sábado, 21 de janeiro de 2017

O PATO DONALD, (QUEM DIRIA?), TERMINOU NA CASA BRANCA

Walt Disney, um cara implicado na deduragem contra colegas que caracterizou o pós-guerra nos Estados Unidos quando o senador McCarthy instituiu a sua inquisição, criou o Pato Donald, mas nunca imaginou que ele chegasse à Presidência do país. Brincadeira à parte, Donald Trump lembra o pato famoso, começando pela aparência assaz “pato”lógica. Na minha visão, observo na eleição de um ricaço tão brega e desconjuntado uma etapa da inexorável decadência do Império Americano. Tal decadência não é um desejo meu ou uma posição ideológica diante de um governo que tantas desgraças espalhou pelo mundo (e continua espalhando), notadamente em nuestra Latinoamérica, que vê como seu quintal, embora se diga um good neighbor.
Todos os impérios do mundo cresceram, se estabeleceram e, após um apogeu, entraram em decadência. Babilônia, Pérsia, Macedônia, Roma. Grã-Bretanha são exemplos. Por que com o Império Americano seria diferente? Como no mundo em que vivemos os países estão mais próximos, certamente a decadência estadunidense terá sua forma própria. Não vai precisar de invasões e outros tipos de violência. Basta, como já está acontecendo, a queda do poderio, outrora absoluto, do Almight Dollar.
Nosso mundo é enigmático. Quando a Europa decidiu se unir, cansada de guerra (que nem a Teresa Batista de Jorge Amado), desde o tempo em que o Mercado Comum abrangia somente seis países nos anos 1950, e também com a reaproximação entre Alemanha e França, houve muito entusiasmo, lá e no resto do mundo, principalmente com a criação da União Europeia (UE) e de uma moeda única. Um exemplo para o nosso Mercosul e para os projetos bolivarianos. Isso não evitou a atual situação periclitante da UE e do futuro do euro. Intrigante também é que, enquanto se construía a UE, ocorresse a traumática dissolução da ex-Iugoslávia, que funcionara tão bem sob a liderança carismática de Tito, e pipocassem tantos projetos separatistas, como na Catalunha. A Grã-Bretanha acostumou-se de tal maneira a colonizar o mundo que ainda mantém colônias até na Europa, como Irlanda do Norte e Gibraltar. E ultimamente resolveu abandonar a UE.

Voltando a Trump, os EUA nunca estiveram tão divididos como hoje, desde a Guerra da Secessão. A tradição é que presidentes em fim de mandato não criassem problemas para os sucessores eleitos, os quais também não se manifestavam sobre questões estratégicas extemporaneamente. Agora até os serviços de inteligência se aliam a um ou outro, o que sai e o que entra. Essa tendência pode levar os EUA a temerem mais de si mesmos do que da Rússia ou da China.

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