifense eu trabalhara antes, foi o primeiro emprego condigno que obtive desde o golpe. Quase ninguém queria empregar “comunistas” e “subversivos” em geral. O brasileiro em geral abençoa os golpes, ou ao menos os teme. A exceção é o golpe atual, tão incompetente e encabulado.
Eu estava bem lá na terra da garoa, mas aporrinhado com a derrota palestina e o assassinato do Che. Como cristão, ao contrário do que a história reza de antijudaísmo da Igreja, só posso querer bem aos judeus. Não tenho motivos para querer mal a nenhum povo e, além disso, como costumo repetir, Jesus Cristo, os apóstolos e primeiros cristãos, Nossa Senhora eram todos judeus. No entanto, a implantação do Estado de Israel criou uma nova realidade: o governo do Estado judaico se julga o representante do povo judeu de todo o mundo, apesar de muitos israelitas não concordarem com essa pretensão.
Aparentemente, o Partido Trabalhista, que durante anos governou o país, sob Ben Gurion, Golda Meir. Rabin e outros, tinha uma visão mais ampla das coisas, mas era também sionista. E, pior, também com pretensão à “limpeza étnica”, de que trata muito bem, com datas e provas, o historiador Illan Pappe, em seu The ethnic cleansing of Palestine (2006, One World Oxford). O autor, além de judeu, é cidadão israelense, mas descreve minuciosamente o assalto a aldeias palestinas, com sua destruição e expulsão de habitantes que ali viviam de longa data, praticado por governos trabalhistas. É bárbara a prática sionista de confisco de terras e demolição de residências.
A situação política de certa democracia foi se deteriorando em Israel até chegarmos ao atual governo, de Benyamin Netaniahu, que age como se os palestinos fossem os culpados pelo genocídio de judeus praticado pelos nazistas. Nem o tonto e apalhaçado presidente dos EUA Donald Trump ousou dar pleno apoio ao premiê israelense. Sob o tacão da ocupação israelense estão 2,5 milhões de palestinos da antiga Cisjordânia e mais 1,8 milhão na Faixa de Gaza.
Achando pouco, os governantes judeus põem em prática uma política de enclaves judaicos no que restou, o que dificulta, ou até impede, a circulação da população palestina. São muros, como aquele tão execrado de Berlim e o que Trump tenciona construir separando fisicamente o México dos EUA.

Está mais do que claro que uma tal “convivência” é impossível. Ou se volta a um Estado binacional ou Israel larga sua presa, mesmo porque a população israelense míngua, enquanto os palestinos se multiplicam, com grandes famílias.

sábado, 1 de julho de 2017

O MORDOMO CULPADO PELO CRIME NOS ROMANCES POLICIAIS NÃO PODE CONTINUAR DESMANTELANDO NOSSA POLÍTICA EXTERNA INDEPENDENTE

Mais greves e manifestações. Mais acusações, com provas, contra Michel Miguel Elias Temer Lulia, o golpista, e nada. O homem, que mais parece o mordomo culpado pelo crime dos romances policiais, se apega ao poder usurpado como quem está com medo de sair direto do Jaburu para a Papuda. Pobres de nós aqui de Pau Brasil, obrigados a um retrocesso tão grande após alguns anos de políticas populares. Também com esse Congresso que está aí, fruto de conchavos, malas de dinheiro (com as exceções de praxe), um Judiciário que tem entre seus membros essa pérola de ética que é Gilmar Mendes e fechou os olhos para o impedimento sem causa de Dilma Roussef. Incompetente, mas eleita.
Essa turma do golpe não acredita mesmo em voto. Como eles não podem executar seus projetos sendo eleitos pelo povo, estão sempre atrás de uma quebra da Constituição, seja impedimento do presidente legítimo, seja um conluio de militares que esqueceram a fidelidade ao Brasil (e não aos Estados Unidos, como em 1964).
Assim, de golpe em golpe, a gente vai desaprendendo o que aprendeu quanto a alternância no poder, respeito à Constituição, projeto nacional, independência real. A política externa praticada sobretudo por Lula, tentada por Jango, de defesa dos nossos interesses nacionais, sem submissão ao Pentágono e ao Departamento de Estado dos EUA, sumiu do mapa com o desgoverno Temer. Para recuperá-la só a volta à legalidade, com eleições diretas para presidente, antes que nada mais sobre da soberania nacional.
Falei outro dia de países arrasados pela derrota na 2ª Guerra Mundial, como o Japão, a Coreia do Sul, que se recuperaram rapidamente e hoje estão muito à frente do Brasil. A própria China criou um comunismo sui generis, uma espécie de capitalismo de Estado, e hoje nada e ganha de braçada no mar do desenvolvimento. Até nisso nos passaram para trás os golpistas, ao abandonarem a cooperação mais chegada com aquele país, a Rússia, a África do Sul (Brics). Fazem questão de voltar à política de vira-lata, como chamava Lula.

Não temos muito tempo a perder. Temos que reverter logo uma situação de tanto vexame, gente.