domingo, 17 de abril de 2016

SEVEROS JUÍZES DA PRESIDENTE APROVARAM REGIME MILITAR E NÃO PRIMAM PELA DECÊNCIA E APEGO À DEMOCRACIA

Gente, estou juntando duas postagens porque as chuvas mais recentes, além de trazerem as mortes e desgraças anunciadas, perturbaram todos os serviços privatizados por Fernando 2º para nos proporcionar o paraíso dos países ricos. O xogum FHC, após denúncia de antiga conquista amorosa dele, está hoje preocupado com seus fundos. Ele os tem? Declarou? Onde estarão? Incrivelmente, não faltou energia aqui onde moro, em Aldeia. Teria a Celpe mudado de donos? Ou teria investido alguns trocados em melhorias?
Escrevo enquanto se desenvolve, em Brasília, o cenário em que a Câmara dos Deputados vota pró ou contra o impedimento da presidente Dilma Roussef, e aproveito para fazer algumas considerações a respeito. Os que defendem o impedimento da continuação até o término constitucional do mandato dela, o que os eternos imitadores do bondoso Tio Sam chamam de impeachment, atribuem à mandatária crimes de responsabilidade. Os que são contra respondem que crimes não há. Nada parecido que os descalabros aloprados que embasaram o impeachment (curvemo-nos; todos falam assim) do ex-presidente Fernando Collor, eleito por um rolo compressor de mentiras, interpretações e apoios da Rede Globo e órgãos empresariais, além da profunda despolitização da sociedade provocada pela longa noite da ditadura.
Não interessa se ela é competente ou não. Foi eleita e pronto. Nem antes nem depois praticou crimes capazes de levá-la ao impeachment. Vale observar também que os severos críticos e juízes da presidente da República não primam pelo decoro, a decência, o apego à democracia e aos princípios republicanos. Boa parte deles aprovou e se empanturrou com o regime militar. Muitos respondem processos na Justiça sob variadas acusações de corrupção, apropriação indébita, compra e venda de votos e por aí vai. Até conhecidos “varões de Plutarco” são pegados com trambiques em paraísos fiscais como SwissLeaks, Panama Papers etc. Todos sabemos que o panorama ético e político vigente no Congresso é dos piores de que se tem notícia neste “mundo, mundo, vasto mundo. E se eu me chamasse Raimundo? Seria uma rima, mas não seria uma solução”, com licença de Drummond. Que direito têm essas vestais de impedir a presidente de governar para colocar no lugar dela os eternos sem-voto, os eternos aproveitadores dos mais diversos tipos de golpe?
Ainda falta a votação no Senado e talvez um julgamento do Supremo, tantas são as falhas desse estranho processo. O que eu acho importante é que, quando tudo serenar, nós brasileiros voltemos a uma tão desejável convivência pacífica. As redes sociais e outros instrumentos disponíveis na web viraram uma rede de agressões mútuas, ameaças grosseiras que não fazem sentido em uma sociedade civilizada, ou a caminho.
Esta semana li, no Jornal do Commercio, artigo de um conceituado advogado contra o impeachment. Ele condena os que não praticam uma crítica serena e, corretamente opina que o julgamento atual no Congresso não tem base jurídica. E que a solução é votar bem nas próximas eleições. No entanto, logo no exórdio do artigo, ele desanca o que chama de lulismo, petismo, dilmismo, e doenças que teriam sido introduzidas no sistema político brasileiro pelo PT. Engana-se. A corrupção é algo muito velho, endêmico e arraigado neste país e somente agora, com esse petismo desbragado, está sendo julgada e condenada. Em tempos tucanos, o procurador Geral da República era conhecido ironicamente como “engavetador geral”.

E acredito que, se o impedimento for impedido, o governo terá afinal força para encaminhar a regulação da mídia, que os barões da TV e rádio chamam de censura, quando são eles mesmos que praticam autocensura, sonegam informações, divulgam mentiras, distorcem tudo. Países civilizados como a Grã-Bretanha têm sua regulação da mídia e até jornais, que não são concessões, já foram fechados ali. A Argentina conseguiu fazer uma ley de médios, mas o atual presidente Macri, envolvido nos Panama Papers, está em vias de aboli-la. O Congresso deixará? Tomara que não.

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