O ínclito provisório-golpista não perde tempo
em implantar sua pauta sem votos e escancara sua alma golpista ao elogiar
rasgadamente o recém-falecido coronel Jarbas Passarinho, pau pra toda obra do regime
da ordem unida. O militar ficou conhecido pela frase que disse ao assinar o
AI-5, o instrumento mais acabado da ferocidade da ditadura: “Às favas com os
escrúpulos de consciência”. E, para espanto de quem não esperava tanto, namora
os milicos atuais, mais voltados para suas tarefas profissionais.
Tem aí um general chamado Sérgio Etchegoyen,
de uma família de militares, que é chefe do Gabinete de Segurança
Institucional, o qual tem a Agência Brasileira de Inteligência (sucessora do
SNI) sob seu comando. Para o general, a Comissão da Verdade é “patética e leviana”
... Bem (ou melhor, mal), o surfista mor do golpe determinou ao general o
monitoramento dos movimentos do PT. Seu breve e encalacrado ministro Romero
Jucá confessou estar conversando com generais, comandantes militares. O quê?
Pra quê? Monitorar o PT inclui, sem dúvida, os movimentos sociais, a Igreja mais
afinada com o papa Francisco e tudo o mais que os golpistas detestam. Vem briga
por aí, pois os que resistem ativamente ao golpe preparam grandes protestos para
o período dos Jogos Olímpicos. E os beleguins do golpe vão ter bastante
ocupação caçando manifestantes, cartazes e seus portadores.
Monitorar o PT? Certamente inclui olho mau em
Lula, que certamente tem graves defeitos, mas fez o melhor governo
historicamente para a Senzala. E, no caso Lula, não tem saída, conforme
constata o repórter Maurício Dias. Para ele, pesquisas comprovam que ou Lula é
preso agora (Moro, o juiz tucano, já arma o bote) ou será presidente da
República novamente. Se preso, vira vítima. Como vítima, só tem de apontar o
dedo e elegerá um poste ...
E lá vai o corvo. Já viram como o usurpador
parece com Carlos Lacerda, em quem o grande jornalista Samuel Wainer pespegou a
alcunha de Corvo? Já o Serra mais parece o fantasma da Ópera. O chanceler do
golpe, que se acha nascido para presidente da República, mas não chega lá
porque não tem voto (quem tem voto não precisa de golpe), já arma o loteamento
do Brasil, no modelo Fernando 2º (FHC).
Lá fora, ele pediu proteção à polícia de
François Hollande para poder circular em Paris, pois brasileiros e também
estrangeiros não param de se manifestar contra o golpe. E os próprios meios de
comunicação social dos países ricos não reconhecem a legitimidade do
impedimento de Dilma. O The New York Times pede, em editorial, medalha de ouro
para o Brasil em corrupção. Enquanto isso, Serra e o governo sem voto preparam
celeremente o loteamento do país, sem excluir pré-sal, Petrobras, Banco do
Brasil, Caixa Econômica Federal. O BNDES será preservado provisoriamente para
financiar as privatizações. Lembram? O sociólogo sem alunos, aquele que comprou
caro sua reeleição, garantia que as privatizações dele inundariam o país de
divisas. Na realidade, quase tudo foi financiado por bancos públicos.
Por falar em Fernando 2º, o nosso Pavão
Misterioso está empolgado com o golpe e voltou a fazer declarações após um
tempo calado quando uma ex-seduzida falou que recebia dinheiro dele, para o
filho de ambos, por vias externas pouco ortodoxas. Mas sofreu um tremendo revés
quando foi desconvidado para um congresso da Associação de Estudos
Latino-Americanos (Lasa), que ocorreu em maio em Nova York. Trata-se de uma das
mais prestigiosas entidades científicas de sua área (que FHC julga ser dele).
Boa parte dos membros da Lasa passou a desaprovar que o Pavão integrasse uma
mesa-redonda no evento, devido à profunda vinculação dele ao golpe do
impedimento. Só a nova onda de privatizações preparada pelos sem voto poderá
minorar um pouco esse duro golpe no orgulho, empáfia e vaidade do grande homem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário