terça-feira, 16 de setembro de 2014

DONA LEOPOLDINA VIROU TREM



Parece que urubu está voando de costas, como dizia o Stanislaw Ponte Preta quando a conjuntura estava muito ruim. Tem até a marcha-enredo inventada por ele, na qual o compositor da escola de samba recebera como mote “a atual conjuntura” (estávamos na ditadura) e endoidou. Saiu aquela história de que a princesa Leopoldina viajou pra Minas e quase foi obrigada a casar com Tiradentes. Aparece o vigário dos índios (Padre Anchieta) e acaba com a falseta: “Foi proclamada a escravidão”. No fim “Dona Leopoldina virou trem e dom Pedro é uma estação também”; “o trem tá atrasado ou já passou”. Parece a real história do Brasil.
Faço estas considerações ao olhar para a campanha eleitoral. Aqui em Aldeia, tem um candidato a deputado estadual que sacou bem o clima da campanha: montou um circo para sediar seu comitê eleitoral. Se na próxima legislatura e próximo governo não se concretizar finalmente uma reforma política pra valer, nós vamos pro beleléu. E o beleléu existe mesmo, como afirmava uma antiga peça infantil. O certo mesmo seria fazer afinal uma Constituinte exclusiva e livre de injunções partidárias, de legislação em causa própria de políticos profissionais. Nem o trauma do golpe conseguiu gerar uma. Ou então cairia bem um plebiscito.
Entre os candidatos com chance de ganhar, creio que a melhor pedida ainda é Dilma, com a possibilidade de, no segundo mandato, cumprir mais alguns compromissos do antigo PT. Marina Silva é uma freira protestante de repente empolgada com a possibilidade de ser presidente, agraciada que foi com a morte trágica e prematura de Eduardo Campos. Admiro muito a postura ambientalista dela, mas até isso está dando lugar a atitudes que abrem caminho para o de sempre: tudo ao agronegócio, inclusive o avanço do desmatamento e da grilagem. Aécio, como Serra, é vítima da maldição do nobre xogum Fernando 2º (FHC) e porta-estandarte da privataria tucana e da submissão do nosso país aos ditames de Washington.
No mais (será que vai mudar?), a gente sai de casa e logo fica travado no trânsito, não consegue chegar a tempo aos compromissos, atravessa ruas mal cuidadas, sujas, com calçadas indignas do nome. Enquanto isso, 106 ônibus do tipo BRT estão mofando e se deteriorando devido ao atraso nas obras nos canais por onde deveriam circular. Canais que são ocupados também por carros particulares, sem nenhuma punição. E temos de pagar o ensino e a saúde pelas quais já pagamos impostos extorsivos e sem retorno. É somos obrigados a suportar políticos pilantras e ladravazes (há exceções), escândalos intermináveis que uma oposição sem bandeiras atribui a uma exclusividade do atual governo, a costumeira instrumentalização do Estado pelo governo de turno, etc. etc. etc.
Afinal, lembro a minhas leitoras e leitores que os candidatos do PCB (o velho Partidão) são: para presidente da República Mauro Iasi; vice Sofia Manzano; governador Miguel Anacleto; senador Oxis (Antônio Elias Pereira); deputados federais Gerlane, Jerônimo Neiva, Edvalmir Carteiro, Sargento Castro e Sílvia Leocádio; deputados estaduais Charles Coriolano, Ivanildo Santos e Elizete Santos. O número do partido é 21.

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