sexta-feira, 28 de julho de 2017

GOVERNANTES DO RECIFE PRECISAM TORNAR REALIDADE BONS PROJETOS, QUE SÃO ANUNCIADOS E CAEM NO ESQUECIMENTO

Amigas e amigos, vamos dar uma volta hoje pelo Recife, que já foi uma cidade “pequena, porém decente” aí pelos anos 1940/50, quando se podia andar a pé pelas ruas de madrugada e não se matava por distração que nem hoje. Ela é irmã de Olinda e noiva da revolução, no dizer do poeta Carlos Pena Filho (não casa nunca). Teve grandes e competentes governantes, como Maurício de Nassau, no século 17, Pelópidas Silveira, Miguel Arraes, João Paulo, no século passado e no atual.
Hoje está entregue às baratas, conforme a expressão popular. Não merece, mas está. O que eu pretendo observar é a quantidade de bons projetos de urbanização e revitalização da cidade que são anunciados como breve realidade e logo caem no esquecimento. Um dos últimos é a transformação da Rua do Imperador Pedro II em uma via exclusiva para pedestres, que iria da Praça da República à Av. Nossa senhora do Carmo. A ideia levada à Prefeitura da Cidade é do auditor fiscal aposentado Cláudio Couceiro d’Amorim. Um ilustre morador da rua foi Maurício de Nassau, que ali instalou o primeiro observatório astronômico das Américas.
Lembro que a via já hospedou, por muitos anos, os prédios do Jornal do Commercio e da Rádio Jornal. O empresário F. Pessoa de Queiroz era muito caprichoso e construía sedes bem apropriadas para seus meios de comunicação. A TV Jornal, na Rua de Lima, até hoje chama atenção, tendo atraído para terrenos contíguos as outras mídias do grupo, hoje dirigido pelo empresário João Carlos Paes Mendonça. Hospeda ainda o Gabinete Português de Leitura, a OAB, o Arquivo Público, o Convento de Santo Antônio, a Capela Dourada e tem algumas construções abandonadas. Não esqueçamos o famoso Restaurante Dom Pedro, frequentado ainda hoje por jornalistas, mesmo depois que os dois principais jornais de Pernambuco se mudaram para Santo Amaro.

O poder público, segundo Couceiro, poderia criar incentivos para que as construções abandonadas fossem ocupadas com atividades culturais e mesmo residenciais. Tem muita gente que acha charmoso morar no centro revitalizado. O Gabinete Português de Leitura, que existe desde 1850, abriga rica biblioteca que pode ser consultada gratuitamente. A Prefeitura da Cidade olha com simpatia o projeto de Couceiro. Mas ela já acumula outros, anunciados e aguardando realização, como recuperação de calçadas, navegação pelo Capibaribe, além de outros.

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