terça-feira, 3 de outubro de 2017

SAI BIOGRAFIA DE MARCO MACIEL, ESCRITA PELO JORNALISTA ÂNGELO CASTELO BRANCO

Nesta segunda-feira às 19h, na Academia Pernambucana de Letras, está sendo lançado Marco Maciel – Um artífice do entendimento, do jornalista Ângelo Castelo Branco, pela Cepe. Marco Maciel, na sua vida política, sempre foi um cara de direita, mas também sempre aberto ao entendimento e ao diálogo, afável no trato. Conheci-o na Faculdade de Direito do Recife, onde entrei pensando mais em fazer política estudantil, pois já havia estudado quatro anos de direito canônico no curso de teologia e estava, com licença da palavra, de saco cheio.
Aliás, abomino o direito canônico, que considero uma contrafação do Evangelho. E, quanto ao direito em geral, eu o vejo como um baluarte para a manutenção do statu quo ante: “Quem é rico mora na praia; quem é pobre não tem onde morar” e pronto. O sentido social da propriedade não é levado em conta na prática. Se há uma invasão de terreno há anos abandonado, logo a Justiça emite uma reintegração de posse. O sentido social vai pro beleléu. E o beleléu existe mesmo, conforme garante a escritora Maria Clara Machado.
O livro tem prefácio do ex-presidente Fernando 2º (FHC), hoje apoiador do golpe contra Dilma Roussef e que está assim dando aval a golpes anteriores. Apesar de seu discurso democrático, o ex-presidente comprou (está comprovado) votos parlamentares para a emenda da reeleição e saqueou quase todo o patrimônio público brasileiro (o resto está hoje na lista de Michel Miguel Elias Temer Lulia). Marco Maciel não. Sempre foi fiel a seu ideário político de direita e nunca fez concessões nessa área para obter vantagens políticas e eleitorais.
Fonte importantíssima da pesquisa de Ângelo Castelo Branco foi a companheira de Marco Maciel há mais de meio século, Ana Maria Maciel, que há uns seis anos cuida desveladamente do marido afetado pelo mal de Alzheimer.

Acrescento uma afinidade minha com o ex-colega de faculdade Marco Maciel. Somos ambos fãs do grande filósofo francês Jacques Maritain, hoje meio esquecido, e que, durante a invasão da França pelos nazistas, ensinou na universidade estadunidense de Princeton. A esposa dele, Raïssa, também escreveu um lindo e precioso livro, Les grandes amitiés, sobre os amigos do casal, que incluíram Charles Péguy e Léon Blois.

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