Gente, a “privataria tucana” desta vez
exagerou. Estamos há uma semana sem acesso à internet. O provedor é uma tal de
BBC Tech, que chegou aqui em Aldeia prometendo mundos e fundos e agora está
ficando com os fundos imundos, como se diz lá na minha outrora longínqua terra,
Vitória de Santo Antão. A gente liga pra lá e eles se escondem, não atendem. Quando
afinal se consegue ligar, prometem ir ao condomínio, mas não aparecem. Esse
pessoal surfa na incompetência e ausência na Anatel, que aparentemente só serve
para conceder aumento de tarifas. Apelar pra quem? Com esse desgoverno aí
surgido do golpe institucional contra os eleitores, que, para golpistas, não
merecem respeito, a coisa só tende a piorar. Estão a serviço da casa-grande,
que recebe atenção prioritária.
Trato hoje da nova categoria surgida há algum
tempo em nosso Estado, a dos sem banco. Na Região Metropolitana, Mata, Agreste
e Sertão, já é uma boa quantidade de cidades que tiveram bancos assaltados.
Dizer isso é pouco: estão sendo destruídos em operações de guerra com fuzis 762
e 556 e metralhadoras .50, capazes de derrubar um helicóptero. Tudo muito
organizado e sempre levando vantagem sobre a polícia. Seriam as polícias Civil
e Militar operacionalmente ruins? Haveria conivência de funcionários corruptos?
Alguns comandantes do interior estão se organizando para juntar efetivos de
mais de uma cidade para fazer rondas comuns, o que tem dado algum resultado. Já
conseguiram prender bandidos e evitar assaltos.
As cidades vítimas só parecem remotas vilas
do Far West estadunidense quando lá chegavam bandos de fora-da-lei. Além do
susto e perigo a que as populações ficam expostas, usuários de bancos, como
correntistas, aposentados, não têm mais onde depositar e pegar dinheiro. São
obrigados a procurar bancos em cidades ainda livres de assaltos, o que
significa perda de tempo e dinheiro, um sacrifício a mais para quem já tem
pouco.
Quando a ação dos bandidos se limitava a
estourar caixas eletrônicos, os bancos consertavam o que havia sido danificado
e tocavam adiante. Agora que é operação de guerra mesmo, com destruição dos
imóveis, as matrizes dos bancos resolveram simplesmente aguardar melhores dias.
Daí a aparição da classe dos sem banco.
A epidemia de violência só faz aumentar.
Acredito, como muita gente, que uma base de solução, ou grande melhora, seria
acabar com a distinção entre droga lícita e droga ilícita. Se o cara pode tomar
bebida alcoólica excessivamente, acabar com a saúde, fumar desbragadamente nicotina
comprometendo os pulmões, por que não poderia usar outras drogas. Preocupação
do governo com a saúde pública (rá,rá,rá) ou submissão a ditames dos Estados
Unidos? Claro que não estou fazendo apologia do uso de drogas. Ao contrário,
deixei o fumo há muitíssimo tempo e estou em processo de me abster também do
escocês, da caninha, cerveja, vinho.
Hipocrisia também? Os tão cristãos e
democráticos britânicos já provocaram duas guerras do ópio para obrigar os
chineses a produzir e consumir essa droga, que dava muito lucro ao império.
Hoje combatem as drogas, como os EUA. A política destes é combater, por
exemplo, o cultivo de coca na Bolívia, nos Andes; mas pouco fazem para acabar
com o consumo interno dos gringos. O presidente da Bolívia, finalmente um
indígena, Evo Morales, não proíbe o cultivo da coca, apenas combate a produção
de cocaína, droga braba. Nos Andes, os indígenas consomem folhas da planta para
combater fome e frio. Costume milenar.
PS – Está nas livrarias mais uma produção de
José Paulo Cavalcanti, autor de Fernando
Pessoa uma quase autobiografia. É Somente
a verdade (Record). Trata-se de contos baseados em casos reais. Uma tradução
de Fernando Pessoa sai na França no final
do ano e já há traduções contratadas ou em negociação na Alemanha, Rússia e
Holanda.
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