sexta-feira, 13 de maio de 2016

NOME DE GOLPE AGORA É IMPEACHMENT, GENTE. E TEMER SABE DISSO

Que festa, gente, para as elites de sempre que só querem a manutenção da Casa-Grande em pé explorando a Senzala! É comovente, se não fosse trágica, a alegria do Partido Rede Globo que, após quatro eleições consecutivas perdidas, conseguiu o golpe planejado e bem executado. Eu esperava que o golpe travestido de processo pseudoconstitucional fosse debelado. A nova moda na América Latina depois que os militares aparentam estar recolhidos a suas funções de defesa da pátria (e não de guerrear contra a população, como durante a Guerra Fria). Mas ele cumpriu-se. Essa nova modalidade de golpe foi aplicada, com menores cerimônias, em Honduras e no Paraguai. Eu aguardava também que a presidente regulamentasse finalmente a determinação de regulação da mídia eletrônica, prevista na Constituição. Quem sabe em setembro, quando o Supremo chegar à conclusão de que não houve um julgamento de Dilma pelo Congresso; arrumaram um crime de encomenda e o aplicaram numa ré sem culpa. O mais interessante é que os alegres deputados e senadores são, em boa parte, eles sim processados como criminosos.
Os jornais de hoje anunciam que o golpista da vez vai fazer um governo de salvação nacional. O mesmo que falam todos os golpistas desde o golpe da Independência, dado por um príncipe português em benefício dos interesses lusos; passando pelo golpe da República; um golpe de Getúlio em 1937; o golpe de Dutra e Góes Monteiro, dois nazistoides que pretendiam levar o Brasil à guerra ao lado de Hitler; o golpe contra um Getúlio constitucionalmente eleito, em 1954, que ele abortou com seu suicídio; e afinal a calamidade de 1964, que nos levou a 21 anos de trevas. Todos falavam em governo de salvação e união nacional.
Nesse contexto, vale a pena notar que o lema que Temer elegeu para si é “Ordem e Progresso”, o lema positivista de 1889. Hoje o positivismo foi varrido pela história e só entusiasma ainda alguns militares que não andaram no tempo. Sua excelência o golpista que se apresenta como presidente fez, em seu discurso de posse, também um elogio ao arquigolpista Dutra, que falava da Constituição como o “livrinho”. Faltou elogiar Carlos Lacerda, Castelo Branco, Médici, que eram golpistas assumidos.


Continuo, da próxima vez, a conversa com aquele meu correspondente             que citei da outra vez.

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