Teve uma copa aí, já faz muito tempo, em que
o Ronaldo, segundo a gíria, “amarelou”: teve medo, não fez o que dele se
esperava. Quem sabe, pode até ter sido outra coisa. Há muito mais arranjos e
toma-lá-dá-cá nos esportes do que imagina a nossa vã filosofia. O fato é que,
durante meses, só se falou nesse amarelamento: por quê, como, o que foi?
Lembrei-me do caso de Ronaldo quando li que o famoso juiz Moro, que “prende e
arrebenta”, como falava o último dos generais-ditadores, soltou rápido e sem forçá-los
a longas prisões e delações premiadas, alguns implicados nos Panama Papers,
coisa pra mais de 10 mil documentos vasados que comprovam contas e empresas
offshore de traficantes, ditadores e até governantes legais naquele paraíso
fiscal. Algo muito maior que aqueles mais antigos depósitos de bacanas numa
agência do Banco HSBC na Suíça.
O grande inquisidor paranaense, já conhecido
como o Torquemada dos pobres (Torquemada, Savonarolla eram grandes inquisidores
que gostavam de torrar hereges nas fogueiras dos autos-de-fé). Em tempo:
ninguém pode achar ruim que afinal polícias e a Justiça estejam fiscalizando e
punindo malfeitores, corruptos ativos e passivos, maus funcionários públicos,
sugadores do dinheiro público. O que não se pode admitir é que a escolha dos
alvos e sua punição sejam seletivas. O
juiz é parcial e só vai atrás de gente ligada a partidos de que ele não gosta.
Os vazamentos, então, são cuidadosamente selecionados por um magistrado
provinciano e embriagado com uma fama que não esperava.
Ele mandou rapidamente soltar uns quatro gatos
pingados apanhados antes de se tornar claro que os beneficiários daquelas
contas e empresas eram “gente acima de qualquer suspeita”, isto é, de partidos
conservadores e à direita, como David Cameron (premiê da Grã-Bretanha). Será,
especula-se, que o dinheirinho amealhado por Fernando 2º (FHC), com o qual ele
pagava (acusação dela) sua ex-namorada Miriam Dutra e o rebento que o xogum
produziu com ela quando ainda casado com dona Ruth Cardoso. Será que perguntar
ofende?
PS – Outro tema que vale registro é que o
papa Francisco divulgou a exortação Amoris
laetitia (A alegria do amor). Em 270 páginas, o bispo de Roma exalta o amor
como chave fundamental para a convivência humana. O documento é o resultado de
três anos de consultas e consolida temas discutidos por bispos de todo o mundo
em dois sínodos, reunidos em 2014 e 2015. Note-se que antes tudo era decidido
ex cathedra, isto é com o papa utilizando sua suposta infalibilidade (que serve
até para canonizar pedófilos) e ignorando o Colégio Apostólico, que não tem
nada a ver com o Colégio Cardinalício, invenção do papado.
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