Felizmente, as Olimpíadas do Rio vão se
desenvolvendo sem percalços maiores que o esperado, noves fora a violência que
continua solta, apesar do reforço na segurança, registrando-se roubos até
dentro da Vila Olímpica, sequestro-relâmpago de suecos, chineses do basquete
envolvidos em tiroteio ao saírem do Galeão e a morte de um componente da Força
Nacional. Sem falar no mau acabamento da Vila. Regozijemo-nos, porém, com o
belo espetáculo de abertura, a boa organização dos eventos e a ausência
(rezemos para que assim prossiga) de atos terroristas.
Convém, no entanto, observarmos alguns pontos
destoantes. O boquirroto prefeito do Rio Eduardo Paes (cargo que não existiria
se o ditador de plantão Ernesto Geisel não houvesse fundido arbitrariamente o
Estado da Guanabara com o Estado do Rio, ou seja o progresso com o atraso) está
rindo à toa, quando não está falando besteiras. Rindo junto com seu parceiro
Carlos Arthur Nuzman (COB), mais contido ao abrir a boca.
A população carioca, a quem prometeram
grandes vantagens, continua a ver navios, fora do Porto Maravilha. Este
tornou-se um bairro privatizado. Dentro dele os que fazem fortuna na
especulação imobiliária e em contratos de marketing. Aliás, a população aguarda
algum benefício desde os Jogos Pan-Americanos de 2007. Estes tiveram suas
despesas orçadas em R$390 milhões (só o Engenhão consumiu R$396 mi), mas torraram
incríveis R$3,3 bilhões. A velha e incontornável apropriação privada de
recursos públicos, que só está sendo punida quando os aproveitadores são
ligados ao PT e adjacências. As mesmas pessoas que organizaram o Pan foram
chamadas a cuidar da Rio-2016. Honra ao mérito ... Não esqueçamos o bárbaro
desabamento de trecho da Ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemayer, fruto de açodamento
e irresponsabilidade.
Já o parceiro de Paes na promoção e benesses
da Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, chefe do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) há
21 anos, é êmulo de João Havelange, proprietário da CBF por décadas até que, já
na Fifa, caiu nas malhas de um tribunal suíço. Nuzman vê agora o seu COB sob
inquérito do Ministério Público, por relações comerciais com a Olympo Marketing
e Licenciamento, engendrada pelo chefão.
Para concluir, o projeto de Paes et caterva negligenciou
a alterou o Plano Diretor da cidade para atender a interesses privados.
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