Nós estamos mesmo, gente, com um Judiciário
(e também outros poderes) muito mambembe. O STF e outras instâncias legislam, abençoam
a derrubada ilegal de uma presidente eleita, abrigam juízes que não conhecem
aquele provérbio grego, segundo o qual “cabe ao juiz julgar com equidade”, são
nomeados pelos chefes de governo conforme as conveniências deles e às vezes
ficam de plantão para habeas-corpus a gente próxima.
Temos, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas,
um Congresso dos mais desacreditados do mundo, com uma maioria fisiológica e predadora.
Com aceno de benesses, aprovam tudo o que o presidente golpista e consequentemente
ilegítimo Michel Miguel Elias (fora!) Temer Lulia quer, como vinte anos de congelamento
de gastos sociais (dinheiro para suborno não falta), fim da CLT com ampla terceirização
da mão de obra, “reforma” da Previdência, quando bastaria que os patrões
inadimplentes pagassem o que devem etc.
Quanto ao atual presidente falsiê da
República nem é preciso falar. Já está tudo falado e os irmãos Batista o chamam
impunemente de “ladrão-geral da República”.
Diante de tudo isso, chamo a atenção de vocês
para um ótimo artigo do economista e consultor Sérgio Buarque, no Jornal do Commercio do Recife, há umas
duas semanas. Ele trata de “um passo atrás na história da civilização”, dado
pelo STF ao aprovar a autorização para a introdução de disciplina religiosa nas
escolas públicas do país.
“Numa clara negação das regras republicanas
do Estado laico previstas na Constituição (desde a Constituição de 1891”,
escreve Buarque, “a decisão da alta corte permite que as escolas públicas do
Brasil ofereçam ensino religioso confessional específico, ou seja, de uma
determinada crença religiosa, a ser escolhida pelo poder público”.
O nosso Estado laico parece ser sui generis,
pois temos até bancadas evangélicas, bispos protestantes e pastores que se
elegem por igrejas travestidas de partidos. E ninguém reclama. Deve ser bom
para o tipo de político que temos. O ministro do STF Luís Roberto Barroso, voto
vencido na questão, enfatizou que o ensino religioso “viola a laicidade, porque
identifica Estado e Igreja, o que é vedado pela Constituição”.
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