BLOGUE DE NEGO VEIO
segunda-feira, 13 de novembro de 2017
terça-feira, 7 de novembro de 2017
A VIOLÊNCIA CAUSADA PELO TRÁFICO DE DROGAS ILÍCITAS CRESCE EM PINDORAMA. VALE A PENA CONFERIR A OPINIÃO A RESPEITO DA ESPECIALISTA ILONA SZABÓ
Todos sabemos que a violência cresce em
Pindorama mais do que eu um país em guerra. E também que o grande responsável
por essa violência desenfreada é o tráfico de drogas ilícitas. Aí perguntamos
por que se a gente pode fumar nicotina até estuporar os pulmões e beber álcool
até ficar tomando a bênção a cachorro, não pode fumar tranquilamente o seu
baseado, cheirar cocaína etc. Desde que tome cuidado para não prejudicar
terceiros provocando desastres a coisas assim. Mal todas as drogas fazem.
Drogas:
as histórias que não te contaram é um livro lançado recentemente que aborda
esse candente tema. Foi escrito por Ilona Szabó, especialista em segurança
pública e políticas de drogas e editado pela Zahar. A jornalista Isabel
Clemente colaborou no trabalho, que custa R$39,90. Para ela, nem a proibição
nem o liberou geral são realistas O que deve ser feito é uma regulação do
mercado. Ela tem 39 anos e há 10 estuda o assunto. Durante esse tempo, integrou
duas comissões internacionais nas quais foi responsável por auxiliar líderes
mundiais na definição de estratégias para o enfrentamento da questão, como o
ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan.
Crê que proibir o uso de drogas é uma utopia
e defende a adoção de políticas mais humanas, sem criminalização dos usuários, e
que dependentes sejam tratados como doentes e o mercado de drogas regulado. Isso
lembra a política levada a cabo para os moradores e usuários de drogas da Cracolândia,
em São Paulo, pelo ex-prefeito Fernando Haddad; totalmente desmontada pelo novo
e exibido prefeito João Doria.
No lançamento da obra feito na Livraria
Cultura do Paço Alfândega, no Recife, a autora criticou a postura do Governo de
Pernambuco de bonificar policiais por apreensão de drogas, dizendo que a
polícia está enxugando gelo correndo atrás de pequenas quantidades do produto.
Sugeriu foco na redução de homicídios.
No Jornal
do Commercio do Recife de 5 e novembro, está a íntegra de uma entrevista de
Ilona Szabó.
PS – O pesquisador Roberto Harrop acaba de
lançar seu Pássaros de Aldeia, belo
livro sobre pássaros da APA Aldeia-Beberibe que ele vem fotografando há anos
como amador.
sexta-feira, 3 de novembro de 2017
UMA CRÍTICA JUDAICA DO SIONISMO POR JUDITH BUTLER E ROGÉRIO BETTONI
Acaba de sair um livro que vale a pena
conferir sobre a questão palestino-israelense na Terra Santa. Foi editado pela
Boitempo e custa R$68 nas livrarias. Mais uma vez, é essa dolorosa e aparentemente
insolúvel questão em foco. Insolúvel, sim, porque o governo sionista pratica,
desde a criação do Estado judaico, uma política de genocídio, conforme prova
com atas e documentos o historiador judeu e israelense Ilan Pappe em seu famoso
The ethnical cleansing of Palestine.
No livro de Juith Butler, com a colaboração
de Rogério Bettoni retoma-se uma ideia de Edward Said. É possível forjar um
novo ethos para a solução de um Estado binacional judaico-palestino, como foi
proposto pelas Nações Unidas após o fim do mandato britânico na Terra Santa. As
tradições da diáspora judia tiraram a posse dos palestinos de terras que
habitavam há séculos, pela expulsão, destruição de casas e aldeias inteiras. Ela
critica o sionismo político e suas práticas de violência estatal utilizando-se
da filosofia judaica contra o nacionalismo e racismo patrocinados pelo Estado.
Reflete também sobre o pensamento de Emmanuel
Levinas, Hannah Arendt, Primo Levi, Martin
Buber, Walter Benjamin e Mahmoud Darwish. Ela articula uma nova ética política
que transcenda a judaicidade exclusiva e dê conta dos ideais de convivência
democrática radical, considerando os direitos dos despossuídos e a necessidade
de coabitação plural.
Face à posição racista, de limpeza étnica do
Estado judaico, são muitos os que voltam a pensar na solução da ONU de um
Estado binacional. O problema é que Israel não aceita nenhum alternativa ao
Estado sionista radical. A obra salienta que os valores judaicos mais elevados estão
baseados no convívio e no respeito e apresenta o ser judeu e sua relação com o
não judeu, a questão do outro como eu e não eu, discutindo a alternidade como
constitutiva de identidade, demonstra como a dispersão dos judeus de outrora se
assemelha à dos palestinos de hoje. E defende uma organização política possível
em que nenhuma religião ou etnia tenha soberania sobre a outra.
quinta-feira, 2 de novembro de 2017
A REFORMA DE MARTINHO LUTERO, A CONTRARREFORMA E A INQUISIÇÃO
No dia 31 de outubro de 1517, o monge
agostiniano Martinho Lutero pregou à porta da igreja do castelo de Wittenberg
suas famosas 95 teses que desencadearam a chamada Reforma Protestante. Sua
intenção não era criar uma outra Igreja. O que ele queria era dar um abalo
renovador na Igreja Católica Romana, que havia se tornado um novo Império
Romano, com o papa como monarca absoluto a ditar normas e até praticar simonia
vendendo indulgências (perdão dos pecados).
Lutero não tinha interesse em polemizar com o
papa e, sim, em esclarecer pontos doutrinais. Tanto que, a 6 de setembro de
1520, escreveu carta ao papa Leão 10º, em latim e alemão. Nessa carta, O monge
agostiniano trata o papa de ovelha entre lobos. O ambiente que o cerca é que é
corrupto. A raiz do mal, para ele, está nas ações da Cúria Romana e na própria
instituição do papado como monarquia absoluta. Ambas deveriam ser eliminadas.
Lutero enganou-se. Leão 10º também era corrupto.
Na carta ao papa, escreve o monge reformista:
“Neste meio tempo, tu, Leão, estás sentado como um cordeiro em meio aos lobos,
como Daniel em meio aos leões, e moras, como Ezequiel, entre escorpiões. O que podes
tu sozinho opor a esses monstros? Ainda que juntasses a ti três ou quatro
cardeais eruditíssimos e ótimos, o que seriam eles entre tantos. Todos vós
morreríeis envenenados antes que vos antecipásseis estatuindo [um decreto] para
remediar a situação. A Cúria Romana está perdida. A ira de Deus a atingiu até o
fim. Odeia os concílios, tem medo de ser reformada, não pode mitigar o furor de
sua impiedade e cumpre o epitáfio de sua mãe, a respeito da qual é dito ‘Curamos
Babilônia e ela não sarou, abandonemo-la’. [Já a Cúria Roana] “não merece a ti
nem pessoas semelhantes, e sim ao próprio Satanás, que na verdade, reina mais do
que ti nessa Babilônia.”
Sábias palavras. Ele prossegue:“Por
conseguinte, meu pai Leão, toma cuidado para não dar ouvidos a essas sereias,
que não fazem de ti um simples ser humano, mas um semideus, de modo que possas
ordenar e exigir o que quiseres”
A resposta de Leão foi a excomunhão de
Lutero. No entanto, mais recentemente, a denominada Igreja Luterana e
confissões similares vêm se aproximando da Igreja de Roma e rompendo antigas
barreiras. O papa Francisco, um papa cristão, participa dessa reaproximação. A
salvação apenas pela fé, um princípio luterano, ampliou-se mais e hoje eles
admitem que a fé atrai boas obras.
Com um certo atraso, a Igreja Católica Romana
convocou o Concílio de Trento (1545-63), chamado de Contrarreforma. A Igreja
não podia admitir ser reformada de fora. Então, para preservar o catolicismo em
países como Espanha, Portugal e Itália, criou-se a assim dita Santa Inquisição,
que acusava, sentenciava e punir “hereges” sem direito a defesa. E pôs assim em
multissecular decadência a Península Ibérica, com a expulsão dos judeus, que
tinham o dinheiro.
Durante o breve governo holandês em
Pernambuco, no século 17, o Recife era uma das cidades mais avançadas do
planeta (Nova York nem existia), com calvinistas holandeses, católicos
portugueses e judeus convivendo numa boa. No Recife, se encontra a sinagoga mais
antiga das Américas.
segunda-feira, 30 de outubro de 2017
AGONIA DOS ESTALEIROS IDEALIZADOS POR LULA. O GOVERNO ENTREGUITA DO GOLPISTA TEMER PROMETE CANCELAR CONTRATOS E AMEAÇA IMPORTAR NAVIOS SEM PAGAR IMPOSTOS
É complicado progredir neste país, sem um
projeto nacional, abandonado pelos golpistas de 2016. A agonia dos estaleiros é
uma comprovação dessa situação vexaminosa. Sem encomendas, sobretudo na
Petrobras (dos 42 estaleiros, somente 12 têm encomendas), a indústria fomentada
pelo governo Lula agoniza. Os dois estaleiros implantados em Pernambuco,
Atlântico Sul (EAS) e Vard Promar (os mais modernos do parque nacional), como
os outros, estão ameaçados pela promessa do governo ilegítimo e entreguista de Michel
Miguel Elias (fora!) Temer Lulia de cancelamento de contratos e da ameaça de
importação de navios sem pagamento de impostos.
Numa época em que Pindorama tinha um projeto
nacional, um governo popular e se desenvolvia, de 2007 a 2013, Lula assinou contratos
dos dez primeiros navios a serem construídos pelo EAS. Em 2010, o navio João
Cândido foi batizado. Em 2013, o Vard Promar começou a operar em Suape e, no
ano seguinte, lançou seu primeiro navio, o Barbosa Lima Sobrinho.
Floriano Pires Júnior, professor do Programa
de Engenharia Oceânica da Coppe/UFRJ, um dos maiores especialistas do setor em
Pau Brasil, analisa que faltou consciência estratégica na proposta de retomada
da indústria naval, que “foi baseada numa visão de curto prazo, ancorada na
Petrobras como indutora da atividade e sem se preocupar com metas de
produtividade e com um programa real de qualificação de mão e obra” .Para ele, outro
problema foi a falta de racionalidade na decisão de onde montar os novos estaleiros,
com a análise de se haveria demanda para tantas plantas e o que cada uma
poderia produzir.
O argumento de Lula era reduzir o gasto anual
da Petrobras de US$2,5 bilhões com o fretamento de embarcações e incentivar o
ressurgimento de uma indústria que contrata muita mão de obra. Segundo Floriano
Pires, o setor não pode mais esperar pela Petrobras. Trata-se de uma empresa de
petróleo e não de uma agência de indústria naval. Essa indústria recebeu ajuda
do governo, na Coreia do Sul, China e outros países, mas só até avançar na
curva de aprendizagem, entre 10 e 20 anos. Depois os estaleiros andaram com as
próprias pernas. Não tem milagre. O governo precisa ter uma política industrial
clara e os estaleiros precisam ser competitivos.
sábado, 28 de outubro de 2017
UM FANTASMA RONDAVA A EUROPA. LEVANTAI-VOS FAMÉLICOS DO MUNDO. SURGE A UNIÂO DAS REPÚBLICAS SOCIALISTAS SOVIÉTICAS
Comemoramos este ano, gente, cem anos da
Revolução Russa. À época, um fantasma rondava a Europa, conforme o Manifesto Comunista de Marx e Engels, e a
Internacional cantava “Levantai-vos famélicos do mundo”. Ficou conhecida como
Revolução de Outubro porque, na época, o calendário russo diferia do ocidental.
Lá já era novembro. A 1ª Guerra Mundial caminhava para o fim. O czar russo já
havia sido derrubado em fevereiro e substituído pelo governo de Kerensky, um
social-democrata. Mas Lênin voltou do exílio e continuou pregando o
bolchevismo. Os mencheviques queriam menos, os bolcheviques de Lênin e Trotsky postulavam
mais, eram maximalistas.
Sobre os primeiros dias da Revolução, sua
consolidação, o jornalista estadunidense John Reed, que era comunista e foi
desgnado para fazer a sua cobertura, escreveu o clássico Dez dias que abalaram o mundo. De fato foi um terremoto universal,
que depois se desdobrou na Grande Marcha de Mao Tsé Tung na China e em eventos
similares. Na China, os Estados Unidos se meteram onde não foram chamados e
separaram Taiwan (Formosa) do continente, além de por muitos anos manterem
Formosa como a representante da China do Conselho de Segurança da ONU.
Com Kerenky pouca coisa mudou na Rússia.
Lênin prometia paz, pão, liberdade, terra, trabalho. Isso me lembra um comício
do Partido Comunista Italiano (PCI) em que um candidato prometia, em comício, “pane
e lavoro” (pão e trabalho’. No que um anarquista gritou lá de trás:”basta pane”
(basta pão). Lênin assumiu o poder e implantou o socialismo. As terras foram
redistribuídas, bancos nacionalizados, as fábricas, os meios de produção passaram
às mãos dos trabalhadores. Ele também se retirou da guerra
No entanto, o grande líder cometeu imperdoável
equívoco. Marx e Engels pregavam uma sociedade não dividida em classes com o
proletariado asumindo o poder. Mas quando Lênin se viu com o Estado na mão, achou
aquilo bom e passou a estatizar tudo, o que, a meu ver, é uma contrafação do
socialismo/comunismo. No socialismo é a sociedade que exerce o poder e não o
Estado.
Por isso, quando houve o desmoronamento da URSS
eu não fiquei surpreso. Esperava que Gorbatchev tivesse sucesso com suas Glasnost
e Perestroika, que desburocratizariam o Estado, ocupado por aqueles que se
diziam “a vanguarda do proletariado” mas eram autênticos burguesotes.
Gorbatchev foi golpeado e as empresas estatais passaram aleatoriamente a mãos
particulares.
Na China, o comunismo adaptou-se a um
capitalismo de Estado, embora o Partido Comunista Chinês seja muito forte.
Assim, a meu ver, comunismo mesmo só houve entre as primeiras comunidades
cristãs: de cada um conforme sua capacidade, a cada um conforme sua
necessidade. Não é heresia, é história.
quinta-feira, 26 de outubro de 2017
A OBRA DE RECUPERAÇÃO DO CONTORNO DA RMR DO RECIFE DA BR-101 ESTÁ SENDO CRITICADA POR ESPECIALISTAS E PELO TCE
Deteriorado, e muito, há anos, pelo menos 20,
o trecho da BR-101 no contorno urbano do Recife (PE) finalmente está em processo
de recuperação. No entanto, as críticas ao trabalho vão se avolumando a cada
dia. A escolha de um pavimento flexível colocado sobre as velhas placas de
concreto e a ausência de um espaço reservado para futuro corredor de transporte
público são as críticas mais visíveis ao projeto. Conforme renomados técnicos,
como Maurício Pina e Germano Travassos, as opções dos governos federal e de
Pernambuco resultarão em arrependimento futuro e não é por falta de
advertências.
Agora é o Tribunal de Contas do Estado (TCE)
que está alertando formalmente o governo sobre irregularidades e equívocos identificados
na contratação da obra. Segundo o tribunal, não houve estudos de tráfego e a
opção pelo pavimento flexível (asfalto) não teve embasamento técnico Há problema
com a drenagem, grande causador de desgaste no trecho urbano da rodovia. Além
disso, o TCE alerta que a manutenção das placas de concreto é mais barata que a
do asfalto.
Quem viaja pela BR-101 no Estado da Paraíba
nota o bom trabalho ali realizado pelo Batalhão de Engenharia do Exército. Por
que não fazer o mesmo aqui? Talvez o problema esteja naquela velha história de
privatizar verbas públicas. Quem sabe? Geralmente alguém quer um sobornozinho
(ou vários “alguéns”). A estrada reparada com asfalto custaria R$3 milhões; em
concreto R$5 milhões.
E é assim que continuamos à espera da tal tão
sonhada mobilidade urbana. Ao contrário dos do Rio e São Paulo, o metrô daqui
encruou, não se expande e é mal operado. Os ônibus de transporte coletivo são
ruins e insuficientes. Mesmo onde criaram faixas próprias para eles, não há fiscalização
pessoal nem eletrônica e carros particulares utilizam a faixa sem inibição.
É difícil para o cidadão comum saber por que
nossas assim ditas autoridades competentes não se conscientizam do problema ou
não lhes interessa essas consciência.
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