segunda-feira, 17 de julho de 2017

WIKILEAKS VAZA DOCUMENTO DO GOVERNO DOS ESTADOS UNIDOS EM QUE SE FUNDAMENTAM AS INVESTIGAÇÕES E JULGAMENTOS DO JUIZ SÉRGIO MORO

Vão se confirmando, gente, a formação e os pendores pró-estadunidenses do juiz curitibano Sérgio Moro. O Wikileaks é um perigo; seus vazamentos são atrozes. Pois foi ali que vazou documento do governo dos EUA onde se mostra como o Tio Sam treina agentes judiciais brasileiros e de outros países, entre os quais o justiceiro seletivo Moro. De 2009, o documento pede para instalar treinamento aprofundado em Curitiba. Qualquer semelhança com a atualidade seria mera coincidência?
O Departamento de Estado e o Pentágono não desistem de controlar o resto da América. Por enquanto, arquivaram os golpes militares que implantavam ditaduras amigas dos EUA. Se a ditadura é amiga, controlada por títeres, deixa de ser tratada como ditadura inimiga. No momento, eles se utilizam de golpes pseudoconstitucionais, via impeachment, que vêm dando certo (pra eles) em vários países. Nada mais natural que busquem influenciar o Judiciário, sem a anuência do qual os impedimentos poderiam ser cancelados. Daí que muitos juízes, em Pau Brasil, perderam a isenção e abraçaram julgamentos politizados.
Pelo vazamento do Wikileaks a que me refiro, em 2009 o Departamento de Estado dos EUA realizou, no Rio de Janeiro, um seminário de cooperação com a presença de membros selecionados do Judiciário, Polícia Militar, Ministério Público, mais autoridades estadunidenses. O seminário se intitulou “Projeto Pontes: construindo pontes para a aplicação da lei no Brasil” e consolidava treinamento bilateral de aplicação das leis e habilidades práticas de contraterrorismo. A delegação de Pindorama era a maior, mas havia também participantes do México, Costa Rica, Panamá, Argentina, Uruguai e Paraguai.
O combate ao contraterrorismo era o novo discurso com que George W. Bush fundamentava o “direito inalienável” do imperialismo americano como polícia do mundo após o fim da Guerra Fria. No seminário, Sérgio Moro (doutrinado em Harvard) discorre sobre os cinco pontos mais comuns acerca da lavagem de dinheiro no Brasil A equipe de treinamento ianque ensina aos pupilos brasileiros e estrangeiros os segredos da “investigação e punição nos casos de lavagem de dinheiro, incluindo a cooperação formal e informal entre os países, confisco de bens, métodos para extrair provas, negociação de delações, uso de exame como ferramenta e sugestões sobre como lidar com ONGs suspeitas de serem usadas para financiamento ilícito”.

Eis um retrato fiel antecipado do que veio a ser a assim dita República de Curitiba. O jornal belga Le Soir e o francês Le Monde também trataram recentemente do assunto.

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