Abordo hoje um tema que costumo tratar no
site Porta-Voz (rejane.edite@gmail.com). Recebi da comunidade eclesial de base
Igreja Nova, que também edita o jornal Igreja
Nova, um esclarecimento sobre opiniões do ex-arcebispo da Paraíba, dom Aldo
di Cillo Pagotto, que merecem uma maior divulgação. Como é sabido, esse
religioso (religioso?) foi forçado, pelo papa Francisco, a renunciar por
constar em sua ficha que protege padres e seminaristas acusados de pedofilia e
mantém relações comprometedoras. Além disso, mantinha atitude
político-partidária participando ativamente, todo embandeirado, de manifestações
pelo golpe contra Dilma. Em anos passados, quando ele era bispo no Ceará, o
Ministério Público apurou que dom Aldo manobrou para que adolescentes vítimas
de um padre pedófilo atenuassem seus depoimentos. Com Francisco, o Vaticano não
está mais acobertando a pedofilia nem ele tolera a hipocrisia.
Em carta aberta ao ex-arcebispo, a comunidade
Igreja Nova esclarece “equívocos e inverdades” a ela atribuídos em documento
(confidencial, mas jogado na internet) dirigido por ele ao cardeal Stella,
prefeito da Congregação para o Clero da assim dita Santa Sé. Primeiro, a Igreja
Nova não é uma nova Igreja e sim uma comunidade eclesial em comunhão com a
Igreja de Cristo. Também não é apenas editora de um jornal (Igreja Nova). É uma comunidade que se
reúne nas casas de seus membros, como os primeiros cristãos, lê o Evangelho e
reflete sobre ele, tem engajamento em creches, memorial histórico (IdHeC),
movimentos e serviços arquidiocesanos e até participação em comissão
pontifícia.
Além disso, em seus 25 anos de atuação, publicou
167 edições do jornal Igreja Nova, o
documento censurado na ditadura Ouvi os
clamores do meu povo, subscrito em 1973 por 14 bispos e quatro provinciais
de ordens religiosas. Ainda promoveu a Jornada Teológica Dom Helder Camara (13
edições), numa época em que Olinda e Recife era uma arquidiocese ocupada por um
jurista que ignorava o Evangelho e foi para cá enviado para desmontar a Igreja
Conciliar erguida por dom Helder. Outra afirmação do arcebispo forçado a deixar
a arquidiocese da Paraíba que é contestada é de que o jornal Igreja Nova não era responsável por
matérias difamatórias sobre dom José Cardoso Sobrinho (o jurista). Esclarece
afinal, a resposta a dom Aldo, que a comunidade Igreja Nova é impulsionada pelo
sopro do espírito de Deus, em comunhão com a Igreja Católica, Apostólica, Romana,
sendo a voz de leigas e leigos cristãos, em defesa da Igreja de saída,
peregrina, de túnica e sandália, pobre e servidora, como nos propõe o papa
Francisco.
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