terça-feira, 9 de agosto de 2016

UM GOVERNADOR ESQUERDISTA NOS EUA? JERRY BROWN, DA CALIFÓRNIA, QUER ELEVAR TRIBUTOS DOS MAIS RICOS. TADINHOS!

Gente, a “privataria tucana” continua solta e não será de um governo interino golpista que se poderá esperar melhoras. Desculpem-me quando não conseguir postar dois artigos por semana.
O Estado da Califórnia (EUA) é o mais próspero do país. Lá os mais ricos ganham uma nota das mais pretas, mas pagavam de imposto uma besteira, como ocorre neste país tropical, (outrora) abençoado por Deus. Pagavam. Porque apareceu por lá, após governos do Partido Republicano, como os de Reagan e Shawarzenegger, um do Partido Democrata, Jerry Brown, que está promovendo uma maior taxação dos ricos e a elevação do salário mínimo. Heresias lá e cá. Foi devido a um grande aumento do salário mínimo, quando era ministro do Trabalho de Getúlio (anos 1950), que João Goulart ganhou o ódio eterno dos militares então golpistas e defensores da Casa-Grande, que, quando mais tarde receberam apoio e financiamento de Washington, o alijaram do governo.
O governador Brown, qual um Bernie Sanders (ex-candidato à Presidência esquerdista para os padrões estadunidenses) avant la lettre, como falam os gauleses, promove tanto mais impostos para quem ganha mais como um salário mínimo 50% mais alto. Mesmo assim, o PIB da Califórnia cresceu 4,1%, ficando acima dos de países como a França e o Brasil. Com o novo aumento que Brown propõe sobre os ganhos do 1% mais rico, seus impostos vão totalizar a metade da receita do Estado. E, o que é ainda melhor, a arrecadação adicional ele pretende depositar em uma conta especial que visa o aperfeiçoamento de um sistema educacional que já é um dos mais avançados do mundo.
Enquanto isso, em nosso país, até a distribuição de dividendos à pessoa física está isenta de taxação. Benefício instituído no glorioso governo de Fernando 2º (FHC). Por aqui, 53,8% do total de impostos e tributos é pago por trabalhadores com renda de até três salários mínimos. Pode? Sem esquecer que salário não é renda. A mais valia come a renda.
Aqui em Pau Brasil, as ocupações preferidas pela maioria dos políticos são privatizar as verbas públicas, sustentar bem firme a Casa-Grande às custas da Senzala, embarcar em nítidos golpes quando cresce um pouco a conscientização dos eleitores, inviabilizar qualquer ensaio de reforma política decente, Constituinte exclusiva, plebiscitos, democracia direta. Não importa que ministros, o presidente golpista, senadores, deputados sejam acusados de crimes menores ou maiores. Falta imparcialidade a muitos juízes. O trabalho de grande parte dos políticos é centrado unicamente na permanência desse estado de coisas.

Taxar mais os ricos? Tá doido? Quem vai financiar subrepticiamente as campanhas desses nobres cavalheiros, agora que o advogado deles (Gilmar Mendes, do STF) perdeu a batalha do fim das doações de empresas a campanhas eleitorais? Um círculo vicioso que só poderá ser rompido por uma Constituinte exclusiva e democracia direta. Não estou defendendo a demonização da política e dos políticos. A democracia depende deles, desde que sejam realmente representantes dos eleitores, do povo, da sociedade.

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