Gente, tem povos no mundo que não são considerados
um país, não constituem um Estado. Os europeus, que se consideram donos do
mundo (ao menos, se consideravam), na colonização e nas partilhas territoriais,
são responsáveis por muitas separações e junções de povos, no Oriente Médio, na
África. Isso vem provocando brigas e genocídios, mas também os faz (ou fazia) mais
poderosos.
Os curdos são uma etnia, um povo bem
caracterizado, com sua língua própria, território, mas nunca foi contemplado com
o direito de constituir um Estado próprio. O Curdistão abrange partes de seis
países: Turquia, Síria Irã, Iraque, Armênia e Azerbaijão. E ainda sobra um
pouquinho para a Federação Russa. Na guerra desencadeada contra o chamado
Estado Islâmico (EI), além dos interesses do Irã, Estados Unidos, Rússia, os guerrilheiros
curdos estão em grande atividade para não perder essa oportunidade de criar um
Estado embrionário, em pedaços do Iraque e da Síria, que poderia se ampliar
futuramente.
O líder da região curda praticamente autônoma
no norte do Iraque, Massoud Barzani, já convocou um plebiscito sobre a
independência para 25 de setembro. A autonomia está à vista e é negociável. A
Turquia vê com maus (péssimos) olhos a pretensão curda, pois a grande população
curda no leste do país constitui um espinho atravessado na garganta de Ancara.
É considerada e tratada como separatista, subversiva e até comunista. Se fosse
por estas bandas sul-americanas, bolivariana seria...
Quando eu era adolescente, li muitos livros
do alemão Karl May, que, sem sair da sua terra, escreveu, como se os
conhecesse, sobre índios americanos (como Winnetou)
e até sobre a terra dos curdos, Pelo
Curdistão bravio. Fiquei gostando desses povos, assim como gosto dos índios
brasileiros, sul-americanos, de todo mundo. Aliás, segundo Jorge Ben Jor, “todo
dia é dia de índio”. Tenho um amigo, Gildácio Paes Mendonça, que me chama de “Cacique
Juruna”, devido à minha aproximação com os xucurus de Pesqueira e o seu cacique
Marquinhos, filho de Xicão, que foi assassinado por grileiros das terras
indígenas.
Aqueles países que se repartem o bravio Curdistão
não querem nenhuma mudança no statu quo estabelecido pelas potências europeias.
Gente arengueira. Né? Mas é isso mesmo. Aquela gente, sempre controlada pela
Europa, aprendeu com os europeus (pré-União Europeia) as guerras sem fim que
consumiram as energias do Velho Mundo por séculos. Quer briga e procura aliados
onde? Na Europa.
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