É quase Carnaval (evoé, Baco) e não vou ocupar
muito vocês com minhas elucubrações, tantas vezes “mordazes”, como dizia meu
desaparecido amigo Moysés Kertsman. Por outro lado, tentarei iniciar a divulgação
de minha autobiografia (tão precoce...), antes que alguém resolva escrever
sobre mim (pretensão, pois não sou nenhuma personalidade) sem autorização e eu
tenha de pedir socorro a Roberto Carlos, que tem know how em censura.
Desejo só fazer ligeiro comentário a respeito
de coluna de Paul Krugman no The New York Times sobre “reportagens que passam
direto pelas verdadeiras questões políticas para especular sobre como elas
influirão politicamente”. É o tipo de reportagem e outros programas
jornalísticos da Rede Globo (as outras redes são menos drásticas em suas “interpretações”
dos faros) e, com muito menos competência, da Veja. Por obrigação profissional,
sou obrigado a ver muita coisa que normalmente não veria. Mas você pode passar pelos
programas e comentários político-econômicos de William Waack, Bonner, Alexandre
Garcia, Miriam Leitão (esta foi, talvez ainda seja, esquerdista, foi perseguida
pelo golpe e andou se escondendo no Espírito Santo; sempre que pode faz
reportagens sobre os malfeitos dos anos de chumbo; o que não é de admirar, pois
a própria Globo incrivelmente afirma que está arrependida por haver apoiado o
golpe que a elevou aos píncaros), entre outros. E só encontrará especulações e
sempre os mesmos convidados: economistas servidores de bancos, ex-ministros de
Fernando 2º (FHC), políticos e jornalistas da direita para a extrema direita,
quando não golpistas.
O que deveria ser comentários em cima dos
fatos passa rapidamente a especulações sobre, por exemplo, os bárbaros erros da
presidente Dilma (tudo está sempre errado); a baixa apreciação da economia do
país pelos organismos internacionais, todos obedientes aos Estados Unidos; as
graves e autorizadas declarações de Aécio Neves, Eduardo Campos e outros oposicionistas
sem programa. Etc. etc. etc. Diz Krugman: “Não apenas a reportagem de segunda ordem
nega a informação que a audiência deveria receber. A verdade é que ninguém sabe
como qualquer item do noticiário em particular influirá politicamente”.
Eu acrescento: a não ser alguns, muitos,
autointitulados cientistas políticos ou comentaristas do tipo “global”. Ademais,
Globo, Veja et caterva confundem regulação da mídia (que existe em
qualquer país civilizado) com censura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário