sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

DO CAOS BRASILEIRO A TRAGÉDIAS PELO -MUNDO A FORA

Lendo hoje uma notícia sobre as tropelias do eSocial (o que é eSocial? É inglês, a língua do Império, ou é português?), fiquei matutando sobre a situação caótica deste país tropical , abençoado (?!) por Deus e bonito por natureza ... Com cerca de três meses de obrigação de uso, ninguém se entende e se arrisca a pagar o que não deve. Nem os grandes especialistas do governo sabem o que é certo e o que é errado.
Assim não dá, gente. Do máximo governante a supostos técnicos, dos presidentes do Senado e da Câmara Federal a prefeitos e vereadores, a mesma busca das vantagens (legítimas ou ilegítimas) do poder e não do exercício de uma administração decente; passando tudo por magistrados que se sentam sobre caixas-pretas ou ficam de plantão para conceder habeas corpus a amigos. O país em crise não vê ninguém procurando seriamente resolvê-la, simplesmente se empurra a dita com a barriga pra ver aonde vai chegar.
E como estamos em ano de eleições para prefeitos, a chusma de pretendentes a salvadores de nossas cidades só faz engrossar. Tem gente sem nenhuma experiência política, apenas uma alegada vivência literária, que quer ser prefeito da infeliz (quanto a administração) Olinda, só porque é irmão de Eduardo Campos, que tão tragicamente e cedo morreu. Tem um caso esclarecedor, na Região Metropolitana, de uma mancebo que não fazia nada na vida, só aporrinhava o pai que lhe pagava as despesas. Aí acendeu aquela luz: vou ser político. Após várias tentativas, virou vereador. Tão atuante na esperteza que logo virou deputado.
Se a gente tira o olho do caos brasileiro e olha pro mundo mais além, fica aturdido com tanta tragédia e ambição. Na Síria, há cerca de quatro anos, um ditador mantém o poder às custas da desgraça de seu povo, que morre de fome e de bala. Na Turquia, pretende-se acabar com um dos raríssimos regimes laicos em terras do Islã, luta-se contra os separatistas do Curdistão que querem ter seu Estado e ainda se ajuda na desgraça síria; como russos, estadunidenses e outros também ajudam. Enquanto isso, o tal de Califado ou Estado Islâmico só se fortalece, matando gente barbaramente e destruindo os monumentos históricos que conseguem. A Arábia Saudita não cai de podre devido à ajuda dos EUA (trata-se de uma ditadura monárquica “do bem”, porque interessa ao establishment dos EUA.
A briga entre a Rússia e a Ucrânia parece haver entrado em compasso de espera. Reflito cá comigo: a União Soviética servia para alguma coisa. Né? Enquanto ela se segurou, todas as repúblicas que a compunham viviam em paz, inclusive tchetechenos e outras pequenas minorias. Outra dissolução que provocou brigas intermináveis e o genocídio dos bósnios foi a da Iugoslávia. Enquanto Tito, que durante a guerra liderou os partisans, comunistas ou não, governou o país, havia muita prosperidade e, inclusive, uma distância política regulamentar em relação à URSS (o governo de Stálin e outros que se lhe seguiram considerava Josip Broz Tito um comunista heterodoxo). Bastou ele desaparecer para começar um briga feia entre croatas e sérvios, seguida pelo genocídio de bósnios etc.

A URSS servia também, ao menos, para um certo equilíbrio mundial. Os Estados Unidos não agiam tão unilateralmente na defesa de seus interesses e daqueles do assim dito “mundo livre”. O terrorismo exercido pelos multissecularmente oprimidos não ousava tanto, pois ainda se acreditava numa alternativa ao american way of life, à globalização aloprada, a um liberalismo desenfreado e antipovo.

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