terça-feira, 18 de março de 2014

A QUEM INTERESSA A BAGUNÇA ORGANIZADA?



Minha gente, não fiz novas postagens de comentários nas últimas semanas porque era Carnaval, ressaca, essas coisas. Em lugar disso postei dois capítulos de minha autobiografia tão “precoce” – Viver é muito perigoso. Mas esqueci de avisar a Vossências e muita gente reclamou da minha ausência. É a minha falta de habilidade com a eletrônica em geral e com a internet. Estou prosseguindo na conversa com vocês nesta terça-feira, 18 de março (amanhã é dia de plantar milho), porque ontem meu provedor da internet estava de recesso. O que acontece frequentemente devido à famosa Privataria Tucana (leiam o livro), que torrou o patrimônio público nacional construído pelo povo brasileiro a duras penas em troca de alguns míseros mirréis, ainda mais financiados por bancos nacionais públicos. Nunca se viu tamanho assalto. O ínclito xogum Fernando 2º (o Cardoso) criou agências reguladoras que nada regulam a não ser o constante e abusivo aumento de tarifas. Lula e Dilma deixaram tudo como está para ver como fica.
É claro que alguma coisa deveria ser privada. Tinha até editora, como a José Olympio, como empresa pública. Mas as privatizações deveriam ter seguido o modelo Margareth Thatcher, grande modelo dos Fernandos (1º, Collor, e 2º), de Menem, de Fujimori e de outros pilantras eméritos. Ações de algumas empresas públicas britânicas foram pulverizadas e negociadas na Bolsa, em vez da grossa esculhambação praticada por Fernando 2º, Serjão et caterva. Até hoje, aqui em Aldeia, podem-se ver as ruínas de um centro de pesquisas da Telebras, que, juntamente com outro localizado em São Paulo, teria o objetivo de fazer pesquisas e planejamento para o desenvolvimento do sistema nacional de telecomunicações. Acontece que o bondoso Tio Sam decretou o desmonte de toda a nossa infraestrutura desenvolvimentista, e quem é que pode resistir? Agora mesmo, o presidente russo (Ras)Pútin está aí morrendo de medo (rá, rá,rá) das ameaças de Obama devido à volta da Crimeia ao seio da Rússia (sempre foi russa até mais ou menos 1954, quando o premiê soviético Nikita Krustchev decidiu, não me lembro por quê, anexá-la à Ucrânia; de todo modo, era tudo URSS).
Eis que afundo em tergiversações, como diria meu colega José Teles. O que eu havia programado mesmo era escrever sobre a bagunça criminosa em que, há já mais de seis meses, se transformaram manifestações legais e, muitas vezes, justas contra a tradicional roubalheira na construção de obras públicas (estádios para a Copa do Mundo, por exemplo, entre outras). O que aconteceu na Ceagesp, em São Paulo, é incrível e absolutamente inaceitável. A polícia chegou bem depois da quase destruição do entreposto, jogou umas bombinhas de gás e foi tomar um cafezinho. A quem interessa?
Eu vejo como segue. O governo de Dilma não é nenhum deslumbramento, mas, bem ou mal, prossegue com as políticas sociais criadas por Lula. Ao socialismo só poderemos aspirar mais tarde (claro que não falo do social-coronelismo). E a oposição? Como diz Mino Carta, a única oposição que temos é o que ele chama de “imprensa nativa”, um monte de jornalões que dizem defender a liberdade de expressão, mas só noticiam o que os donos permitem, sonegam tudo o que não lhes interessa e mistificam amplamente manipulando os acontecimentos, os fatos. Que liberdade de expressão é essa? Os partidos que se dizem oposicionistas, como PSDB, PSB e outros, não têm programa; seu único programa é “delenda Dilma”. Isso não é um programa político com propostas positivas e, muito menos, capaz de arrebatar multidões, dentro das quais estão os beneficiários, do Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida etc. À falta de reais programas, só pode interessar a tais partidos borrar a Copa e amedrontar o país com tanta destruição pura e simples do patrimônio público e privado. Estarei enganado? Se sim, me digam.

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