Amigas e amigos, parece que o “salvador”
impedimento de uma presidente que ia mal e sem muito ibope, mas fora eleita e,
para melhorar os nossos padrões de democracia, tinha que concluir seu mandato e
passar o poder a quem fosse eleito em 2018, parece que está naufragando que nem
um tardio e desprestigiado Titanic.
Sobre isso, transcrevo aqui um artigo muito
bem montado de Kiko Nogueira (Diário do
Centro do Mundo), que me foi enviado pelo amigo J. Tadeu Colares.
Curtam, please:
Tudo
indica que o vazador das conversas de Sérgio Machado é o próprio Sérgio
Machado. Machado acabou, com isso, causando um curto circuito na Lava Jato. O
primeiro a se manifestar foi o delegado Igor Romário de Paula. “O que nos
preocupa somente é que isso (os áudios) venha a público dessa forma, sem que
uma apuração efetiva tenha sido feita antes”, afirmou ele, segundo O Globo.
Igor
está dizendo que há vazamentos bons e ruins. Os primeiros são os que são feitos
pela própria PF. Dias depois, foi Sergio Moro quem deu detalhe.
Apresentou-se
num simpósio de direito constitucional em Curitiba e criticou os projetos de
lei sobre a delação premiada em tramitação no Congresso — os dois,
sintomaticamente, de autoria do deputado petista Wadih Damous.
“Eu
fico me indagando se não estamos vendo alguns sinais de uma tentativa de
retorno ao status quo da impunidade dos poderosos”, falou Moro.
Moro,
de acordo com o Estadão, achou “coincidência” que o autor seja do PT. “A
corrupção existe em qualquer lugar do mundo. Mas é a corrupção sistêmica não é
algo assim tão comum.”
Nem
uma palavra sobre as tentativas explícitas de gente como Jucá e Sarney barrarem
as investigações através de um impeachment. Nem um mísero muxoxo sobre o que
foi revelado nos papos de Machado.
O
fato é que os áudios de Sérgio Machado quebraram as pernas da história oficial
do time de Moro. Até ele surgir na Folha, toda a narrativa da LJ estava nas
mãos dos delegados, que vazavam para a imprensa o que a mídia desejava — ou
seja, a criminalização do governo Dilma e do projeto petista de corrupção
sistêmica.
Não
custa lembrar o que Moro escreveu em seu ensaio sobre a Mãos Limpas. “Os
responsáveis pela operação mani palite ainda fizeram largo uso da imprensa”,
ele registra. “Tão logo alguém era preso, detalhes de sua confissão eram
veiculados no ‘L’Expresso’, no ‘La Republica’ e outros jornais e revistas
simpatizantes.”
Sérgio
Machado quer atrelar o caso dele aos de Renan Calheiros e de Romero Jucá e
ficar no STF. No caminho, tirou de Moro o manto de dono da verdade. A
rapinagem, os acordos, os corruptos são suprapartidários. A questão é mais
complexa.
Ele
não é qualquer um. Machado foi um cardeal do PSDB, líder do partido no Senado,
braço direito de Tasso Jereissati e próximo de FHC.
Foi
companheiro do Tasso no CIC (Centro Industrial do Ceará), que pariu o
pensamento do jovem empresariado cearense e em 1986 derrotou os coronéis e
promoveu uma mudança no estado.
Orgulhava-se
de ter sido o mais longevo presidente da Transpetro, o braço logístico da
Petrobras. Foi tucano por dez anos, até migrar para o PMDB. “Renan, eu fui do
PSDB dez anos, Renan. Não sobra ninguém, Renan”, afirmou.
Por
isso, Aécio, por exemplo, sabe que está frito. Não só ele, evidentemente.
Machado
implodiu o conto de terror que Moro e seus agentes estavam tocando com sucesso.
O controle foi perdido para sempre. Os mocinhos continuam em falta, mas o
número de bandidos ficou do tamanho do Brasil.
De
tabela, ajudou a destruir o governo do interino pelos intestinos — a pá de cal,
já que Michel e seus capangas são garantia de tiro no pé todos os dias.
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