Uma revista semanal aí, Carta Capital, dos poucos órgãos da nossa imprensa que divulgam a
verdade factual, sem distorções, interpretações, sonegações, descreve o
Congresso Nacional como corrupto, patronal e caloteiro. Quando eu falo em
interpretação, refiro-me àquelas interpretações do tipo “global”, que só confundem
o leitor desprevenido e lhe subtraem a conscientização. Tem até um programa da
Globo News que se chama “Fatos e versões”. Quando é uma interpretação ou versão
ou distorção de um William Waack, a coisa é ainda mais perigosa, pois o cabra é
inteligente e culto. Já um Alexandre Garcia é menos perigoso por ter a cabeça
mais ou menos oca.
Pelo repórter, André Barrocal, vemos o
presidente espúrio e golpista Michel Miguel Elias Temer Lulia em alegre
confraternização com o insigne ministro do Supremo Gilmar Mendes, que pode vir
a julgá-lo, e o presidente da Câmara Rodrigo Maia, que quer o lugar do golpista.
E ficamos também sabendo que de cada três congressistas, um é caloteiro; e que
de 300 a 400 são investigados no STF; R$ 877 milhões é o valor dos papagaios
dos congressistas caloteiros; 42% são empresários e fazendeiros; 55 são réus em
ações penais no STF.
A pergunta se impõe. Com um Congresso desse
jaez, nós somos realmente representados. E um tal conluio de interesses espúrios
pode fazer reformas dignas deste nome? Estão querendo parlamentarismo,
distritão, mas tudo em proveito próprio e para enfrentar a renovação das casas
legislativas mais comodamente e perpetuar seu deletério reinado.
Em duas ocasiões, o regime parlamentarista foi
rechaçado com grande folga em plebiscitos. Em 1963, quando 82% do eleitorado
votaram contra e só 18% o aprovaram E novamente em 1933, quando 55,6% se
pronunciaram contra e 24,9% a favor.
Ora, o regime parlamentarista, a meu ver, é o
menos imperfeito e funciona muito bem na Grã-Bretanha, na Índia e em vários
países europeus com boa quilometragem de civilização. Se algum dia for adotado
no Brasil, teria de ser por uma Constituinte exclusiva, com representação de
personalidades preeminentes e não de viciados políticos profissionais (no pior
sentido). O mesmo se pode dizer para voto distrital, distritão, distritinho e
tudo isso que vem engendrando a mentalidade tacanha de representantes que não
representam o eleitorado, e sim a si mesmos, seus financiadores, agronegócio et
caterva
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