segunda-feira, 10 de julho de 2017

O ATOR HOLLYWOODIANO RICHARD GERE FICOU HORRORIZADO COM O QUE VIU EM HEBRON, CIDADE PALESTINA OCUPADA HÁ 50 ANOS, QUANDO ISRAEL ANEXOU A CISJORDÂNIA

Gente, volto a postar algo sobre as ações do governo israelense contra os palestinos. Já lhes expliquei mais de uma vez por que não posso ser antijudeu: não posso ser contra nenhum povo e, no caso dos judeus, Jesus Cristo, Nossa senhora, os primeiros cristãos eram todos judeus. Compartilhamos o Antigo Testamento da Bíblia e a fé em um único Deus. Mas uma coisa é o povo judeu, outra o Estado de Israel. E, mesmo que assim o pretenda, o governo do Estado de Israel não representa todo o povo israelita. E faz uma limpeza étnica na Palestina, contra a qual muitos judeus se posicionam. Mais uma vez recomendo: procurem o livro do historiador judeu e israelense Ilan Pappé sob o título The ethnic cleansing of Palestine.
Volto ao tema por ter recebido, via site Diálogos do Sul, observações feitas pelo ator hollywoodiano Richard Gere, que recentemente esteve na Terra Santa promovendo um filme de que participa e visitou a cidade de Hebron, na Cisjordânia ocupada. Foi acompanhado por membros do movimento judeu de protesto Rompendo o Silêncio. Olhando ao seu redor na cidade ocupada e maltratada, Gere compara a situação ali à segregação por muito temo reinante no sul dos Estados Unidos: “Os negros sabiam aonde podiam ir: podiam beber dessa fonte, não podiam ir ali, não podiam comer nesse lugar. Entenda bem, não atravesse se não quiser levar uma bala na cabeça ou ser linchado”.
Em Hebron moram 160 mil palestinos escapados à limpeza étnica e ali o governo israelense enfiou uma colônia de 500 colonos judeus dos mais radicais. Hoje a Rua Shuhada, de grande comércio anteriormente, vive quase deserta. Os palestinos foram proibidos de comerciar ali e suas casas e lojas, por onde passam os colonos judeus para a sinagoga, foram lacradas. Vídeos atrozes mostram os invasores, protegidos pela polícia, jogando pedras contra os palestinos e maldizendo-os. A população israelense não ignora o que se passa ali. Aquele tipo de colono radical não goza de simpatia e os noticiários israelenses transmitem a seus ouvintes e telespectadores cenas de radicais atacando palestinos sem provocação.
Por outro lado, a Unesco declarou há pouco a área antiga de Hebron uma “zona protegida” do patrimônio mundial, por ser um local de valor universal excepcional em perigo. Então, patrimônio mundial e patrimônio em perigo, graças à Unesco. Para o Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Palestina, simulacro de soberania que sobrou dos Acordos de Oslo, a votação desse órgão das Nações Unidas é um êxito para a batalha diplomática travada pelos palestinos em várias frentes. Sabemos que o governo de Israel ignora olimpicamente resoluções do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral das Nações Unidas referentes ao apartheid que impôs aos antigos habitantes da Terra Santa.

Para o primeiro-ministro da Israel, Benyamin Netaniahu, que se porta em relação aos palestinos como se estes fossem culpados pelo Holocausto comandado pelos nazistas, é “delirante” a decisão da Unesco. E sempre que Netaniahu se zanga com a ONU, vai cortando a contribuição de seu Estado à organização que, em um ano, minguou de US$11 milhões para US$2,7 milhões. Leve-se ainda em consideração que o genocídio sistemático de judeus durante a 2ª Guerra Mundial é abominável sob qualquer perspectiva. Mas também foram massacrados pelos discípulos de Hitler milhares de cristãos e cerca de 60 milhões de russos.

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