terça-feira, 14 de junho de 2016

O PRESIDENTE USURPADOR É MAIS GOLPISTA DO QUE A ENCOMENDA. OU, QUEM SABE, A ENCOMENDA É ESSA MESMO

O ínclito provisório-golpista não perde tempo em implantar sua pauta sem votos e escancara sua alma golpista ao elogiar rasgadamente o recém-falecido coronel Jarbas Passarinho, pau pra toda obra do regime da ordem unida. O militar ficou conhecido pela frase que disse ao assinar o AI-5, o instrumento mais acabado da ferocidade da ditadura: “Às favas com os escrúpulos de consciência”. E, para espanto de quem não esperava tanto, namora os milicos atuais, mais voltados para suas tarefas profissionais.
Tem aí um general chamado Sérgio Etchegoyen, de uma família de militares, que é chefe do Gabinete de Segurança Institucional, o qual tem a Agência Brasileira de Inteligência (sucessora do SNI) sob seu comando. Para o general, a Comissão da Verdade é “patética e leviana” ... Bem (ou melhor, mal), o surfista mor do golpe determinou ao general o monitoramento dos movimentos do PT. Seu breve e encalacrado ministro Romero Jucá confessou estar conversando com generais, comandantes militares. O quê? Pra quê? Monitorar o PT inclui, sem dúvida, os movimentos sociais, a Igreja mais afinada com o papa Francisco e tudo o mais que os golpistas detestam. Vem briga por aí, pois os que resistem ativamente ao golpe preparam grandes protestos para o período dos Jogos Olímpicos. E os beleguins do golpe vão ter bastante ocupação caçando manifestantes, cartazes e seus portadores.
Monitorar o PT? Certamente inclui olho mau em Lula, que certamente tem graves defeitos, mas fez o melhor governo historicamente para a Senzala. E, no caso Lula, não tem saída, conforme constata o repórter Maurício Dias. Para ele, pesquisas comprovam que ou Lula é preso agora (Moro, o juiz tucano, já arma o bote) ou será presidente da República novamente. Se preso, vira vítima. Como vítima, só tem de apontar o dedo e elegerá um poste ...
E lá vai o corvo. Já viram como o usurpador parece com Carlos Lacerda, em quem o grande jornalista Samuel Wainer pespegou a alcunha de Corvo? Já o Serra mais parece o fantasma da Ópera. O chanceler do golpe, que se acha nascido para presidente da República, mas não chega lá porque não tem voto (quem tem voto não precisa de golpe), já arma o loteamento do Brasil, no modelo Fernando 2º (FHC).
Lá fora, ele pediu proteção à polícia de François Hollande para poder circular em Paris, pois brasileiros e também estrangeiros não param de se manifestar contra o golpe. E os próprios meios de comunicação social dos países ricos não reconhecem a legitimidade do impedimento de Dilma. O The New York Times pede, em editorial, medalha de ouro para o Brasil em corrupção. Enquanto isso, Serra e o governo sem voto preparam celeremente o loteamento do país, sem excluir pré-sal, Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal. O BNDES será preservado provisoriamente para financiar as privatizações. Lembram? O sociólogo sem alunos, aquele que comprou caro sua reeleição, garantia que as privatizações dele inundariam o país de divisas. Na realidade, quase tudo foi financiado por bancos públicos.

Por falar em Fernando 2º, o nosso Pavão Misterioso está empolgado com o golpe e voltou a fazer declarações após um tempo calado quando uma ex-seduzida falou que recebia dinheiro dele, para o filho de ambos, por vias externas pouco ortodoxas. Mas sofreu um tremendo revés quando foi desconvidado para um congresso da Associação de Estudos Latino-Americanos (Lasa), que ocorreu em maio em Nova York. Trata-se de uma das mais prestigiosas entidades científicas de sua área (que FHC julga ser dele). Boa parte dos membros da Lasa passou a desaprovar que o Pavão integrasse uma mesa-redonda no evento, devido à profunda vinculação dele ao golpe do impedimento. Só a nova onda de privatizações preparada pelos sem voto poderá minorar um pouco esse duro golpe no orgulho, empáfia e vaidade do grande homem.

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