Que festa, gente, para as elites de sempre
que só querem a manutenção da Casa-Grande em pé explorando a Senzala! É
comovente, se não fosse trágica, a alegria do Partido Rede Globo que, após
quatro eleições consecutivas perdidas, conseguiu o golpe planejado e bem executado.
Eu esperava que o golpe travestido de processo pseudoconstitucional fosse debelado.
A nova moda na América Latina depois que os militares aparentam estar
recolhidos a suas funções de defesa da pátria (e não de guerrear contra a população,
como durante a Guerra Fria). Mas ele cumpriu-se. Essa nova modalidade de golpe
foi aplicada, com menores cerimônias, em Honduras e no Paraguai. Eu aguardava
também que a presidente regulamentasse finalmente a determinação de regulação
da mídia eletrônica, prevista na Constituição. Quem sabe em setembro, quando o
Supremo chegar à conclusão de que não houve um julgamento de Dilma pelo
Congresso; arrumaram um crime de encomenda e o aplicaram numa ré sem culpa. O
mais interessante é que os alegres deputados e senadores são, em boa parte,
eles sim processados como criminosos.
Os jornais de hoje anunciam que o golpista da
vez vai fazer um governo de salvação nacional. O mesmo que falam todos os
golpistas desde o golpe da Independência, dado por um príncipe português em
benefício dos interesses lusos; passando pelo golpe da República; um golpe de
Getúlio em 1937; o golpe de Dutra e Góes Monteiro, dois nazistoides que
pretendiam levar o Brasil à guerra ao lado de Hitler; o golpe contra um Getúlio
constitucionalmente eleito, em 1954, que ele abortou com seu suicídio; e afinal
a calamidade de 1964, que nos levou a 21 anos de trevas. Todos falavam em
governo de salvação e união nacional.
Nesse contexto, vale a pena notar que o lema
que Temer elegeu para si é “Ordem e Progresso”, o lema positivista de 1889.
Hoje o positivismo foi varrido pela história e só entusiasma ainda alguns
militares que não andaram no tempo. Sua excelência o golpista que se apresenta
como presidente fez, em seu discurso de posse, também um elogio ao
arquigolpista Dutra, que falava da Constituição como o “livrinho”. Faltou
elogiar Carlos Lacerda, Castelo Branco, Médici, que eram golpistas assumidos.
Continuo, da próxima vez, a conversa com
aquele meu correspondente que
citei da outra vez.
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