quarta-feira, 8 de junho de 2016

O DIVULGADOR DA ESPIONAGEM GLOBALIZADA DA NSA AFIRMA QUE “TUDO FICOU MAIS CLARO: É GOLPE”

Estimadas e estimados leitoras e leitores, tenho postado aqui comentários sobre o que está ocorrendo com a tentativa de impedimento contra a presidente eleita Dilma Roussef. Não por achá-la uma maravilha e que estivesse governando conforme suas promessas de campanha, mas simplesmente porque foi ela a eleita em 2014 e o complô para tirá-la do Planalto foi urdido, não por ela haver cometido crime de responsabilidade punível com aquele recurso constitucional, mas porque os eternos políticos sem voto que regularmente recorrem ao golpe para impor sua vontade ao povo decidiram dar mais um. Imaginei, talvez ingenuamente, que o Brasil já estivesse maduro para a democracia, a alternância do poder sem recurso a golpes e ditaduras, para ter finalmente uma Constituinte exclusiva (e não feita pelos piores “profissionais” da política como negócio).
Está sendo um desastre. O ministério nomeado por Temer, o novo Carlos Lacerda até pela cara de corvo, parece mais uma quadrilha (vários já foram catapultados); e as acusações do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado detonaram figuras maravilhosas (?!) como o presidente que não foi eleito, mas usurpou o poder que nem Temer, o Ribamar Sarney, Renan Calheiros e outros; e tornaram claro que foi tudo inspirado por outro golpista, Eduardo Cunha. E que o grande objetivo é evitar que a Lava-Jato pare de capturar apenas petistas e outros que apoiam Lula e Dilma e seja forçada (apesar de se tratar de juízes e policiais partidários do frustrado neto de Tancredo) a visar, acusar, prender e sentenciar gente que a estranha operação preferiria deixar de lado, “linda, leve e solta” (lembram daquela novela, parece que Dancing Days?).
Nada contra investigar e punir os que quase arruinaram a Petrobras (que agora o chanceler golpista Serrinha quer entregar às Sete Irmãs do petróleo, o que nem Fernando 2º, FHC, ousou) e empresários corruptores. A questão não é essa. É por que o aparentemente tão zeloso juiz Moro não vê tudo como juiz imparcial, mas como partidário da tucanagem.
Interessante notar como países ricos, como os EUA e os da União Europeia, que apoiaram golpes anteriores, como aquele, tenebroso, de 1964, oficialmente não estão dando aval ao atual golpe. O inefável Serrinha já pediu proteção à polícia francesa para poder aparecer em Paris. Mais recentemente, o jornalista Glenn Greenwald, que se tornou conhecido por ter sido escolhido por Edward Snowden (aquele procurado pelos EUA e refugiado em Moscou) para divulgar a incrível e enorme rede de grampos da National Security Agency dos EUA, a NSA, mais velha que a CIA. Entre outros chefes de governos , Ângela Merkel e Dilma foram espionadas.
Pois bem. Snowden, que mora há anos no Brasil com seu companheiro David Miranda, aderiu à visão do impedimento de Dilma como golpe à brasileira depois de ler as gravações da conversa de Romero Jucá, ex-ministro de Temer, com Sérgio Machado. Disse ele, em entrevista à revista Carta Capital: “Entendi que o impeachment foi desfechado para impedir a Lava-Jato. Mas, em última instância, ele visa a aniquilar o PT e mudar totalmente os rumos do país, impondo políticas que nunca seriam aceitas pela população, pelo voto”.

Sobre a mídia dominante, afirma que ”talvez eu não percebesse antes o quão extremista ela é. Ela faz propaganda. Isso me choca como jornalista”.

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