sábado, 7 de maio de 2016

LIXO NA RUA NO SÉCULO 21 E O PÃO QUE A CASA GRANDE AMASSOU

Gente, a nossa capital e Olinda estão em mares nunca dantes navegados. E são mares poluídos. Patrimônio da Humanidade, Olinda abandona suas igrejas históricas à decadência e à ruína, como a de São Pedro Mártir, a do Bonfim, a de Nossa Senhora da Graça (Seminário) entre outras. O Museu de Arte Contemporânea está entregue à própria sorte, com rachaduras e infiltrações que comprometem sua estrutura e acervo. Aliás, há prefeitos que consideram a situação de desgoverno em que vivemos no plano nacional como desculpa para deixar tudo como está pra ver como fica.
Por todo lado, na bela cidade, muita sujeira e abandono. Nas praias, já totalmente degradadas por uma intervenção mal feita há várias décadas, de tudo que é ruim é possível ver. É lá em Olinda também que um baobá, árvore sagrada trazida para cá da África, foi sacrificado para a construção de uma estrada, que deve ligar Olinda a Paulista e que certamente logo estará cercada de construções, o que não acontece em lugares civilizados. Ela estava parada, por intervenção do MPPE, mas o TJPE liberou geral e o baobá tombou.
Que tristeza quando relemos Carlos Pena Filho: “Olinda é só para os olhos. Não se apalpa, é só desejo. Não se diz ‘é lá que eu moro’, só se diz ‘é lá que eu vejo’.”
No Recife, nem se liga mais pra nada. Tem um programa na tevê que diariamente mostra coisas tronchas por toda parte. De nada adianta, pois as “autoridades competentes” não estão nem aí nem vão chegando. Bem perto do Treze de Maio, o lixo se acumula. Pior é que são os moradores dali que fazem essa sujeira inimaginável até em cidades mais organizadas deste país tropical (abençoado, bonito por natureza; será mesmo?; Salvemos a natureza). Em Olinda, joga-se lixo no mar, trazido em carrões de novos e mal educados ricos. Os que ainda não chegaram lá também jogam lixo em canais e na rua. Ali por perto do Treze de Maio, fica uma área de bons restaurantes e outros lazeres. O que fazer? Estamos num país desgovernado e o desgoverno se espalha. Dizem que falta verba. Para propinas e caixa-dois nunca falta dinheiro.

O metrô se avacalha cada dia mais. Os donos do transporte público não podem admitir que ele se expanda nem que funcione civilizadamente. Conseguiram acabar com trens (façanha única no mundo, que eu saiba), bondes, ônibus elétricos. O desmantelamento final do metrô é a meta da vez. Nada se faz para mudar isso. Os “empresários” concessionários de ônibus (trata-se de concessão pública) muito contribuem para campanhas políticas. Vai mudar com a nova lei, que o grande magistrado que é Gilmar Mendes protelou enquanto pode? Quem sabe? Há sempre um subterfúgio. Acredito que, se Temer conseguir dar o golpe dele, tudo será possível. Regrediremos à “privataria”. Aliás, devido às consequências dela é que estou postando esta mensagem com atraso. O pré-sal vai cair nas mãos das assim ditas Sete Irmãs do petróleo. Os trabalhadores e aposentados (tirante políticos, magistrados) vão ter que apertar ainda mais os cintos e comer o pão que a Casa-Grande amassou.

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