Vão se confirmando, gente, a formação e os
pendores pró-estadunidenses do juiz curitibano Sérgio Moro. O Wikileaks é um
perigo; seus vazamentos são atrozes. Pois foi ali que vazou documento do governo
dos EUA onde se mostra como o Tio Sam treina agentes judiciais brasileiros e de
outros países, entre os quais o justiceiro seletivo Moro. De 2009, o documento
pede para instalar treinamento aprofundado em Curitiba. Qualquer semelhança com
a atualidade seria mera coincidência?
O Departamento de Estado e o Pentágono não
desistem de controlar o resto da América. Por enquanto, arquivaram os golpes
militares que implantavam ditaduras amigas dos EUA. Se a ditadura é amiga,
controlada por títeres, deixa de ser tratada como ditadura inimiga. No momento,
eles se utilizam de golpes pseudoconstitucionais, via impeachment, que vêm
dando certo (pra eles) em vários países. Nada mais natural que busquem
influenciar o Judiciário, sem a anuência do qual os impedimentos poderiam ser cancelados.
Daí que muitos juízes, em Pau Brasil, perderam a isenção e abraçaram julgamentos
politizados.
Pelo vazamento do Wikileaks a que me refiro,
em 2009 o Departamento de Estado dos EUA realizou, no Rio de Janeiro, um
seminário de cooperação com a presença de membros selecionados do Judiciário,
Polícia Militar, Ministério Público, mais autoridades estadunidenses. O
seminário se intitulou “Projeto Pontes: construindo pontes para a aplicação da
lei no Brasil” e consolidava treinamento bilateral de aplicação das leis e
habilidades práticas de contraterrorismo. A delegação de Pindorama era a maior,
mas havia também participantes do México, Costa Rica, Panamá, Argentina,
Uruguai e Paraguai.
O combate ao contraterrorismo era o novo
discurso com que George W. Bush fundamentava o “direito inalienável” do imperialismo
americano como polícia do mundo após o fim da Guerra Fria. No seminário, Sérgio
Moro (doutrinado em Harvard) discorre sobre os cinco pontos mais comuns acerca
da lavagem de dinheiro no Brasil A equipe de treinamento ianque ensina aos
pupilos brasileiros e estrangeiros os segredos da “investigação e punição nos
casos de lavagem de dinheiro, incluindo a cooperação formal e informal entre os
países, confisco de bens, métodos para extrair provas, negociação de delações,
uso de exame como ferramenta e sugestões sobre como lidar com ONGs suspeitas de
serem usadas para financiamento ilícito”.
Eis um retrato fiel antecipado do que veio a
ser a assim dita República de Curitiba. O jornal belga Le Soir e o francês Le
Monde também trataram recentemente do assunto.
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