Gente, no meu tempo de militância política
estudantil, os “dragões da maldade” que os “santos guerreiros” combatiam eram alvos
bem claros, como os trustes multinacionais que exploravam um Brasil ainda
caudatário absoluto do Grande Irmão do Norte e de outras potências
capitalistas. Cantava-se, de gozação, com certa dose de ingenuidade: “Nesta rua,
nesta rua, tem um posto, / que se chama, que se chama Posto Esso, / dentro dele,
dentro dele, tem um gringo / que trabalha na Aliança pro Progresso”. Esta, nome
brasileiro da United States Agency of International Development (Usaid), é que
financiou muita coisa boa, como a aplicação do método Paulo Freire de
alfabetização em Angicos, interior do Rio Grande do Norte (governo udenista de
Aluísio Alves), mas canalizava quase toda a sua aid (ajuda) para governos que
apoiaram firmemente o golpe de 1964, como os de Carlos Lacerda (Guanaabra), Ademar
de Barros (São Paulo) e Magalhães Pinto (Minas Gerais. Era uma espécie de financeira
de usinas do golpe, como o Ibad e outras.
Hoje é mais complicado. As finanças nos
governam, acima dos aparatos estatais, simbolizadas no touro indômito plantado
na praça onde se inicia a Wall Street e, pro outro lado, começam as grandes
avenidas de Manhattan partindo da Downtown em direção ao Central Park. Governos
são confrontados e derrubados, como na Grécia, em nome e por obra da
preservação da Eurozona e dos ditames dos bancos centrais (BCs) da Alemanha, o
país mais rico e próspero da Europa, e da União Europeia. No Brasil, juros
escorchantes enriquecem os bancos e financeiras e dilapidam a verdadeira riqueza
do país. Impostos sem contrapartida em serviços prestados pelo Estado são
cobrados dos menos afortunados, enquanto grandes fortunas e rentistas são
poupados. E por aí vai.
Outro assunto. É impressionante como parlamentares,
sindicalistas-pelegos e outros espécimes que se lambuzam e sempre se lambuzaram
na corrupção mais desbragada enchem o peito e alçam a voz para condenar a
corrupção só de 2003 para cá. Tudo teria começado com o primeiro governo de
Lula e vai acabar quando gente da mais impoluta honestidade, que nunca
favoreceu nenhuma corrupção (?!), como Aécio Neves. Geraldo Alckmin e
quejandos, tomar o poder e repetir todas as canalhices de pré-2003. Não estou
defendendo o indefensável, mas essa alternativa não é benvinda.
PS – Gente, estou trabalhando numa releitura
(melhor, reescrita) do “Viver é muito perigoso”. Perdi muita coisa que já
estava pronta devido ao modo irresponsável como a Celpe trata seus consumidores
de energia elétrica, submetidos a black-outs, como se dizia no tempo da 2ª
Guerra mundial (hoje é apagão), à menor chuva mais forte. Agência reguladora?
Só para corroborar ajustes aloprados de tarifas. Bem, apesar da “privataria
tucana”, conseguiremos reescrever aquilo tudo, acrescentando o que fora esquecido.
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