Gente, eu não tenho avançado muito neste
blogue em boa parte devido ao mau desempenho da internet neste país tropical,
em que a privatização, ao contrário do que ocorreu na Inglaterra, não veio para
melhorar o desempenho de algumas empresas públicas, mas para enriquecer meia
dúzia de amigos do rei. Vejam o precioso livro A privataria tucana. Além do mais, privataria financiada pelo BNDES
e pelas pornográficas tarifas que pagamos por internet, telefone, energia, TV fechada
etc. Hoje, vou falar sobre um livro que me caiu nas mãos recentemente por obra
de sebos on line, Vida e obra do
plagiário Paulo Francis, do jornalista Fernando Jorge. O trabalho é antigo,
com duas edições em 1996 e 1997, mas eu ainda não o havia descoberto, talvez
por não ter tido a divulgação que merece. O acusado Francis tinha muitos amigos
na imprensa e alhures, encantados com seus chutes e pose de homem culto.
Eu lia raramente o que ele escrevia, por puro
desinteresse. Com a erudição e quilometragem cultural que o seminário e a
faculdade me deram, não era difícil ver que esse cara era um tremendo chutador,
além de frustrado por sua espetacular ignorância, e tinha a mania de
achincalhar nomes realmente competentes e até veneráveis. Fernando Jorge
acrescenta que ele plagiava sem compostura. Para bancar uma pose maior, foi
para os Estados Unidos, de onde mandava colunas para jornalões do Rio e São
Paulo, além de participar de um pífio programa chamado Manhattan Connection,
que ainda hoje teima em persistir, dirigido por Lucas Mendes, que se autointitula
“Papel Higiênico”. Isto mesmo, o papel higiênico dos malfeitos dos governos
inimigos da Rede Globo.
Os chutes de Francis eram uma característica
de seu magro jornalismo. Quando eu trabalhava no jornal alternativo Opinião, no Rio, financiado por Fernando
Gasparian, ele mandou de Nova York uma matéria execrável (não lembro sobre o
que) em que bancava o repórter sobre um fato acontecido em outra parte dos EUA,
sem sair de seu canto. Não apurava, não pesquisava. Uma vez, quando eu já
estava de volta ao Recife, escrevi uma gozação com ele. Disse que ele tinha
descoberto, com um certo atraso, que o nascimento de Jesus Cristo não coincide
exatamente com a contagem da Era Cristã; algo que eu havia estudado, muitos
anos atrás, na minha licenciatura em teologia, feita em Lyon, na França. Algum
fã enviou-lhe o que eu havia escrito e ele ficou pê. Não entendeu a gozação e
xingou muito (isto ele sabia fazer).
Fernando Jorge esmiúça a incultura, as
frustrações e pretensões de Francis, tudo com base em exaustiva pesquisa e
centenas de citações das diatribes dele. Descendente de alemães, encarnou
tardiamente o espírito ariano do 3º Reich e odiava negros, nordestinos em geral,
japoneses, árabes. Garoto de estimação de Pascoal Carlos Magno, um diplomata
que era gay e que promovia o teatro de estudantes, não conseguiu ser um bom
ator e vingou-se xingando atores e atrizes de renome.
Felizmente, Paulo Francis está completamente
esquecido. Morreu pela boca, que nem peixe. Caluniou gratuitamente a Petrobras
(odiava a esquerda e seus ícones) e estava respondendo a processo que iria
destruir o que ele havia angariado com seu péssimo jornalismo. Por hoje,
fiquemos por aqui. Deem uma olhada nas colunas à esquerda e á direita deste
blogue.
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