Volto a me comunicar com vocês em meio à
exaltação patriótica da Copa do Mundo. Quando iniciei este blogue, pretendia
postar alguma coisa toda segunda-feira, mas nem sempre isto é possível. Tem
compromissos inadiáveis, como o médico pra prolongar um pouco a vida com
bem-estar. E pra chegar no consultório, a gente tem de enfrentar um trânsito
cada dia mais incivilizado e travado. Hoje mesmo (26 de junho), tentei ir ao
médico na Ilha do Leite, mas tive de voltar da Avenida Caxangá. O caos, num dia
em que o Recife está cheio de estrangeiros. Propaganda do nosso turismo. Tem também
a assim dita privataria tucana, que entregou as comunicações e adjacências, de
mão beijada, a alienígenas que não têm o mínimo interesse em nosso progresso: a
banda larga vai sempre estreitando, quando não desaparece (moro num esconderijo
aqui em Aldeia). A Celpe, outra privatizada tucanamente em troca de uma estrada
que já está sucateada, gosta de deixar as nossas matas aqui às escuras. Gente,
é muita sacanagem. Assim ,vamos combinar o seguinte: faço novas postagens sem
dia certo, quando tiver o que dizer e barra mansa. Na semana passada, acrescentei
mais um capítulo em “Viver é muito perigoso”.
Felizmente, a Copa vai andando sem sabotagens
e vandalismo. De mal mesmo, só o berreiro do Gavião Bueno e o costumeiro
besteirol dos comentaristas. Uma coisa que eu desejo comentar é a ampla
fiscalização sanitária em supermercados e outros pontos de abastecimento e
comedoria às vésperas do evento. Descobriram muita coisa estragada, fora do
prazo de validade, armazenada sem condições satisfatórias de higiene. Uma
dirigente da associação dos supermercados garantiu que a culpa é dos
funcionários. Multinacionais do porte do Walmart e do Carrefour não são capazes
de fazer essas coisas ... Terminada a Copa, tudo volta ao que era “dantes no
quartel de Abrantes”. Negros, morenos, brancos subdesenvolvidos não merecem
produtos em boas condições, como não merecem bom fornecimento de energia,
telefônicas minimamente eficazes ...
Outra observação. Apesar da subserviência de
nossas autoridades às transportadoras de passageiros, ao lóbi dos transportes
em geral, sai um BRTzinho aqui, uma faixa exclusiva acolá. Mas o prometido BRT
deu no que deu. Ainda falta muito pra ficar totalmente pronto (quem sabe,
quando o Brasil hospedar outra Copa) e, em muitos trechos, os seus ônibus se
misturam com outros veículos. Já a faixa azul, exclusiva para ônibus, funciona
precariamente devido à falta de fiscalização para inibir os bem educados e
apressadinhos donos de carros particulares. Esse pessoal dito governante
esquece até do que já se fez. Há uns 20 anos, existe uma faixa exclusiva para
ônibus na Avenida Caxangá, onde agora passam os BRTs. Mas ela nunca funcionou a
contento porque sempre foi invadida por automóveis. Nunca se lembraram de
fiscalizar. Enquanto isso, guardinhas de trânsito se escondem da vista de todos
para surpreender falhas de motoristas em outras partes da cidade.
Finalizando. Vocês já repararam o Lucas
Mendes se orgulhando de ser papel higiênico? Isto mesmo, papel higiênico. Ele
faz um programa muito chinfrim na Globo intitulado Manhattan Connection,
acolitado por algumas figuras. Acredito que pensam que, como o programa é
transmitido de Nova York, automaticamente ganha credibilidade. Mas não
acrescentam nada, a não ser aqueles habituais “comentários” e “interpretações”
da Globo, que omite, como quase toda a grande imprensa, ou distorce notícias, e
interpreta tudo ao agrado dos donos do grupo e da chamada Casa Grande. Aí
aparece o Lucas Mendes fazendo propaganda da sua obra e dizendo que o papel de
que ele mais gosta é o papel higiênico, para limpar a (com licença da palavra)
merda de um governo que não agrada a seus patrões, mas que eles não têm mais
poder para mudar; ou então derrubar por um providencial golpe, que eles chamam
de “revolução”.