sexta-feira, 3 de junho de 2016

“UM POVO, UM ESTADO, UM FÜHRER” ERA O LEMA DO NAZISMO. NETANYAHU SÓ TIROU O FÜHRER

Parece estranho, mas, justamente em países que tanto sofreram com o nazismo, partidos de extrema direita estão prosperando; a exemplo da Hungria, Polônia, Ucrânia. Medo da democracia, um regime que exige um certo jogo de cintura e o respeito às decisões do eleitorado, algo que o Brasil menospreza frequentemente com sua velha tradição de golpes, gritos? Medo da escassez provocada pelo costume capitalista de depredar os recursos naturais?
Há um país, porém, onde não se poderia nunca esperar que uma extrema direita raivosa prosperasse: o Estado de Israel. No entanto, foi o próprio vice-chefe do seu Estado Maior, general Yair Golan, que recentemente fez uma advertência, no dia 5 de maio, quando Israel lembra o Holocausto, afirmando que vê no país dele evidências das mesmas “tendências revoltantes” da Alemanha dos anos 1930. Explica ele que “nada há mais fácil  do que odiar os diferentes; nada mais fácil do que semear medo e terror; nada mais fácil do que se portar como animal e se conformar presunçosamente à maioria”. Claro que ele foi criticado pela maioria conservadora do establishment sionista e obrigado a se desdizer.
Enquanto isso, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que, para parecer fisicamente com Hitler, só falta cultivar um bigodinho, fechou a coalizão mais direitista a governar Israel em sua história de 68 anos. E lançou o lema “Um povo, um Estado”, que, para copiar Hitler, só falta acrescentar “Um Führer”: “Ein Volk, ein Reich, ein Führer”. Não leva em consideração as minorias árabe e drusa.
Eu tenho dúvidas sobre a necessidade da criação de um Estado judaico, sobretudo quando esse Estado expulsou palestinos estabelecidos milenarmente numa terra considerada santa por judeus e cristãos. E tenho todo o cuidado ao tratar desse assunto para não dar a impressão de antijudaísmo. Um cristão, apesar da tumultuada história de perseguições aos israelitas, não pode ser antijudeu, pois Jesus Cristo, Nossa Senhora, os apóstolos e os primeiros cristãos eram judeus. Aqui no nosso país, temos uma história de respeito a imigrantes de todas as procedências, e especificamente os judeus só padeceram preconceito no Estado Novo, quando o nazista Filinto Müller era chefe de polícia de Getúlio e os filonazistas Eurico Dutra e Goes Monteiro mandavam no Exército. Tem mais: a grande maioria dos nordestinos tem sangue judeu, através dos assim ditos “cristãos novos”, ou judeus que fingiam se converter para escapar da Inquisição, mas praticavam secretamente a religião do Antigo Testamento. No Recife, temos a sinagoga mais antiga das Américas, Kahal Zur Israel, criada quando os tolerantes holandeses mandavam no pedaço.

Lembremos, antes de findar, o livro The ethnic cleansig of Palestine, que li na tradução em francês, do historiador Ilan Pappe, que é judeu e cidadão israelense e mostra, com fatos, o genocídio cometido pelos sionistas, que controlam o Estado e o governo de Israel, na Palestina desde a guerra pela independência até hoje.

Nenhum comentário: