Deteriorado, e muito, há anos, pelo menos 20,
o trecho da BR-101 no contorno urbano do Recife (PE) finalmente está em processo
de recuperação. No entanto, as críticas ao trabalho vão se avolumando a cada
dia. A escolha de um pavimento flexível colocado sobre as velhas placas de
concreto e a ausência de um espaço reservado para futuro corredor de transporte
público são as críticas mais visíveis ao projeto. Conforme renomados técnicos,
como Maurício Pina e Germano Travassos, as opções dos governos federal e de
Pernambuco resultarão em arrependimento futuro e não é por falta de
advertências.
Agora é o Tribunal de Contas do Estado (TCE)
que está alertando formalmente o governo sobre irregularidades e equívocos identificados
na contratação da obra. Segundo o tribunal, não houve estudos de tráfego e a
opção pelo pavimento flexível (asfalto) não teve embasamento técnico Há problema
com a drenagem, grande causador de desgaste no trecho urbano da rodovia. Além
disso, o TCE alerta que a manutenção das placas de concreto é mais barata que a
do asfalto.
Quem viaja pela BR-101 no Estado da Paraíba
nota o bom trabalho ali realizado pelo Batalhão de Engenharia do Exército. Por
que não fazer o mesmo aqui? Talvez o problema esteja naquela velha história de
privatizar verbas públicas. Quem sabe? Geralmente alguém quer um sobornozinho
(ou vários “alguéns”). A estrada reparada com asfalto custaria R$3 milhões; em
concreto R$5 milhões.
E é assim que continuamos à espera da tal tão
sonhada mobilidade urbana. Ao contrário dos do Rio e São Paulo, o metrô daqui
encruou, não se expande e é mal operado. Os ônibus de transporte coletivo são
ruins e insuficientes. Mesmo onde criaram faixas próprias para eles, não há fiscalização
pessoal nem eletrônica e carros particulares utilizam a faixa sem inibição.
É difícil para o cidadão comum saber por que
nossas assim ditas autoridades competentes não se conscientizam do problema ou
não lhes interessa essas consciência.
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