quarta-feira, 2 de agosto de 2017

SEPARAÇÂO ENTRE IGREJA E ESTADO, RELIGIÃO E POLÍTICA, É O MELHOR REGIME PARA AMBAS AS PARTES. AMÉM! ALELUIA!

Abordo hoje com vocês uma questão, já resolvida em outros países, até menos desenvolvidos que o nosso, que é a teimosia de alguns em continuar misturando e confundindo religião com política, com Estado. A separação, com o Estado laico, foi obtida por nós com a Constituição da República. Até o Império, o catolicismo romano era a religião oficial. Ficou mais na teoria, pois a Igreja Católica Romana estava acostumada a ser oficial e dominante. Os bispos resmungavam muito até que se deram conta de que a separação era melhor para ambos, Estado e Igreja.
Ocorre que as igrejas assim ditas neopentecostais, muito fomentadas pela política estadunidense, que vê a Igreja Católica brasileira como muito esquerdista, começaram a crescer muito, se expandir, e trouxeram de volta de novo a confusão entre religião e política. O que não dá para entender pois, um pouco remotamente, elas se inspiram na Reforma Luterana. Preferem ser denominadas evangélicas, como se a Igreja Católica Romana também não se baseasse no Evangelho, têm seus partidos e fazem propaganda política com base na Bíblia. Seus eleitos se apresentam não como simples políticos, mas como pastor fulano, bispo cicrano etc.
Isso é absolutamente contraditório diante de uma Constituição laica E muitas dessas confissões pregam uma Teologia da Prosperidade, em contraposição à católica Teologia da Libertação. Prometem o céu na terra, recolhem muito dinheiro de fiéis na maioria pobres. Não é assim. Quem quiser ter sua religião que tenha, mas sem colocá-la a serviço de partidos e ideologias.
A confusão, porém, começou mais longe, quando o imperador Constantino decidiu cooptar o cristianismo como religião oficial do Império Romano. Foi aí que o velho preceito de Jesus Cristo “Dai a Deus o que é de Deus e a César o que é de César” caiu em desuso. Os bispos passaram à condição de nobres e comensais dos ricos, o clero adquiriu privilégios, os mosteiros enriqueceram e arquivaram a pobreza evangélica. Os papas passaram a ter um poder muito grande, inclusive material e territorial, que só terminou com a unificação da Itália, que engoliu os Estados Pontifícios.
O papa ficou confinado no Vaticano, posteriormente constituído independente, o Stato della Città del Vaticano, através do Tratado de Latrão, assinado pelo ditador fascista Benito Mussolini e o papa Pio 11. Mussolini ainda pagou uma indenização simbólica ao papado, que serviu para criar o Istituto per le Opere di Religione (IOR), como ironicamente é conhecido o Banco do Vaticano. Hoje está em desmonte por Francisco, um papa cristão, mas já se envolveu com a máfia e assassinatos.
Depois da cooptação de Constantino, a Igreja, ou melhor o papado, se envolveu com abominações como as Cruzadas e a Inquisição. No século 16, Martinho Lutero lançou as teses de sua Reforma, que pretendia apenas abolir práticas transviadas da Igreja Romana. Mas foi com o iluminismo e o enciclopedismo, que levaram à Revolução Francesa, que iniciou-se a aspiração pela separação entre Igreja e Estado, religião e política.

Acredito que nossos governantes e políticos deveriam se preocupar seriamente com o assunto, com a clericalização da política, de alguns partidos, do Estado. Mas eles estão tão longe do papel de representação popular que querem é se aproveitar da confusão.

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