Mais uma vez a “privataria tucana” (leiam o
livro) me pegou de mau jeito. Não só a internet prometida pelos beneficiários
da privataria fugiu, mas também eu terminei perdendo o texto que havia
produzido. Vou tentar recompor.
Desde 2003, o governo vinha divulgando uma
Lista Suja do Trabalho Escravo, como é conhecido o “Cadastro de empregadores
que tenham submetido trabalhadores a condições análogas à de escravo”. Desde o
ano passado, como é era de esperar, o governo golpista usurpador parou de
publicá-la. Coincidentemente, em dezembro passado, o Brasil foi o primeiro país
a ser condenado , pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, por não prevenir
a prática de trabalho escravo e tráfico de pessoas.
Nada estranho em um país que utilizou
largamente o trabalho escravo, já no segundo milênio do cristianismo que dizia
professar, e que foi o último de influência ocidental a abolir a escravidão. E
isto forçado pelo Império Britânico, a quem a prática não interessava mais. Aliás,
os britânicos são conhecidos por um acendrado cristianismo, quando, por
exemplo, fizeram duas guerras para obrigar os chineses a cultivar a consumir
ópio. Que beleza esta nossa civilização ocidental e cristã!
Em 19 de dezembro passado, o juiz Rubens
Curado Silveira, da 11º Vara do Trabalho de Brasília, determinou que a Lista
Suja volte a ser publicada. Em vão. O governo golpista seria imune a decisões
do Judiciário? Trata-se de um retrocesso em políticas públicas elogiadas por
órgãos como a ONU e a Organização Internacional do Trabalho, segundo o
procurador do Trabalho Tiago Muniz Cavalcanti: “A publicação da Lista Suja é
uma política de Estado e não uma política de governo. O combate ao trabalho
escravo tem de continuar”.
O jornalista Leonardo Sakamato, presidente da
ONG Repórter Brasil, não esperou e tem conseguido obter a Lista Suja e divulgá-la,
com a ajuda da Lei de Acesso à Informação. Latifundiários e gente da construção
civil não estão nada satisfeitos. E existe um grupo majoritário que não quer
ser confundido com os escravagistas, com receio de perder negócios em países
mais civilizados.
Em tempo, o chefe da Casa Civil do governo
ilegítimo, Eliseu Padilha (que alguns chamam de Eliseu Quadrilha), foi pilhado,
numa fazendinha que tem em Mato Grosso, por suspeita de utilização de trabalho
análogo à escravidão. Digníssimo desgoverno.
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