terça-feira, 4 de outubro de 2016

OS VENDILHÕES DO TEMPLO PINDORAMA. VOLTA A PRIVATARIA TUCANA. SATANÁS SOLTO

Fui votar triste. Lembrei que, da última vez, havia contribuído para reeleger a presidente Dilma Roussef, não pelos méritos dela, mas pela falta de alternativa válida. Por um lado, Dilma vendeu uma coisa e entregou outra, copiando programa dos adversários. Por outro lado, a Casa-Grande, pê da vida com os poucos avanços que a Senzala havia alcançado nos governos de Lula e Dilma, embarcou na nau do golpe desde o início do novo mandato da petista. Vale a pena votar assim, para ver seu voto escamoteado por golpistas? Recolho a tristeza e voto pela volta de João Paulo à PCR. Foi um excelente prefeito e não tem nenhum compromisso em perpetuar o mito forjado em torno de Eduardo Campos.
Um gaiato postou por aí que Satanás está solto em São Paulo: Temer, o beato Alckmin e Dória. Dose pra um zoo inteiro de leões. Xô Satanai! Enquanto isso, em dimensão de Brasil, o governo oriundo do golpe, evidentemente ilegítimo, prossegue aplicando seu programa de vendilhão do templo Pindorama. Enquanto Serra, “diplomata” da escola de macaco em loja de louça, já está cansando, de tanta gafe, os responsáveis por incrementar o golpe, Meirelles e aliados prosseguem com o leilão do Brasil. Lances baixos para não espantar o capital externo, exatamente de acordo com a escola da “privataria tucana”.
Em um hotel de Manhattan, falando a endinheirados, de portas fechadas, o intruso confessou que a deposição de Dilma não foi por suposto crime de responsabilidade. A petista, segundo ele, se negou a seguir o programa proposto pelo PMDB “Ponte para o Futuro”, um pacote de medidas neoliberais: “Como isso não deu certo, não houve adoção [do pacote], instaurou-se um processo que culminou agora com a minha efetivação”. Tudo muito claro. Gente fina é outra coisa ..., como se diz por aí.
Fico imaginando como é que essas tais de medidas neoliberais ainda circulam e pedem, ou forçam, passagem. No Brasil, significaram o leilão de substancial parte do patrimônio público, sob a batuta de Fernando 2º (FHC). O grande sociólogo que ninguém lê (é como os romances de Ribamar Sarney, sobre os quais Millôr Fernandes apostava na inexistência de leitores) prometeu que o leilão atrairia capitais de fora. Ninguém viu. Foi quase tudo financiado pelo BNDES. Prometeu modernização, vigiada por agências que criou. Essas agências na prática só servem para homologar aumentos de tarifas; e assim continuaram nos governos petistas, que, ao menos, não prosseguiram na sangria do patrimônio público. Se Fernando 2º, que ganhou um mandato popular e comprou a reeleição, agiu do jeito que agiu, que dirá o atual mandante, golpista de carteirinha.

Difícil sair dessa encrenca, criada por quem não acredita na democracia, no interesse público, na alternância de poder através dos meios estabelecidos na Constituição; por quem não aceita que a Senzala vire ao menos um conjunto habitacional popular decente. A Justiça não está cumprindo sua função, pois faz uma seleção entre aqueles que deve julgar: clava forte contra o PT e similares; panos quentes nos casos de notórios inimigos da lei, como Aécio, Renan Calheiros etc, defensores da Casa Grande e da escravidão. O caso mais notório é a graça concedida aos responsáveis pelo massacre do Carandiru, em São Paulo. Importante parte dos organismos policiais também capricha em perseguir apenas quem peca contra a Casa Grande. Valha-nos Nossa Senhora do Ó!

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