quinta-feira, 10 de março de 2016

NEOFASCISMO ATACA NOS ESTADOS UNIDOS. E PODE? ELES NÃO DESMONTARAM, COM OS RUSSOS, O NAZI-FASCISMO DOS ANOS 1930?

Continuando em giro pelo exterior, outro escândalo inquietante. Falei a vocês, na última postagem (com certo atraso devido à tal de “privataria tucana”), sobre a transferência a pulso de cerca de 2 mil nativos que viviam felizes em Chagos (Oceano Índico) para favelas das Ilhas Maurício. Os EUA precisavam de mais uma plataforma bélica ... O que se pode fazer? Hoje vou para o coração do Império, que se prepara para mais uma troca de guarda. Costumava-se dizer que tanto fazia um governo do Partido Democrata como outro do Partido Republicano. Hoje já não se pode mais afirmar isso com tanta convicção, pois o Old Big Party (os republicanos) está tomando posições extremadas de reacionarismo gratuito. Pode-se ser de direita e conservador sem cair no reacionarismo mais empedernido.
Uma facção conhecida como Tea Party, que lembra a resistência das primitivas colônias à Coroa Britânica, praticamente apoderou-se desse partido, que tem maioria nas duas casas do Congresso e vem se opondo a qualquer avanço social, como o Obama Care (uma espécie de SUS), ou político, como a reaproximação de Washington com Havana.
Como se não bastasse, apareceu aí um candidato à Presidência da República, um bilionário tresloucado e ignorante que promete guerra a imigrantes e hispânicos em geral e tem até o apoio do Ku Klux Klan, uma esquecida sociedade secreta que já incendiou, no passado, o sul dos EUA (vejam o filme Mississippi burns). Se um demente como esse chegar à Casa Branca, poderemos pensar no pior, desde uma guerra nuclear, à invasão da Coreia do Norte e recolonização da América Latina.
“Ora, direis: ouvir estrelas?” E estaria melhor na Europa, com a ditadura econômica da Alemanha (vingança de Hitler), ou na Rússia, com o tzar Pútin se perpetuando no poder e mandando matar inimigos e jornalistas independentes?
Bem (ou melhor, mal), dentro do estranho modo estadunidense de fazer política e eleições, Donald Trump representa um neofascismo muito comum ali (apesar da essencial ajuda de seu país na derrota do nazi-fascismo dos anos 1930) entre cidadãos empobrecidos pela crise e religiosos radicais. Devemos lembrar que os eleitores dos EUA se contam entre os mais despolitizados do mundo, não têm uma visão global e isenta do que se passa por aí.
Uma vitória do social-democrata (a sério, nada de PSDB) Bernie Sanders é impossível em um país onde socialismo e comunismo são palavras execráveis. Além disso, ele não tem boas bases no partido e seu prestígio maior está entre jovens universitários desiludidos com o tradicional american way of life. Se voltar a dinastia Clinton, com uma vitória de sua mulher Hillary, uma guerra nuclear até pode ser evitada, mas o Império continuará semeando ditaduras “do bem”, bases militares, assassinatos de inimigos via drones etc. Talvez até Fernando 2º, o xogum FHC, que se diz tão amigo do maridão Bill, seja convocado como consultor em “privataria”, neocolonialismo, essas coisas.
O que vale é que tudo indica que chegou a vez do declínio do império da vez (EUA), apesar de teorias cretinas como a do “fim da história”. Com o fim desta, também findariam as quedas inevitáveis dos impérios, o republicanismo seria arquivado e o ocupante eventual da Casa Branca seria coroado imperador do mundo. Para o bem de todos e felicidade geral das nações....

Uma dúvida (metódica, como a de Descartes?): se persas, romanos, babilônios britânicos terminaram um dia quebrando a cara, por que só esse império aí que tomou o lugar do britânico mereceria ser eterno? Mesmo que ainda consiga bancar o grande democrata e defensor dos direitos humanos, vai caindo escandalosamente a sua máscara, com o patrocínio de ditaduras “do bem” (bem de quem?), de guantanamos (prisões onde podem; podem?; torturar supostos inimigos e até matá-los), do governo financeiro do Planeta Terra.

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