sábado, 5 de agosto de 2017

REPETE-SE NA VENEZUELA O CERCO QUE ALLENDE SOFREU NO CHILE NOS ANOS 1970

Repete-se na Venezuela o que mais de 40 anos atrás ocorreu no Chile. O socialista Salvador Allende foi levado à Presidência da República em eleições livres, democráticas e tentava melhorar a vida da população pobre de seu país, fomentando ao mesmo tempo o progresso. Em plena guerra fria, os Estados Unidos não aguentavam mais essa tentativa de alcançar socialismo com desenvolvimento e liberdade. O Chile depende muito do transporte rodoviário para seu abastecimento e foi aí que o bondoso Tio Sam atacou, promovendo e financiando greves e mais greves de caminhoneiros.
Washington conseguiu seu intento de criar na América do Sul mais uma ditadura amiga quando o renegado general Pinochet atacou a sede da Presidência, levando Allende ao suicídio e inaugurando uma ditadura das mais bárbaras e duradouras por estas bandas. Diga-se de passagem, aprovada pelos países ricos, como as da Argentina, do Brasil, do Uruguai.
Agora que os militares estão mais dedicados a seu ofício de defesa dos seus países, Washington ataca por outros meios um regime com o qual não concorda, criado por Hugo Chávez, que morreu e foi substituído por um cara muito menos preparado para prosseguir com os ideais de Simón Bolívar, o Libertador. E ataca com armas semelhantes às usadas no Chile. Promove e financia o desabastecimento e constantes manifestações de rua.
Enquanto isso, os petrodólares utilizados por Chávez para financiar o fim da miséria minguam em virtude da queda dos preços do petróleo. Simultaneamente a Organização dos Estados Americanos (OEA), uma espécie de agência dos Estados Unidos, o governo do bufão Trump e os de outros países ricos condenam a tentativa dita bolivariana e criam sanções contra Caracas. E acolitados pelo Itamaraty de Michel Miguel Elias Temer Lulia, que humilha aquela nossa anterior política externa independente.
Eu nunca vi se condenar uma Constituinte. É o que acontece agora com a Venezuela. O protagonismo da CIA continua firme e atuante na América Latina e Caribe. Para essa agência estadunidense Constituinte, Constituição, democracia são coisa de branco. Povos morenos têm é que se submeter a ditaduras amigas dos EUA. Amigas como as da Arábia Saudita e outras. Para as inimigas valem outras leis. Por enquanto, o presidente Maduro e o chavismo ganharam novo fôlego com a votação pró-Constituinte.

Estranho é como toda a mídia brasileira ataca Maduro e o chavismo violentamente, com raríssimas exceções. Se o projeto mais à esquerda de Lula voltar ao poder, uma das providências urgentes a tomar é a regulação da mídia que depende de concessão (basicamente rádio e TV). Se é uma concessão, não pode ganhar o quase monopólio da Rede Globo, um autêntico partido político contra qualquer oposição.

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