Sobre o tema tratado na semana passada de
energias alternativas anuncia-se a implantação de placas fotovoltaicas
flutuantes, pela Chesf (tão sacaneada pelo governo federal), no reservatório de
Sobradinho (BA). Também serão instaladas placas assim no reservatório de
Balbina (AM) pela Eletronorte. Experiência semelhante já existe num lago de Berkshire,
na Inglaterra, que servirá de modelo para as hidrelétricas brasileiras.
Nosso assunto de hoje, porém, é (pasmem!) a
Assembleia Legislativa de Pernambuco abrindo a possibilidade de mais
desmatamento através de lei que abençoa a supressão de 88,33 hectares no Sertão
do Araripe e mais uma lapada no Sertão do Pajeú, tudo atingindo Áreas de
Preservação Permanente (APPs). No total já foi oficialmente liberada a
destruição de 5.034 hectares apenas em nosso Estado. É incrível como órgãos
federais e também estaduais trabalham contra a sociedade e a natureza cooperando
para desmatamento e outras malfeitorias; como o Incra, que instala
assentamentos em áreas de preservação e permite a assentados a exploração ilegal
de madeira. Ou é conivente. Não dá para entender como um país que se pretende
civilizado pode funcionar assim.
Só omissão ou conivência mesmo. Pois sabemos
como a corrupção está solta neste país tropical. Embora digam que é “abençoado
por Deus e bonito por natureza. Mas que beleza! Tenho um fusca e um violão...”.
Para vigiar, por exemplo, a contínua e praticamente impune devastação da
Floresta Amazônica o governo não poderia mobilizar a FAB e a Marinha de Guerra?
É aproveitar já que os militares estão numa certa, digamos, ociosidade já que oficialmente
temos paz (apesar da guerra civil do tráfico e de outras explosões de
violência) e não há nenhum golpe militar em perspectiva. T’esconjuro! Além
disso, temos o Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia), que ninguém sabe como,
ou se, funciona a bem do Brasil, pois o eminente xogum Fernando 2º entregou sua
operação, de mão beijada, aos Estados Unidos, atendendo a solicitação do seu
amigo Bill Clinton, que arranja pra ele conferências bem remuneradas para
plateias que gostam de ouvir mesmices.
As fronteiras estão mal guarnecidas, pois, com
a crise braba, também o orçamento das forças armadas foi podado barbaramente.
Resultado: o contrabando de tudo, inclusive armas, pelos rios das bacias Amazônica
e do Paraná-Uruguai, é extremamente facilitado. E a bandidagem fica bem armada;
agora principalmente com a extinção praticamente certa do Estatuto do
Desarmamento, obra da bancada BBB (boi, bala e Bíblia).
E assim voltamos ao começo. Como pessoas que se
dizem nossos representantes podem nos representar tão pouco, prestando seus serviços
aos financiadores de suas campanhas? Como é que dona Dilma pode entregar o
Ministério da Agricultura à bancada do boi? Como, em um país oficialmente
laico, pode haver uma bancada da Bíblia, e bem poderosa. Igreja é uma coisa,
partido político é outra.
PS – Lembrando: no próximo domingo, dia 15, às
10h, evento, na igrejinha das Fronteiras, em comemoração dos 50 anos do Pacto
das Catacumbas, que, no final do Concílio dos anos 1960, teve a articulação de
Dom Helder. O historiador e teólogo Eduardo Hoornaert fará uma reflexão e será
lançado o livro O Pacto – Ideário de uma
Igreja pobre e servidora.
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