segunda-feira, 30 de outubro de 2017

AGONIA DOS ESTALEIROS IDEALIZADOS POR LULA. O GOVERNO ENTREGUITA DO GOLPISTA TEMER PROMETE CANCELAR CONTRATOS E AMEAÇA IMPORTAR NAVIOS SEM PAGAR IMPOSTOS

É complicado progredir neste país, sem um projeto nacional, abandonado pelos golpistas de 2016. A agonia dos estaleiros é uma comprovação dessa situação vexaminosa. Sem encomendas, sobretudo na Petrobras (dos 42 estaleiros, somente 12 têm encomendas), a indústria fomentada pelo governo Lula agoniza. Os dois estaleiros implantados em Pernambuco, Atlântico Sul (EAS) e Vard Promar (os mais modernos do parque nacional), como os outros, estão ameaçados pela promessa do governo ilegítimo e entreguista de Michel Miguel Elias (fora!) Temer Lulia de cancelamento de contratos e da ameaça de importação de navios sem pagamento de impostos.
Numa época em que Pindorama tinha um projeto nacional, um governo popular e se desenvolvia, de 2007 a 2013, Lula assinou contratos dos dez primeiros navios a serem construídos pelo EAS. Em 2010, o navio João Cândido foi batizado. Em 2013, o Vard Promar começou a operar em Suape e, no ano seguinte, lançou seu primeiro navio, o Barbosa Lima Sobrinho.
Floriano Pires Júnior, professor do Programa de Engenharia Oceânica da Coppe/UFRJ, um dos maiores especialistas do setor em Pau Brasil, analisa que faltou consciência estratégica na proposta de retomada da indústria naval, que “foi baseada numa visão de curto prazo, ancorada na Petrobras como indutora da atividade e sem se preocupar com metas de produtividade e com um programa real de qualificação de mão e obra” .Para ele, outro problema foi a falta de racionalidade na decisão de onde montar os novos estaleiros, com a análise de se haveria demanda para tantas plantas e o que cada uma poderia produzir.

O argumento de Lula era reduzir o gasto anual da Petrobras de US$2,5 bilhões com o fretamento de embarcações e incentivar o ressurgimento de uma indústria que contrata muita mão de obra. Segundo Floriano Pires, o setor não pode mais esperar pela Petrobras. Trata-se de uma empresa de petróleo e não de uma agência de indústria naval. Essa indústria recebeu ajuda do governo, na Coreia do Sul, China e outros países, mas só até avançar na curva de aprendizagem, entre 10 e 20 anos. Depois os estaleiros andaram com as próprias pernas. Não tem milagre. O governo precisa ter uma política industrial clara e os estaleiros precisam ser competitivos.

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