sábado, 8 de julho de 2017

O BRAVIO CURDISTÃO, UM POVO EM BUSCA DE UM ESTADO

Gente, tem povos no mundo que não são considerados um país, não constituem um Estado. Os europeus, que se consideram donos do mundo (ao menos, se consideravam), na colonização e nas partilhas territoriais, são responsáveis por muitas separações e junções de povos, no Oriente Médio, na África. Isso vem provocando brigas e genocídios, mas também os faz (ou fazia) mais poderosos.
Os curdos são uma etnia, um povo bem caracterizado, com sua língua própria, território, mas nunca foi contemplado com o direito de constituir um Estado próprio. O Curdistão abrange partes de seis países: Turquia, Síria Irã, Iraque, Armênia e Azerbaijão. E ainda sobra um pouquinho para a Federação Russa. Na guerra desencadeada contra o chamado Estado Islâmico (EI), além dos interesses do Irã, Estados Unidos, Rússia, os guerrilheiros curdos estão em grande atividade para não perder essa oportunidade de criar um Estado embrionário, em pedaços do Iraque e da Síria, que poderia se ampliar futuramente.
O líder da região curda praticamente autônoma no norte do Iraque, Massoud Barzani, já convocou um plebiscito sobre a independência para 25 de setembro. A autonomia está à vista e é negociável. A Turquia vê com maus (péssimos) olhos a pretensão curda, pois a grande população curda no leste do país constitui um espinho atravessado na garganta de Ancara. É considerada e tratada como separatista, subversiva e até comunista. Se fosse por estas bandas sul-americanas, bolivariana seria...
Quando eu era adolescente, li muitos livros do alemão Karl May, que, sem sair da sua terra, escreveu, como se os conhecesse, sobre índios americanos (como Winnetou) e até sobre a terra dos curdos, Pelo Curdistão bravio. Fiquei gostando desses povos, assim como gosto dos índios brasileiros, sul-americanos, de todo mundo. Aliás, segundo Jorge Ben Jor, “todo dia é dia de índio”. Tenho um amigo, Gildácio Paes Mendonça, que me chama de “Cacique Juruna”, devido à minha aproximação com os xucurus de Pesqueira e o seu cacique Marquinhos, filho de Xicão, que foi assassinado por grileiros das terras indígenas.

Aqueles países que se repartem o bravio Curdistão não querem nenhuma mudança no statu quo estabelecido pelas potências europeias. Gente arengueira. Né? Mas é isso mesmo. Aquela gente, sempre controlada pela Europa, aprendeu com os europeus (pré-União Europeia) as guerras sem fim que consumiram as energias do Velho Mundo por séculos. Quer briga e procura aliados onde? Na Europa.

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