Mais um projeto civilizado definha, o Bike PE.
A explicação dada pelos responsáveis é reformulação. E não se pode reformular
(supõe-se que para melhor) sem parar ou encurtar o serviço? Trata-se de um
projeto de compartilhamento de bicicletas públicas na Região Metropolitana do
Recife. Mas já foram desativadas mais de 15 estações onde o usuário pode pegar
uma bicicleta e fazer um percurso até outra.
A colega Roberta Soares, do Jornal do Commercio, escreveu recentemente
reportagem a respeito, onde informa que o projeto foi criado há quatro anos com
80 estações e promessa de expansão. Encolheu. Acrescento que, num país
desgovernado pelo golpista Michel Miguel Elias Temer Lulia, onde se mata a
esmo, rouba-se demais a exemplo da quadrilha que comanda o país (ver opinião de
Joesley Batista), serviços públicos de qualidade se ausentam cada vez mais do
quotidiano do cidadão, rodovias lembram as crateras lunares, não há dinheiro
para educação e saúde mas sobra para o golpista comprar parlamentares driblando
a Papuda (presídio de Brasília), ferrovias são sucateadas e por aí vai, nesse
país que já foi nosso e hoje pertence ao deus Mercado, podemos esperar tudo de
ruim.
Acrescente-se ainda o vandalismo habitual em
uma sociedade sem direito a uma boa educação. Direito tem, mas não
oportunidade. Qual o interesse que tem o governo golpista em educar a população,
dar-lhe ares contemporâneos? Na Holanda, um pequeno país muito civilizado,
usa-se muito a bicicleta e ninguém sai por aí roubando nem deteriorando um
veículo tão à medida do homem. Mas nós pernambucanos perdemos o trem da
história quando mandamos os holandeses de volta à sua terra e restauramos a
Inquisição e todo tipo de preconceito. Alguns dos holandeses que daqui partiram
fundaram, mais tarde, a cidade de Nova Amsterdam, nos Estados Unidos. Onde é
essa cidade? Nada menos que Nova York, rebatizada mais tarde.
A administradora do Bike PE, em parceria com
o Banco Itaú, promete para setembro a chegada dos novos modelos de bicicleta,
com tecnologia da canadense PBSC Urban Solutions. No Rio, São Paulo, Salvador e
Porto Alegre, projetos similares também estão passando por essa mudança
operacional, que inclui tecnologia antifurto, informa a repórter.
Vamos torcer para que tanta promessa tenha
fundamento e para que o poder público não continue abandonando projetos que dão
ou poderiam dar certo.
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