sexta-feira, 8 de abril de 2016

DAS USINAS DO GOLPE AO GOVERNO MUNDIAL DAS FINANCEIRAS

Gente, no meu tempo de militância política estudantil, os “dragões da maldade” que os “santos guerreiros” combatiam eram alvos bem claros, como os trustes multinacionais que exploravam um Brasil ainda caudatário absoluto do Grande Irmão do Norte e de outras potências capitalistas. Cantava-se, de gozação, com certa dose de ingenuidade: “Nesta rua, nesta rua, tem um posto, / que se chama, que se chama Posto Esso, / dentro dele, dentro dele, tem um gringo / que trabalha na Aliança pro Progresso”. Esta, nome brasileiro da United States Agency of International Development (Usaid), é que financiou muita coisa boa, como a aplicação do método Paulo Freire de alfabetização em Angicos, interior do Rio Grande do Norte (governo udenista de Aluísio Alves), mas canalizava quase toda a sua aid (ajuda) para governos que apoiaram firmemente o golpe de 1964, como os de Carlos Lacerda (Guanaabra), Ademar de Barros (São Paulo) e Magalhães Pinto (Minas Gerais. Era uma espécie de financeira de usinas do golpe, como o Ibad e outras.
Hoje é mais complicado. As finanças nos governam, acima dos aparatos estatais, simbolizadas no touro indômito plantado na praça onde se inicia a Wall Street e, pro outro lado, começam as grandes avenidas de Manhattan partindo da Downtown em direção ao Central Park. Governos são confrontados e derrubados, como na Grécia, em nome e por obra da preservação da Eurozona e dos ditames dos bancos centrais (BCs) da Alemanha, o país mais rico e próspero da Europa, e da União Europeia. No Brasil, juros escorchantes enriquecem os bancos e financeiras e dilapidam a verdadeira riqueza do país. Impostos sem contrapartida em serviços prestados pelo Estado são cobrados dos menos afortunados, enquanto grandes fortunas e rentistas são poupados. E por aí vai.
Outro assunto. É impressionante como parlamentares, sindicalistas-pelegos e outros espécimes que se lambuzam e sempre se lambuzaram na corrupção mais desbragada enchem o peito e alçam a voz para condenar a corrupção só de 2003 para cá. Tudo teria começado com o primeiro governo de Lula e vai acabar quando gente da mais impoluta honestidade, que nunca favoreceu nenhuma corrupção (?!), como Aécio Neves. Geraldo Alckmin e quejandos, tomar o poder e repetir todas as canalhices de pré-2003. Não estou defendendo o indefensável, mas essa alternativa não é benvinda.

PS – Gente, estou trabalhando numa releitura (melhor, reescrita) do “Viver é muito perigoso”. Perdi muita coisa que já estava pronta devido ao modo irresponsável como a Celpe trata seus consumidores de energia elétrica, submetidos a black-outs, como se dizia no tempo da 2ª Guerra mundial (hoje é apagão), à menor chuva mais forte. Agência reguladora? Só para corroborar ajustes aloprados de tarifas. Bem, apesar da “privataria tucana”, conseguiremos reescrever aquilo tudo, acrescentando o que fora esquecido.

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