terça-feira, 21 de junho de 2016

PROJETO ENTREGUISTA, ANTINACIONAL, DO GOVERNO GOLPISTA

Do amigo Tadeu Colares recebi entrevista assustadora do historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira sobre a retomada da dominação econômica e geopolítica dos Estados Unidos sobre seu velho quintal, um pouco mais independente durante governos populares eleitos pelo povo. Antes, peço desculpas pelo atraso na minha postagem do fim de semana, devido às causas de sempre: privataria tucana e péssimos serviços das concessionárias.
Para o historiador, o processo golpista no Brasil recebeu apoio dos EUA e de outros países com interesse nas riquezas do nosso país. Diz que “muito dinheiro correu na campanha pelo impeachment. E a influência dos EUA transparece nos vínculos do juiz Sérgio Moro, que conduz o processo da Lava-Jato. Ele realizou cursos no Departamento de estado em 2007”. O golpe deve ser compreendido dentro do contexto de recomposição da hegemonia estadunidense na América Latina.
Já se negocia, com o governo argentino de Maurío Macri, a implantação de duas bases militares americanas, uma em Ushuaia, na Terra do Fogo, para controlar a Antártida e o Atlântico Sul; a outra na Tríplice Fronteira (onde Washington só vê perigo de terrorismo, devido à presença de migrantes árabes), às bordas do Aquífero Guarani, imenso manancial em torno do qual empresas como Citibank e Deutshe Bank, entre outras, compraram vastas extensões de terra
Moniz Bandeira observa que uma maior presença militar dos EUA na Argentina implica maior infiltração da Otan no Atlântico Sul, onde a Grã-Bretanha já tem uma cunha nas Malvinas. Tudo isso contraria uma resolução das Nações Unidas que, desde 1986, estabelece o Atlântico Sul como “Zona de Paz e Cooperação”. Afinal, para que servem as resoluções da assembleia Geral da ONU. O governo genocida de Israel as desrespeita todas na Palestina, com o aval e apoio dos EUA.
No projeto dos EUA estão o fim do Mercosul, Unasul e órgãos similares, além da derubada de Dilma, a ser substituída por preposto deles. Brics, banco para concorrer com o Bird e o FMI, nem pensar. Vejam o que está fazendo, com grande pressa, o chanceler golpista José Serra. Mas o historiador também vê como muito difícil uma mudança na situação econômica e política da Argentina e do Brasil pelo fato de a China ter-se tornado o principal parceiro comercial do nosso país e o segundo principal da Argentina.
Toda essa estratégia dos EUA e países ricos se inspira, para Moniz Bandeira, no manual Da ditadura à democracia, do prof. Gene Sharp, que é a base para o treinamento de agitadores e ativistas em universidades estadunidenses e em suas embaixadas, para liderar articulações como Estudantes pela Liberdade e Movimento Brasil Livre, financiados, esclarece o historiador, por milionários como David e Charles Koch (Tea Party), Warren Buffet e muitos outros. Parece que a gente está revivendo o pré-golpe de 1964, com o Ibad, Aliança para o Progresso, Peace Corps et caterva.
Ele vê Procuradoria Geral da República, Judiciário e Polícia Federal empenhados em solapar a democracia brasileira, prejudicar empresas nacioinais e abrir caminho para a consolidação de interesses estrangeiros aqui. Vê em perigo também o rearmamento do Brasil com assimilação de tecnologia francesa e sueca, nos casos do submarino nuclear e dos caças para a FAB.

É um projeto antinacional e tanto para um governo tão fraco e incompetente quanto o do interino-golpista.

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