sexta-feira, 17 de outubro de 2014

ESTÁ EM JOGO UM PROJETO DE PAÍS



Desculpem, amigas e amigos, mas tenho de completar minhas reflexões da postagem passada. Está em jogo um projeto de país. Não podemos voltar ao projeto fascistóide e entreguista dos governos de Dutra, que sucedeu a Getúlio em 1945; de Café Filho, que sucedeu a Getúlio m 1954, quando Getúlio foi levado ao suicídio pelo arquigolpista Carlos Lacerda (o Corvo), que inclusive quis impedir a posse de JK; de Jânio; dos generais-ditadores; de Fernando 1º (o Collorido) e de Fernando 2º (FHC), que torrou um patrimônio público montado, a duras penas, pelo povo brasileiro e ganhou a reeleição comprando votos no Congresso (está comprovado).
Não podemos apoiar Aécio Neves, como incompreensivelmente está fazendo a família dele, e incrivelmente Marina Silva, que já militou ao lado de Chico Mendes, mártir do latifúndio e da grilagem. Peço que tentem ver o vídeo www.facebook.com/video.php?v=10202163314719255, em que Eduardo contradiz Jarbas Vasconcelos, pedindo-lhe que respeite Dilma pelo seu passado antigolpista e democrático. Se vivo, Eduardo certamente estaria com Dilma no 2º turno.
Eduardo Campos era neto de Miguel Arraes, que, por defeitos que tenha, nunca deixou de defender as causas populares. Sobre o PSDB e Fernando 2º (FHC) leiam o que ele falou, em depoimento a Túlio Velho Barreto, em 1964 – O golpe passado a limpo. Faz ali duras críticas a FHC e ao PSDB, partido que Arraes acusa de complementar o projeto dos agentes econômicos que estiveram nas origens do golpe de 1964.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

DILMA, LULA NÃO SÃO O SOCIALISMO, MAS SÃO O CAMINHO POSSÍVEL PARA CHEGARMOS LÁ



Oi, gente! Tenho falado com alguns amigos e percebo que nem todos eles  estão decididos a votar pela continuação de Dilma Roussef na Presidência da República, neste 2º turno que se avizinha. Este blogue não está voltado para a política, mas esta é onipresente na sociedade, na nossa vida. Ex-brizolista, hoje petista, ela certamente não fez tudo que deveria ser feito por um governo popular para o nosso sofrido povo. Como Lula também não fez; teve, aliás, de abrir mão de muitos de seus postulados para se tornar palatável a parte da burguesia e ganhar a eleição em 2002. Fez aliança com banqueiros internacionais sustentando o tal de Meirelles (Banco de Boston) no Banco Central por oito anos, para desespero de seu vice José Alencar. Não fez funcionar as agências reguladoras como elas devem funcionar, continuando elas, como no governo de Fernando 2º (FHC), servindo apenas para homologar constantes aumentos de tarifas de eletricidade, telefonia e outras, e ser coniventes com péssimos serviços.
Dilma viu-se forçada a nomear ministros que sabia não serem isentos de corrupção (vários casos); não enfrentou os militares para fazê-los engolir que houve tortura e morte de dissidentes em instalações comandadas por suas corporações; não enfrentou com firmeza o problema da desindustrialização; não tomou providências para acabar (ou ao menos diminuir um pouco) a corrupção solta em empresas públicas e o impérios das empreiteiras de obras públicas etc.
Mas há pelo menos dois diferenciais na comparação dos governos Lula e Dilma (12 anos) com o governo de oito anos de Fernando 2º, com seu segundo mandato obtido, comprovadamente, através de compra de votos no Congresso. O primeiro é a implantação de uma política externa com autonomia em relação às grandes potências, finalmente após duas tentativas, uma do palhaço Jânio Quadros e a outra do general-ditador Ernesto Geisel. Lembremos que o Pavão Misterioso (Fernando 2º) obedeceu estritamente às diretrizes neoliberais estadunidenses, quebrando o nosso país duas vezes (só que um país não quebra mesmo, como uma empresa, a quebradeira é dos negócios e de toda a população que não vive de renda) e levando às nuvens o nosso endividamento externo. E entregou ao seu amigo Bill Clinton tudo o que ele exigiu, inclusive a vigilância da Amazônia, através do Sivam (raposa vigiando o galinheiro). Lembremos também que Dilma cancelou uma visita aos Estados Unidos quando estourou o escândalo da desbragada espionagem tiossâmica contra o Brasil e outros países, contra a própria presidente e outras autoridades mundo afora, inclusive a chanceler alemã Angela Merkel. Tem vários outros casos de resistência. No lugar de Dilma, Fernando 2º correria a puxar o saco do amigo Bill, que lhe obtém conferências bem remuneradas, e criar uma nova doutrina: espiona quem pode e deixa-se espionar quem tem juízo.
O segundo diferencial é, desde os tempos de Lula, uma política social capaz de, no médio prazo, acabar com a senzala e deixar a casa-grande falando sozinha. Segundo a FAO, uma organização ligada à ONU e que cuida de agricultura e alimentação, o Brasil já é considerado oficialmente um país sem fome. Em meio à grave e persistente crise mundial que afeta o mundo, inclusive o do G-7, desde 2008, o Brasil continua avançando, devagar como não poderia deixar de ser, mas garantindo investimento e emprego.
Um repórter que não é ligado à grande imprensa (capitaneada por O Globo, O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo), Carlos Drummond, distingue com pertinência os fatos das interpretações eleitorais produzidas por esses e outros jornais. Fala que há um abismo, pois o ingresso líquido de investimentos estrangeiros diretos no Brasil foi de US$6,8 bilhões só no mês de agosto, elevando o acumulado de 12 meses para US$67 bilhões. Longe do descalabro que certa imprensa e a oposição atribuem ao governo de Dilma. Outro dado positivo sonegado ou “interpretado”, por exemplo, pela Rede Globo, com seus ferozes âncoras e comentaristas, e pelos adeptos de Aécio Neves, por muitos apontado como playboy e amigo do pó: nossas reservas em moeda conversível, indicadoras de poder de fogo para repelir ataques especulativos e debelar crises cambiais, aumentaram até atingir US$379,4 bilhões. Aquela comentarista gordinha da Globo (esqueço o nome e é desimportante) que morre de rir falando em “pibinho”, omite que o PIB da Zona do Euro cresceu apenas 0,2% no primeiro trimestre e zero no segundo. Haja objetividade, isenção e “liberdade de opinião”.
Claro que Lula, Dilma estão longe do socialismo. Mas, enquanto este não chega, mais lá na frente, quando a humanidade criar juízo, vamos votar por um ambiente mais propício à sua chegada.