Do amigo Tadeu Colares recebi entrevista assustadora
do historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira sobre a retomada da dominação econômica
e geopolítica dos Estados Unidos sobre seu velho quintal, um pouco mais
independente durante governos populares eleitos pelo povo. Antes, peço
desculpas pelo atraso na minha postagem do fim de semana, devido às causas de
sempre: privataria tucana e péssimos serviços das concessionárias.
Para o historiador, o processo golpista no
Brasil recebeu apoio dos EUA e de outros países com interesse nas riquezas do
nosso país. Diz que “muito dinheiro correu na campanha pelo impeachment. E a
influência dos EUA transparece nos vínculos do juiz Sérgio Moro, que conduz o
processo da Lava-Jato. Ele realizou cursos no Departamento de estado em 2007”. O
golpe deve ser compreendido dentro do contexto de recomposição da hegemonia
estadunidense na América Latina.
Já se negocia, com o governo argentino de Maurío
Macri, a implantação de duas bases militares americanas, uma em Ushuaia, na
Terra do Fogo, para controlar a Antártida e o Atlântico Sul; a outra na
Tríplice Fronteira (onde Washington só vê perigo de terrorismo, devido à
presença de migrantes árabes), às bordas do Aquífero Guarani, imenso manancial em
torno do qual empresas como Citibank e Deutshe Bank, entre outras, compraram
vastas extensões de terra
Moniz Bandeira observa que uma maior presença
militar dos EUA na Argentina implica maior infiltração da Otan no Atlântico
Sul, onde a Grã-Bretanha já tem uma cunha nas Malvinas. Tudo isso contraria uma
resolução das Nações Unidas que, desde 1986, estabelece o Atlântico Sul como “Zona
de Paz e Cooperação”. Afinal, para que servem as resoluções da assembleia Geral
da ONU. O governo genocida de Israel as desrespeita todas na Palestina, com o
aval e apoio dos EUA.
No projeto dos EUA estão o fim do Mercosul,
Unasul e órgãos similares, além da derubada de Dilma, a ser substituída por
preposto deles. Brics, banco para concorrer com o Bird e o FMI, nem pensar. Vejam
o que está fazendo, com grande pressa, o chanceler golpista José Serra. Mas o
historiador também vê como muito difícil uma mudança na situação econômica e
política da Argentina e do Brasil pelo fato de a China ter-se tornado o principal
parceiro comercial do nosso país e o segundo principal da Argentina.
Toda essa estratégia dos EUA e países ricos
se inspira, para Moniz Bandeira, no manual Da
ditadura à democracia, do prof. Gene Sharp, que é a base para o treinamento
de agitadores e ativistas em universidades estadunidenses e em suas embaixadas,
para liderar articulações como Estudantes pela Liberdade e Movimento Brasil
Livre, financiados, esclarece o historiador, por milionários como David e
Charles Koch (Tea Party), Warren Buffet e muitos outros. Parece que a gente está
revivendo o pré-golpe de 1964, com o Ibad, Aliança para o Progresso, Peace Corps
et caterva.
Ele vê Procuradoria Geral da República,
Judiciário e Polícia Federal empenhados em solapar a democracia brasileira,
prejudicar empresas nacioinais e abrir caminho para a consolidação de
interesses estrangeiros aqui. Vê em perigo também o rearmamento do Brasil com
assimilação de tecnologia francesa e sueca, nos casos do submarino nuclear e
dos caças para a FAB.
É um projeto antinacional e tanto para um
governo tão fraco e incompetente quanto o do interino-golpista.
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