sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

DE CRISE, CRISES, TERRORISMO (TEM ATÉ O DO BEM ...)

Estamos atravessando de um ano para outro. Tempo de balanços de nossa vida pessoal, familiar e também da vida do nosso país e do mundo. Foi 2015 um ano de crise no mundo todo, não só no Brasil. Crise que se arrasta desde 2008, quando bancos irresponsáveis, que transacionavam com papéis sem valor, geraram uma das maiores crises do capitalismo recente. É verdade que especulação é a marca registrada dos bancos e que o capitalismo vive em crises cíclicas. Mas o sensato seria que eles também pagassem pelos malfeitos. Na realidade, é a sociedade, sobretudo os assalariados que nem sequer poderiam especular se o quisessem, que é obrigada, pelo manda-chuvismo do capital financeiro secundado por governos pouco representativos, a pagar a amarga conta. Veja-se o caso exemplar da Grécia e, em menor garu, o do nosso país, onde um executivo do Bradesco foi nomeado, por um governo que se diz popular, para gerir a Fazenda.
Quando a atual crise se iniciou, o então presidente Lula disse que, no Brasil, ela era uma marolinha. Tinha razão, pois, naquele momento, o país tinha como enfrentá-la sem castigar tanto o povo. De lá para cá as coisas mudaram muito. A crise foi se agravando. E Dilma não é Lula. Apesar de uma certa incompetência da nossa presidente, ninguém tem o direito de pedir sua deposição, por impeachment, pois o país já está cansado de tanto golpe. E o impeachment de Fernando 1º (o Collorido), esse não foi golpe? Assim não pareceu a ninguém, tantos foram os desmandos do "caçador de marajás" em pouquíssimo tempo de desgoverno, incluindo comprovado enriquecimento ilícito.
No resto do mundo, a crise mais braba mesmo é a terrorismo. Os povos oprimidos desde as Cruzadas e os "descobrimentos", colonizados, brutalizados pelas grandes potências acordaram para a luta, a vingança. E não foi para reivindicar seus direitos  nas mesas de discussões e na valorização do que é deles (petróleo, por exemplo). Os instintos mais primitivos de vingança e uma mistura démodée entre política e religião levaram egos inflados e deletérios a tomar o poder sobre vastas regiões (caso do Califado ou Estado Islâmico), onde assassinam não só fiéis de outras religiões, mas até dissidentes do islamismo, além de destruir monumentos multisseculares da civilização. Com o dinheiro obtido do petróleo, contrabandeado tranquilamente, eles podem financiar ataques mortíferos por quase toda parte, como o que ocorreu em novembro em Paris. Paris, a capital do mundo tão gostosa e tranquila dos meus tempos de estudante, apesar de saindo de uma guerra sanguinária.
Como sempre falo, o terrorismo não é privilégio de islamitas radicais. As Cruzadas não foram atos de terrorismo? A destruição de impérios como o asteca, o maia, o inca, a chacina dos índios dos EUA, a matança um pouco menor de índios no Brasil, a bárbara colonização da África e de continentes menos desenvolvidos, as bombas atômicas lançadas sobre o Japão, os bombardeios de populações inteiras na 2ª Guerra Mundial? Nada disso foi terrorismo, simplesmente por ter sido iniciativa de brancos e ricos? Existe terrorismo do mal e do bem, como, para certos países, há ditaduras do mal e do bem?
Que 2016 seja bem melhor que 2015 para todos nós. No Brasil e no mundo. Amém.


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