terça-feira, 29 de dezembro de 2015

“A CULPA NÃO É MINHA; EU VOTEI NO AÉCIO”; NOVES FORA A ÉTICA DUVIDOSA DO NETINHO DE TANCREDO

Gente, continuo revendo “Viver é muito perigoso” e espero entregar a revisão a vocês brevemente. Estou pensando também em acrescentar a estas minhas postagens bissemanais uma postagem exclusivamente sobre economia, que seria escrita por um executivo de grande empresa paulistana. Outra que estou lhes devendo é iniciar, na coluna aí ao lado direito, as transcrições de meus artigos no Jornal do Commercio, coisa que abrange uns 25 anos.
Lendo a última edição deste ano de uma revista que é rebelde à assim dita “mídia nativa” (Carta Capital), descubro uma preciosidade do jornalista João Filho, que mantém na web um perfil intitulado Jornalismo Wando. Desde o ano passado, intensificando-se à medida que essa braba crise vai fustigando o Brasil, uma campanha pretende derrubar a presidente eleita. Arrefeceu um pouco após um freio de arrumação constitucional do STF e a descoberta de que adversários de Dilma, como o presidente da Câmara, o senador Aécio Neves, o xogum Fernando 2º não são exatamente vestais nem varões de Plutarco.
Uma camisetinha de grife destacou-se em manifestações que lembram a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em São Paulo, preâmbulo do golpe civil-militar de 1964. Na camiseta lê-se: “A culpa não é minha; eu votei no Aécio”. (O mui politizado Ronaldo Fenômeno usava uma.) A ideia que pretende passar é a de que tudo seria diferente com a eleição do netinho de Tancredo. A culpa pela corrupção (imensa, não há dúvida, mas afinal apurada e punida) é daqueles que  não votaram nesse “bibelô da retidão moral”, como diz João Filho.
O jornalista aponta uma série de fatos (não factoides) a desmentir tanta honestidade. O primeiro é um aeroporto público construído em Cláudio (MG) dentro da fazenda de umm tio de Aécio, com acesso guardado por sobrinhos do então governador. O bibelô da retidão moral usou, quando no governo mineiro, aeronaves oficiais 1.430 vezes, muitas para fins particulares. Só no aroporto do Tio Múcio foram mais de cem pousos e decolagens.
Mas não foi só isso que o grande modelo dos “fora Dilma” fez. Deu caronas, às custas do contribuinte mineiro, a Ricardo Teixeira, o campeão da ética no futebol, José Serra, Ray Whelan (já estve preso em Bangu), Roberto Civita, Luciano Huck, Alexandre Accioly (parceiro de farras), Boni, Sandyjunior, Milton Gonçalves, Zé Wilker, FHC, Roberto Irineu Marinho etc. etc. etc.

Quando critico Aécio, não estou afirmando que o governo de Dilma está sendo uma maravilha. Tá muito ruim. Pode piorar. Pode melhorar. Oxalá! Mas o fato é que ela foi reeleita e, uma vez por todas, temos que respeitar a Constuição e o voto popular. Não podemos alimentar eternamente a cultura do golpe: proclamação da República, Constituição outorgada por Floriano Peixoto, Estado Novo, derrubada de Getúlio (golpe no golpe) às vésperas das eleições de 1945 (os generais fascistoides se vingaram por Getúlio ter se unido aos Aliados na 2ª Guerra Mundial), derrubada trágica de um Getúlio constitucionalmente eleito, em 1954, golpe frustrado contra Jango em 1961, e finalmente aquele golpe que pôs o Brasil em ordem unida por 21 anos, hoje tão homenageado e lembrado nas manifestações dos coxinhas.

Nenhum comentário: