"Adeste,
fideles, laeti, triumphantes, venite, venite in Bethlehem. Natum videte, regem
angelorum ...” (Vamos, fiéis, alegres, triunfantes, vinde, vinde a Belém. Vede
o nascido que é o rei dos anjos ...). É um antiquíssimo canto natalino que é
cantado por católicos romanos e protestantes através do mundo. Era; porque hoje
do Natal religioso quase nada resta. Até a tradicional Missa do Galo foi deixada
de lado, sob o pretexto da violência urbana sobretudo à noite. Virou missa do
pinto mesmo, às 20 ou 22 horas. Mas não se deixa de ir a outras celebrações
noturnas, como bares, baladas, boates, cinemas, teatros etc.
O importante no Natal hoje é o lado profano da
festa: ruidosas confraternizações em que ninguém se sente frater (irmão),
consumismo desenfreado mesmo com crise, troca de presentes e, finalmente, uma lauta
ceia à meia-noite substituindo a Missa do Galo. Vinte séculos de cristianismo e
o Evangelho está cada vez mais longe da realidade do mundo. Pobres, miseráveis
mesmo, perambulando pelas ruas e a gente se fechando sempre mais a eles, a uma
realidade desumana e anticristã.
É assim que é preciso ver o que se passa no
momento. Nos últimos 13 anos, houve alguns avanços sociais, que tiraram muita
gente da miséria absoluta. O que Gilberto Freyre chamava de casa-grande não
gostou nada: já se viu um aeroporto com cara de rodoviária? Já se viu você
sentar na sua poltrona no avião e ver junto uma pessoa com ar de pobre, de
sandálias Havaianas? Para esses, a senzala não tem o direito de evoluir; só tem
direito ao pelourinho e ao açoite. São avanços tão pequenos e precários, mas a
casa-grande quer acabar com eles.
A casa-grande só ficará contente quando vir o
Temer, o Aecinho ou, quem sabe, o Serra, no poder. Enquanto isso não chega,
contenta-se com um Congresso dos mais amorais que já tivemos. E tem aí uns que
se dizem neopentescostais, bancada evangélica (como em um Estado laico, pode-se
misturar de tal modo religião com política?). O máximo expoente desse pessoal,
Cunha, o presidente da Câmara dos Deputados, é um multicriminoso.
Amigas, amigos, qualquer que seja a nossa fé,
vamos lutar para que tal situação não se sustente. Se partidos mais à esquerda
que estão no poder desde 2003 perderam o trem da história, podem muito bem ser
substituídos por outros que, como diz o papa Francisco, não sejam adoradores do
deus Mercado, do deus Dinheiro;
Feliz Natal para todas e todos vocês e um 2016
dos melhores. Vocês merecem. Todos merecemos.
PS – Estou com dificuldade para fazer uma
revisão de “Viver é muito perigoso”. Não consigo substituir o que está aí por
capítulos revistos. Preciso me acostumar com novos programas. Vou fazer o
trabalho em todos os capítulos e depois tentar colocar.
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