segunda-feira, 26 de setembro de 2016

PROJETO NACIONAL COM FORATEMER? CHINA, JAPÃO, COREIA DO SUL TÊM SEUS PROJETOS NACIONAIS, SUA TECNOLOGIA, AUTÔNOMA

Fernando 2º (FHC) andou por Buenos Aires ensinando ao presidente Macri como se vende barato um país, preparando a visita programada de ForaTemer, o atual vendilhão do nosso patrimônio público, se Nossa Senhora do Bom Parto não nos ajudar a sair desta o quanto antes.
O Brasil é um país que ora anda devagar, ora nem sai do canto. Escravagismo, abolição deste sem reforma agrária, ao contrário do que propunha Joaquim Nabuco, daí latifúndio improdutivo e empedernido, elites ignorantes, pedantes e predatórias, além de muita coisa mais, nos trouxeram a tal impasse. Até o pós-guerra, o Brasil avançava, se industrializava, se esforçava por educar melhor sua população. Com ditadura ou sem, Getúlio tinha um projeto de pais pelo qual pagou, mais adiante, com sua vida. O país tinha reservas que acumulara durante o conflito e tinha condições para voos mais altos. Atentos à senha dada pelo embaixador estadunidense Berle, Eurico Dutra, Gois Monteiro e outros generais fascistoides deram um golpe em Getúlio, pondo fim ao Estado Novo (do qual tanto se aproveitaram) quando ele já estava morrendo, pois eleições estavam marcadas para dezembro e estava-se em plena campanha com ampla liberdade.
Dutra foi eleito pelo rolo compressor do voto de cabresto. O outro candidato mais forte era outro militar fascistoide, o brigadeiro Eduardo Gomes. Continuando no caminho já iniciado pelo presidente-tampão José Linhares, Dutra prosseguiu torrando as divisas acumuladas durante a guerra na compra de sucata de guerra, cigarros dos EUA, passas da Califórnia, Coca-Cola (ainda não havia fábricas dessa droga por aqui) etc. Quando Getúlio voltou, eleito democraticamente com boa vantagem, em 1950, tentou acabar com essa sangria e, pecado mortal inafiançável, criou a Petrobras. “Ceterum, censeo Carthaginem esse delendam” (No mais, acho que Cartago deve ser destruída), como pregava o romano Cícero, devem ter pensado udenistas e golpistas em geral. Antes de findar seu mandato, o presidente foi acuado pelos antecessores de ForaTemer, preferindo suicidar-se a sair humilhado do Palácio do Catete.
Os golpistas perderam, dada a comoção popular pela morte de Getúlio. O golpe da Casa-Grande teve de ser adiado por dez anos. Lacerda ainda procurou outro golpe, com Carlos Luz, mas levou um chega-pra-lá de um militar nacionalista e anti-golpe, o marechal Henrique Teixeira Lott. Lacerda ainda buscou melar a posse de JK, eleito no ano seguinte à morte de Vargas, 1955. JK não era nenhum golpista, pelo contrário, mas a retomada do projeto nacional de Getúlio por ele não se baseou na criação de tecnologia autônoma. Ao contrário de outros países, ele fomentou a vinda de capitais estrangeiros (que não fazem mal desde que dentro de uma perspectiva nacional) para lançar uma indústria automobilística capitaneada pela Volkswagen, Ford etc.
Enquanto isso, os países derrotados na 2ª Guerra Mundial, como Alemanha, Japão, e outros massacrados pela guerra, como a Coreia do Sul, partiram para a criação ou recriação de seu parque industrial. A Alemanha é o país mais rico da Europa. Japão, Coreia do Sul e outros chamados de “tigres asiáticos” têm hoje suas indústrias automobilísticas e muitas outras de alta tecnologia, com know-how próprio ou agregação de tecnologia. Exportam até para a Europa e Estados Unidos. A China segue o mesmo caminho.
A China, até o fim da malfadada Revolução Cultural, era de um atraso penoso. Aí redescobriu, lendo Marx mais atentamente, que socialismo/comunismo não são sinônimos de estatismo; o que é público não é estatal, é da sociedade. Com tecnologia autônoma ou incorporando tecnologia importada, a China é hoje um país de regime comunista com grande espaço para um capitalismo não selvagem (o nosso é selvagem). Um exemplo para a nova Cuba e para a vizinha Coreia do Norte, atualmente governada por uma dinastia demente.

E nós? Continuamos sem criar tecnologia autônoma, desequilibrando a balança de pagamentos com importações desnecessárias. Mal ou bem, com todos os seus aspectos negativos, os governos do PT estavam retomando o projeto nacional de Getúlio Vargas. Devagar e sempre. Sempre? O golpe travestido de impeachment abriu o governo para entrega a capitais estrangeiros de tudo o que restou do patrimônio público após os dois mandatos do xogum Fernando 2º. Como na “privataria tucana” (leiam o livro homônimo), é liquidar tudo bem barato e com financiamento do BNDES. Salvar-nos-emos?

terça-feira, 20 de setembro de 2016

CARLOS MAGNO, MESMO ATAVIADO DE REI ARTUR, NÃO CONVENCE E VENDE BARATO O BRASIL

Lula acaba de lançar um site – www.lula.com.br. Vale a pena ver. E estabeleceu advogado na Europa para acompanhar as violações de direitos cometidas pela Justiça brasileira. O Sapo Barbudo, como o chamou Brizola, não é nenhum congregado mariano, mas e os outros, que o parcial juiz Moro finge não ver: Aécio, Alckmin, Fernando 2º et caterva?
How do you do Mr. ForaTemer?
Foi hilariante o escorrego de Fora Temer ao confundir Carlos Magno com o rei Artur das brumas de Avalon. Um cara que se apresenta como culto, embora esconda sua incultura na pernosticidade de algumas falas. Como é que pode?
Diretas Já! Após um golpe, sempre é bom Diretas Já.
Como comentei aqui, apesar de uma fingida isenção ianque, o golpe em curso no Brasil é do maior interesse do governo estadunidense e da finança internacional. Após a 2ª Guerra Mundial, os EUA passaram a se considerar donos do mundo e xerife internacional. A paz só durou cinco anos. Desde a Guerra da Coreia que se desenrola a 3ª e perene Guerra Mundial. A indústria bélica não aguentou o tranco da paz e exigiu que, sob o pretexto de combater o demônio comunista, conflitos se espalhassem pelo mundo afora. Grã-Bretanha e França foram obrigadas a largar (em termos) suas colônias africanas e asiáticas. Mas o fizeram sacanamente, misturando em um mesmo país etnias inimigas e separando etnias que conviviam bem. Prato feito pra guerras futuras e trava no desenvolvimento. O resultado está aí até hoje.
Cansada de golpes comandados por Washington, a América do Sul começou a eleger governos mais de acordo com seus interesses. As secretarias de Estado e da Defesa dos EUA precisavam mudar de tática. Em vez do desembarque de marines, comum na América Central e Caribe, ou a convocação de militares nativos para fazer o serviço sujo, por que não utilizar instrumentos aparentemente e formalmente constitucionais para esvaziar o avanço da banda meridional das Américas na conquista de seus próprios interesses? Com essa mudança, conseguiram derrubar governos populares na América Central, no Paraguai e agora no nosso país. Na Venezuela, a sabotagem campeia e Maduro não tem o carisma de Chávez. Só o índio Evo continua de vitória em vitória. Vingança dos espíritos dos ancestrais?
Vejamos a opinião de um economista estadunidense, Mark Weisbrot, sobre os avanços do Brasil nos governos do PT. “O Brasil também avançou muito. Em relação aos anos FHC, dobrou sua taxa de crescimento econômico. Há a política de reajuste do salário mínimo. E as políticas fiscais melhoraram muito [...]. Isso teve enorme impacto sobre o crescimento per capita do Brasil, que, antes da chegada do PT ao governo, praticamente não existia. A prioridade de Dilma Roussef, a meu ver, parece ser reforçar as políticas para reduzir a desigualdade e a pobreza”.

Esta entrevista foi dada à revista Carta Capital há quatro anos, no primeiro mandato da presidente golpeada. Não dava para aguentar. Como em 1964, impunha-se um golpe para manter a distância entre Casa-Grande e Senzala. Como aparentemente não há mais, no Exército, nas forças armadas em geral, serviçais de Washington prontos a ocupar seu próprio país; e como terminou a Guerra Fria, que justificava qualquer traição à pátria, impunha-se a tática atual do “golpe pseudoconstitucional”. Com Carlos Magno e Artur da Távola Redonda fundidos na troncha pessoa do mesmo impostor.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

POR QUE O GOLPE? PARA A RAPOSA TOMAR CONTA DO GALINHEIRO

Primeiro que tudo, Fora Temer! Um impostor. Foi cumprimentado, na China, como Mister ForaTemer. O “Fora” já grudou no nome.
Segundamente, Diretas Já, como no fim da ditadura.
Nesta postagem, transcrevo uma mensagem que recebi de Aníbal Valença, que aqui no Estado lidera o PCB (o velho Partidão). Vale a pena ter a opinião de um cabra que sabe das copisas, professor e pesquisador que é.


Golpe 'made in USA': Queda de Dilma foi ordenada por Wall Street?
Especialista canadense fala sobre os objetivos do golpe de Estado
Em artigo publicado pela primeira vez em junho, mas reeditado neste 1º de setembro, um dia após a consumação do impeachment no Brasil, o renomado professor e economista canadense Michel Chossudovsky explica por que a queda de Dilma foi ordenada por Wall Street e tenta desmascarar “os atores por trás do golpe”.
“O controle sobre a política monetária e a reforma macroeconômica eram os objetivos últimos do golpe de Estado. As nomeações principais do ponto de vista de Wall Street são o Banco Central, que domina a política monetária e as operações de câmbio, o Ministério da Fazenda e o Banco do Brasil”, diz o artigo, ressaltando que, desde o governo FHC, passando por Lula e Temer, Wall Street tem exercido controle sobre os nomes apontados para liderar essas três instâncias estratégicas para a economia brasileira.
“Em nome de Wall Street e do ‘consenso de Washington’, o ‘governo’ interino pós-golpe de Michel Temer nomeou um ex-CEO de Wall Street (com cidadania dos EUA) para dirigir o Ministério da Fazenda”, diz o artigo, referindo-se a Henrique Meirelles, nomeado em 12 de maio. Como observa o artigo, Meirelles, que tem dupla cidadania Brasil-EUA, serviu como presidente do FleetBoston Financial (fusão do BankBoston Corp. com o Fleet Financial Group) entre 1999 e 2002 e foi presidente do Banco Central sob o governo Lula, entre 1º de janeiro de 2003 e 1º de janeiro de 2011. Antes disso, o atual ministro da Fazenda, que volta ao poder sob o governo Temer após ter sido dispensado por Dilma em 2010, também atuou por 12 anos como presidente do BankBoston nos EUA.
A reportagem analisa que Henrique Meirelles, atual ministro da Fazenda, que volta ao poder sob o governo Temer após ter sido dispensado por Dilma em 2010, também atuou por 12 anos como presidente do BankBoston nos EUA. Já o atual presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, nomeado por Temer em 16 de maio, tem dupla cidadania Brasil-Israel e foi economista-chefe do Itaú, maior banco privado do Brasil. Segundo o artigo, Goldfajn “tem laços estreitos tanto com o FMI (Fundo Monetário Internacional) quanto com o Banco Mundial”. “Goldfajn já havia trabalhado no Banco Central sob Armínio Fraga, bem como sob Henrique Meirelles. Ele tem estreitos laços pessoais com o prof. Stanley Fischer, atualmente vice-presidente do Federal Reserve dos EUA (além de ex-vice-diretor do FMI e ex-presidente do Banco Central de Israel). Desnecessário dizer que a nomeação de Golfajn para o Banco Central foi aprovada pelo FMI, pelo Tesouro dos EUA, por Wall Street e pelo Federal Reserve dos EUA”, afirma o artigo. Fraga, por sua vez, atuou como presidente do Banco Central entre 4 de março de 1999 e 1º de janeiro de 2003. Ele foi diretor de fundos de cobertura (hedge funds) por seis anos na Soros Fund Management (associada ao magnata George Soros), e também tem dupla cidadania Brasil-EUA.“O sistema monetário do Brasil sob o real é fortemente dolarizado. Operações da dívida interna são conducentes a uma dívida externa crescente. Wall Street tem o objetivo de manter o Brasil em uma camisa de força monetária”, explica o professor canadense.
Por isso, afirma o artigo, quando Dilma Rousseff aponta um nome não aprovado por Wall Street para a presidência do Banco Central, a saber, Alexandre Antônio Tombini, cidadão brasileiro e funcionário de carreira no Ministério da Fazenda, é compreensível que os interesses financeiros externos se articulem aos interesses das elites brasileiras para mudar o quadro político no país. Contexto histórico No início de 1999, na sequência imediata do ataque especulativo contra o real, diz Chossudovsky, o presidente do Banco Central, Francisco Lopez (que havia sido nomeado em 13 de janeiro de 1999, a Quarta-feira Negra) foi demitido pouco depois e substituído por Armínio Fraga, cidadão americano e funcionário da Quantum Fund de George Soros em Nova York. "A raposa tinha sido nomeada para tomar conta do galinheiro", resume o artigo, afirmando que, com Fraga, os especuladores de Wall Street tomaram o controle da política monetária do Brasil.
Sob Lula, o apontamento de Meirelles para a presidência do Banco Central do Brasil dá seguimento à situação, diz o artigo, destacando que o nomeado já havia atuado anteriormente como presidente e CEO dentro de uma das maiores instituições financeiras de Wall Street. “A FleetBoston era o segundo maior credor do Brasil, após o Citigroup. Para dizer o mínimo, ele (Meirelles) estava em conflito de interesses. Sua nomeação foi acordada antes da ascensão de Lula à presidência”, escreve o autor. Além disso, Meirelles foi um firme defensor do controverso Plano Cavallo da Argentina na década de 1990: “um ‘plano de estabilização’ de Wall Street que causou grandes estragos econômicos e sociais”, segundo o professor Chossudovsky.
De acordo com ele, “a estrutura essencial do Plano Cavallo da Argentina foi replicada no Brasil sob o Plano Real, ou seja, a imposição de uma moeda nacional conversível dolarizada. O que esse regime implica é que a dívida interna é transformada em uma dívida externa denominada em dólar”. Quando Dilma sobe à presidência em 2011, Meirelles é retirado da presidência do Banco Central. Como ministro da Fazenda de Temer, ele defende a chamada “independência do Banco Central”. “A aplicação deste conceito falso implica que o governo não deve intervir nas decisões do Banco Central. Mas não há restrições para as ‘Raposas de Wall Street’”, diz o artigo, acrescentando que “a questão da soberania na política monetária é crucial” e que “o objetivo do golpe de Estado foi negar a soberania do Brasil na formulação de sua política macroeconômica”.
De fato, sob o governo Dilma, a "tradição" de nomear uma “raposa de Wall Street" para o Banco Central foi abandonada com a nomeação de Tombini, que permaneceu no cargo de 2011 até maio de 2016, quando Temer assume a presidência interina do país. A partir daí, Meirelles, no Ministério da Fazenda do governo interino, “aponta seus próprios comparsas para chefiar o Banco Central (Goldfajn) e o Banco do Brasil (Paulo Caffarelli)”, diz o artigo do Global Research, sublinhando que o novo ministro havia sido descrito pela mídia dos EUA como "market friendly" (“amigável ao mercado”).
Conclusão: “O que está em jogo através de vários mecanismos – incluindo operações de inteligência, manipulação financeira e meios de propaganda – é a desestabilização pura e simples da estrutura estatal do Brasil e da economia nacional, para não mencionar o empobrecimento em massa do povo brasileiro”, afirma Chossudovsky. Segundo a tese do renomado professor, “Lula era ‘aceitável’ porque seguiu as instruções de Wall Street e do FMI”, mas Dilma, com um governo mais guiado por um nacionalismo reformista soberano, não pode ser “aceita” pelos interesses financeiros dos EUA, apesar da agenda política neoliberal que prevaleceu sob seu governo.
“Se Dilma tivesse decidido manter Henrique de Campos Meirelles, o golpe de Estado muito provavelmente não teria ocorrido”, afirma o analista. “Um ex-CEO/presidente de uma das maiores instituições financeiras dos Estados Unidos (e um cidadão dos EUA) controla instituições financeiras chaves do Brasil e define a agenda macroeconômica e monetária para um país de mais de 200 milhões de pessoas. Chama-se um golpe de Estado… dado por Wall Street”, conclui Chossudovsky.
Michel Chossudovsky, escritor premiado, é professor (emérito) de Economia da Universidade de Ottawa, fundador e diretor do Centro de Pesquisa sobre a Globalização (CRG) e editor da organização independente de pesquisa e mídia Global Research. Ele lecionou como professor visitante na Europa Ocidental, no Sudeste Asiático e na América Latina, serviu como conselheiro econômico para governos de países em desenvolvimento e tem atuado como consultor para várias organizações internacionais. 

Ele é autor de onze livros, publicados em mais de vinte línguas. Em 2014, foi premiado com a Medalha de Ouro de Mérito da República da Sérvia por seus escritos sobre a guerra de agressão da OTAN contra a Iugoslávia.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

DINHEIRO DA FUNDAÇÃO FORD/CIA PARA O CEBRAP. FERNANDO 2º DIZ QUE NEM TINHA COMO GASTAR E TAMBÉM NINGUÉM PRECISAVA PRESTAR CONTAS

Consta que a Fundação Ford (EUA) tem como um de seus objetivos conquistar a intelectualidade ocidental para as propostas ideológicas estadunidenses. Uma comprovação disso encontra-se no livro Quem pagou a conta? da pesquisadora inglesa Frances Stonor Saunders (tradução brasileira pela Record, de Vera Ribeiro). Segundo outro interessante livro, Fernando Henrique Cardoso, o Brasil do possível, da francesa Brigitte Hersant Leoni (tradução pela Nova Fronteira, de Dora Rocha), numa noite do início de 1969, pouco após a edição do infame AI-5 da ditadura de 1964-85, Fernando 2º (FHC) foi ao escritório da Fundação Ford, onde teve uma conversa com Peter Bell, seu representante no nosso país. Bell se entusiasma com a alma entreguista do xogum (qualificação que lhe foi dada por Mangabeira Unger, de Harvard) e lhe oferece uma ajuda financeira de US$145 mil para montar o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). Isso era apenas uma entradazinha de uma ajuda que pode ter chegado US$1 milhão.
Agora que vimos Fernando 2º apoiando, junto com uma malta de tucanos de impressionante bico, o golpe travestido de impedimento contra a presidente eleita em 2014, podemos ter certeza sobre o dinheiro americano. Não o estavam jogando pela janela. Ele já tinha serviços prestados. Por exemplo, mancomunado com o chileno Faletto, acabava de lançar Dependência e desenvolvimento na América Latina. O livro defende a tese de que países em desenvolvimento ou mais atrasados podem se desenvolver mesmo mantendo dependência em relação a países ricos, como os EUA. Com essa grana para gastar à vontade, o xogum foi catapultado a personalidade internacional, sendo convidado por universidades europeias e estadunidenses. E o que é a Fundação Ford (ou era?): um braço intelectual da CIA, serviço secreto dos EUA.
Segundo a pesquisadora Saunders, o uso de fundações filantrópicas pela CIA ocultava a origem da grana e podia financiar intelectuais escolhidos por sua postura “correta” na Guerra Fria. O que tornou difícil sustentar equidistância cultural. No livro, a autora diz que, segundo Fernando 2º, o dinheiro era tanto que não se conseguia gastar tudo: “Não havia limites. Ninguém tinha de prestar contas. Era impressionante”.
Tem um economista estadunidense, Mark Weisbrot, colunista do inglês The Guardian e do The New York Times, que em 2012, falando à revista Carta Capital, exaltou a maior independência da América do Sul em relação aos EUA e ao FMI: “A região passou por uma mudança enorme na última década. No passado, estava dominada pelos Estados Unidos, mas hoje o Cone Sul é mais independente de Washington, além de ter uma política exterior autônoma. A mudança é histórica e abriu um monte de oportunidades. O crescimento econômico dos últimos dez anos na região foi muito mais alto do que aquele ocorrido entre 1980 e 2000. O grande resultado é mérito dos novos governos de esquerda”.

A Casa-Grande, empresários rentistas, reacionários empedernidos não podiam tolerar isso. Lugo, Zelaya, Dilma foram golpeados sem complacência. Maduro está balançando na corda bamba. Enquanto isso, Temer e seus asseclas que assaltaram o poder se apressam em torrar o que sobrou do patrimônio público, que o xogum não teve tempo de torrar. Merecemos? Isso vai mudar? Que o Bom Jesus da Lapa nos proteja.