quinta-feira, 10 de agosto de 2017

A CIDADE DO RIO DE JANEIRO, QUE JÁ FOI CAPITAL DO IMPÉRIO, DISTRITO FEDERAL E ESTADO DA GUANABARA, PRECISA SER URGENTEMENTE SALVA DOS DEMAGOGOS QUE A ARRUINARAM

Na minha vida profissional, morei e trabalhei um tempo no Rio de Janeiro, ainda Estado da Guanabara. No grupo Manchete, no alternativo Opinião, na atual Editora Globo (então Rio Gráfica e Editora). Era um Estado-Cidade extremamente organizado e cheio de obras que melhoravam a vida do carioca. Também seu primeiro governador, quando o Distrito Federal se mudou para Brasília, foi o arquigolpista Carlos Lacerda, que recebeu da Aliança para o Progresso EUA) todo tipo de ajuda, na preparação da derrubada do governo constitucional em 1964.
O ensino era muito bom e uma amiga nossa que trabalhava na Secretaria de Educação arranjou para meus filhos mais velhos estudarem em duas escolas de primeira linha, a Rodrigues Alves, vizinha ao Palácio do Catete e onde já funcionara a Secretaria do Governo, e a Anne Franck, vizinha ao Palácio Guanabara e à sede do Fluminense. Tanto que, quando voltei ao Recife, os mais velhos passaram facilmente no vestibulinho para o Colégio de Aplicação da UFPE.
De repente sai do cérebro autoritário do ditador de plantão, general Ernesto Geisel, a ideia de juntar aquele avançado Estado ao feudal e coronelista Estado do Rio. A motivação é que, na Cidade Maravilhosa (Guanabara), a população é muito politizada e votava (quando os milicos permitiam eleição) com a esquerda. Não tinham dado um golpe que gerou uma ditadura de 21 anos e, de quebra, Ribamar Sarney Fernando 1º e Fernando 2º? Então era para entrar na ordem unida.
Foi um desastre para a Guanabara. Garotinhos, Garotinhas, Pezões et caterva passaram a fazer política, e ganhar eleições, no novo Estado Frankenstein. O resultado, algumas décadas depois, é o desastre que aí está. O Estado do Rio está falido: a antiga e boa Universidade do Estado da Guanabara sucateada e quase paralisada; funcionários, aposentados e pensionistas com salários e pensões atrasados; o crime organizado na crista da onda; os hospitais sem verba e sem condições de prestar um serviço digno à população; as forças armadas empregadas como polícia contra a opinião do comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas.

Não entendo por que os políticos cariocas da velha guarda não fazem uma proposta para restaurar o Estado da Guanabara ou, como propõe o professor Christian Edward Cyril Linch, criar duas capitais no Brasil, como há em vários países, a exemplo da África do Sul e Bolívia. Gente, vamos salvar a Cidade Maravilhosa (essa marchinha era o hino do Estado da Guanabara)!

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