quarta-feira, 10 de setembro de 2014

CORREDOR DA BAGUNÇA



Amigas e amigos, deem uma olhadinha aí do lado esquerdo que o “Viver é muito perigoso” ganhou mais um capítulo.
Inicio com informações que podem interessar a você. Amanhã (quinta-feira, 11), na Academia Pernambucana de Letras, a partir das 19h, serão lançados 22 títulos, entre os quais (não recebi informações sobre todos) Textos esparsos, crônicas dispersas, do professor Geraldo Pereira e Por falar em ornitorrinco Crônicas curtas e grossas, do jornalista e cronista José Teles.
Um título bem escolhido em recente reportagem do Jornal do Commercio (reproduzido no título desta postagem) descreve sucintamente o que é a Avenida Presidente Kennedy (antiga Estrada de São Benedito; mania de trocar nomes tradicionais de logradouros), em Olinda. Há anos, obras infindáveis se arrastam ali e agora parece que perderam o fio da meada. Se havia planejamento, ou era malfeito ou foi mal executado. Resultado: a bagunça instalou-se numa via prioritária para a mobilidade olindense. Não há saneamento e os canais pluviais recebem todo tipo de sujeira. Lama e poças d’água se acumulam. O traçado que fizeram para o corredor exclusivo de ônibus é uma tronchura só, causando insegurança e perigo aos pedestres e dúvidas atrozes a motoristas de coletivos e carros particulares.
Olinda merece tanto desgoverno? No que resta de orla, mais obras que se arrastam há anos. Por toda parte, ruas que não merecem esse nome. Sabemos que, segundo o modelo de politicagem antissocial vigente, o município de Olinda foi fatiado até não sobrar quase nada. Consequentemente, o recolhimento de impostos não dá para fazer muita coisa e se resume praticamente ao ISS e IPTU, pois as indústrias ali são muito escassas. Assim, mesmo com a ajuda dos governos federal e estadual, a situação financeira de uma cidade que é Patrimônio da Humanidade não poderia ser boa.
Convenhamos que a culpa não pode ser atribuída unicamente ao atual prefeito Renildo Calheiros, importado de Alagoas, onde o clã Calheiros vê encolher seu espaço de façanhas políticas. Com exceção da atual deputada Luciana Santos que, quando prefeita, fez muitas obras na área de limpeza de canais (o que não adianta muito, pois tudo volta ao que era antes devido à falta de conscientização de boa parte da população, inclusive de novos ricos e, quem sabe, de quatrocentões, quase quinhentões), os administradores mais recentes da cidade fazem muita política e pouca administração. Mas o certo é que o atual prefeito está exagerando em obras malfeitas ou inacabadas e na negligencia quanto a muito de que a Marim está precisando.
E é um dos points turísticos do Estado. Outros, como Porto da Galinhas (praia não sei por quê tão badalada), tem há mais de dez anos uma grande atração turística, uma fossa estourada na praça principal. E por aí vai. Em Boa Viagem, aqueles quinhentões e outros ricaços de que falei fazem de dutos de água usada saída de saneamento, que vai direto para a orla. A ignorância ou leniência de prefeitos, aliada à especulação imobiliária, está transformando nosso outrora belo litoral em monstrengos de antiurbanismo. E, quando o mar avança um pouco, seguindo sua sina e sem pedir licença, é um deus-nos-acuda. Culpa-se a natureza e não a falta de educação. Uma bela exceção é a Reserva do Paiva. Será porque o meu primo André Basto é diretor de construção da Odebrecht? Desculpem a modéstia.

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