O professor, pesquisador,
escritor e meu amigo Luís Carvalheira de Mendonça acaba de lançar, em parceria
com o escritor e pesquisador Marcelo Lins, o livro Carlos Alberto de Menezes, Um empreendedor a serviço de Nossa Senhora
da Conceição. Luís Mendonça é consultor em história de pessoas e
organizações, fez mestrado na FGV-Rio e doutorado em Aveiro (Portugal). Tem
muitos livros publicados sobre pessoas empreendedoras e outros temas, como Petribu – Terra e homem; IMIP – Identidade, missão e trajetória; Empresários vencedores e suas histórias de
sucesso; A invenção de Porto de
Galinhas; Mascates (tese de
doutorado). Marcelo Lins é autor ou coautor de Mercados do Recife; Mercados de ferro do Brasil; e Brasil e Bélgica – Cinco séculos de conexões e interações.
O livro recém-lançado contém
uma breve trajetória do empresárioCarlos Alberto de Menezes, que adotou
Pernambuco como sua terra e criou a Fábrica de Tecidos Camaragibe como cooperativa
comercial que abrigava os operários e suas famílias. Eram os tempos da
encíclica Rerum Novarum, do para Leão
13, que se opunha ao socialismo e tentava promover um capitalismo com mais
atenção aos trabalhadores (bela utopia!).
Trata principalmente o livro
do papel do empresário como discípulo de São Vicente de Paulo e na história de
Nossa Senhora do Morro da Conceição. O monumento a Nossa Senhora foi inaugurado
a 8 de dezembro de 1904 sob a égide da Sociedade de São Vicente.
Posteriormente, ali foi colocada a imagem de Nossa Senhora da Conceição,
fabricada na França. Vale a pena ler as peripécias de Carlos Alberto de Menezes
e amigos, buscando o difícil objetivo de praticar o cristianismo num mundo que
não é o Reino de Deus.
Vale a pena notar como o
papado, que deveria se inspirar no Evangelho e no livro dos Atos dos Apóstolos, combateu tanto o socialismo,
inclusive aquele de inspiração cristã. Lembremos que Engels, companheiro de
Marx em seus escritos e ideias, inclusive no Manifesto Comunista, tinha a maior admiração pelos Atos dos Apóstolos. É escandaloso para
um cristão acomodado na burguesia ler que os cristãos primitivos, no Oriente
Médio, recolhiam de cada um conforme sua capacidade e distribuíam a cada um
conforme sua necessidade. Só muito recentemente é que o papa Francisco faz
questão de martelar as misérias do capitalismo: pobreza desumana, exploração,
guerras sem fim, poluição da Terra e das almas etc. etc.
É por isso que eu sinto
renovada a minha fé ( e isso deve acontecer com uma quantidade de cristãos) ao
ver surgir no lúgubre panorama do Vaticano e da Cúria Romana um papa como
Francisco. Ele representa uma subversão ampla e incrível nos imensos desvios da
Igreja desde que o imperadpor Constantino decidiu fazer do cristianismo a
religião oficial do Império Romano. Uma aberração em termos evangélicos, mas
alegremente abraçada por bispos e outros hierarcas de repente promovidos a
príncipes e latifundiários, além de proprietários das almas dos discípulos de
Jesus Cristo.
Como o Império dividiu-se,
mais tarde, entre Roma e Constantinopla, forçoso era que houvesse dois papas
... Aliás, quem instituiu o papado? Certamente não São Pedro. Até o século 5º,
6º, por aí, havia bispos muito mais importantes e acatados em outras cidades,
como Santo Agostinho, por exemplo. Mais tarde, os desmandos dos papas se
tornaram tão graves, como venda de indulgências, que Martinho Lutero, sem
pretender fundar nenhuma nova igreja, levantou-se contra tanta sacanagem. E
Calvino, entre outros reformadores. O papa-imperador de Roma excomungou todo
mundo e continuou a imperar. E, ao contrário do que Cristo pediu, em sua Oração
Sacerdotal, multiplicaram-se as confissões cristãs, que ultimamente degeneraram
em financeiras da fé ...
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