segunda-feira, 31 de julho de 2017

NA INDUSTRIALIZAÇÃO, PERDEMOS O TREM DA HISTÓRIA COM FERNANDO 1º e FERNANDO 2º (COLLOR/FHC). NOSSOS ESTALEIROS, POR EXEMPLO, CAMINHAM PARA A RUÍNA

A industrialização de Pindorama ia caminhando bem quando apareceu o tal de Consenso de Washington que nos amarrou ao liberalismo mais démodé, com Fernando 1º e Fernando 2º (Collor e FHC). Perdemos o impulso e, mais uma vez, o trem da história. Os governos do PT melhoraram um pouco a situação, mas o liberalismo espreitava e tramava o golpe que levou ao poder uma quadrilha (como diz o carnívoro Wesley Batista), a qual se empenha em desmontar o país. Se demorar mais, não sobra pedra sobre pedra.
Um observador estrangeiro, Dom Phillips, do The New York Times, escrevendo a respeito da indústria naval tupiniquim, diz que nenhuma das 28 plataformas de perfuração de petróleo dos estaleiros brasileiros encomendadas foi entregue, e que o desgoverno golpista mudou a política de produção doméstica, reduzindo à metade as cotas de conteúdo local. Dos 82 mil trabalhadores dos nossos estaleiros, 52 mil perderam seus empregos. O que inclui o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) de Suape (PE). Interessante notar que o ponto de partida de Suape, nos anos 1970, incluía um estaleiro para reparos de navios ali.
No tempo da ditadura (alguns militares golpistas eram nacionalistas), houve um surto de construção naval que empregava umas 40 mil pessoas. Subsídios e acordos protecionistas, coisa que todo país faz, garantiam que 40% da nossa carga internacional fossem transportadas por navios construídos aqui. O jornalista estadunidense observa que Lula determinou, quando tomou posse em seu primeiro mandato, que a Petrobras construísse mais e comprasse mais materiais em casa.
Alguns anos depois, veio a descoberta de petróleo no chamado pré-sal. Foi quando o país começou a construir novos estaleiros. Não passou muito tempo, e o novo tipo de golpe tramado pelo bondoso Tio Sam para manter a América Latina em rédea curta (impeachment sem base jurídica) levou ao poder Michel Miguel Elias Temer Lulia et caterva. O que eles chamam de nova Petrobras, surgida do golpe, cancelou 20 contratos e foi por aí “renovando”. Três anos atrás, antes do golpe, o plano de investimentos da Petrobras era de US$221 bilhões.

O jornalista americano acrescenta ainda que os estaleiros asiáticos têm sobre os nossos uma vantagem de décadas, tecnologia avançada e financiamento mais barato. Acrescentamos que não foram os escândalos descobertos na nossa empresa pública petrolífera que a levaram à situação em que se encontra. Pode-se e deve-se investigar, prender, punir os corruptos. O que não se deve fazer é desmontar as empresas prejudicadas pelos corruptos. Públicas ou privadas. Petrobras, Odebrecht e tantas outras fazem parte do patrimônio tecnológico nacional.

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