Gente amiga, em meio à bagunça política e à
privatização do dinheiro público por quem deveria aplicá-lo para o bem comum,
uma notícia que deveria ser alvissareira, se fundamento tivesse. Após colocar
um marca-passo, o ex-presidente FHC, também conhecido como xogum (brinde de
Mangabeira Unger, ex-ministro aqui e professor em Harvard) e Fernando 2º (o
primeiro foi o “collorido”, candidato da Rede Globo e da Casa-Grande para
“salvar a pátria”), deitou falação: vai viver muito ainda para recolocar o
Brasil nas trilhas da decência e do desenvolvimento.
Epa! Não satisfeito em nos enganar com o real
a um dólar e quebrar o país, de evitar a apuração de crimes como o afundamento
de uma plataforma da Petrobras sob a responsabilidade de um genro dele que
dirigia a empresa pública, e o suborno de parlamentares para ganhar um segundo
mandato, quis mais e obteve. Com um procurador geral da república, um Brindeiro
aí (não lembro o seu nome próprio), que engavetava tudo o que não agradasse ao
xogum, além de muitos parlamentares dóceis e subornáveis, evitou CPIs e foi
driblando.
Mas o pior, o que mais atrasou o país (que
ele promete reconduzir, com sua contribuição, às trilhas da decência e do
desenvolvimento) foi a alienação de importante parte de um patrimônio público
penosamente acumulado desde os tempos de Getúlio (FHC prometeu acabar com a era
Vargas). Felizmente, não deu tempo de torrar a Petrobras, Banco do Brasil,
Caixa Econômica Federal. Não que se deva evitar toda e qualquer privatização,
mas há empresas estratégicas, como as das áreas de energia, comunicações, que
precisam ser públicas, ao menos em um país ainda não plenamente desenvolvido.
Outra observação: pública não é sinônimo de estatal; uma empresa pública tem de
ser controlada pela sociedade, a serviço da qual foi criada a superestrutura do
Estado.
Hipócrita e cinicamente, Fernando 2º e a
caterva que o assessorou nas privatizações prometeram que os grupos que
adquirissem as empresas públicas iriam capitalizá-las e haveria as agências
reguladoras para cuidar dos interesses dos dois lados e não permitir a
exploração do consumidor. Nem uma coisa nem a outra funcionaram. Grupos, quer
estrangeiros quer nacionais, chegaram de mãos praticamente vazias e foram
acudidos pelo BNDES e outros bancos públicos. E as agências reguladoras
praticamente se limitam a homologar constantes e abusivos aumentos de tarifas.
Triste exemplo de malversação do dinheiro público: um moderno centro de
pesquisas implantado pela Telebras aqui em Aldeia (Camaragibe-PE) foi
simplesmente abandonado à própria sorte, sucateado, depredado. Pesquisa
nacional para quê? Tudo vem pronto de fora.
A falação do xogum chega numa hora em que ele
escancarou sua face golpista apoiando o desgoverno Temer, o qual, com o
know-how de José Serra, se prepara para torrar o que sobrou, sobretudo
Petrobras e pré-sal. Gente, essa turma não tem voto, só arranja alguma coisa
com golpe. Antes que acabem com o país, deveria ser convocada, pela primeira
vez no Brasil, uma Constituinte exclusiva e não contaminada por políticos
profissionais que só pensam em negociatas e vantagens sem fim. Nem na
Independência nem na República nem nunca tivemos Constituinte. Pedro 1º,
Floriano mandaram os constituintes passear e outorgaram constituições a sua
imagem e semelhança. Getúlio, em sua fase ditatorial, também fez a sua. Depois
do Estado Novo, mais um Congresso fantasiado de Constituinte. Depois veio a
Constituição dos militares, coroada pelo AI-5. Após a assim dita
redemocratização (com José Sarney, já imaginaram?), pretendeu-se fazer afinal
uma Constituinte exclusiva. Os “profissionais” não permitiram e ganhamos
(ganhamos?) uma Constituição casuística (uma Constituição tem de ser enxuta,
com grandes princípios que orientem os legisladores comuns) e que mais parece
uma colcha de retalhos, tantas são as emendas, sempre casuísticas, que recebeu.
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